13 | Olhos Podem Mentir?

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- Olhos Podem Mentir? -

◆ ◆ ◆
AMBER

Acordei mais cedo que o normal, me sentindo culpada. Na noite anterior eu havia me deixado levar, e não sabia se aquilo era uma boa ideia.

"Como assim 'não sabe se é uma boa ideia'? Óbvio que não é! Uns dias atrás ele tentou te empurrar de um penhasco!" - meu subconsciente gritava, mas eu sabia ignora-lo muito bem.

Draco estava brincando com meus sentimentos, e eu sabia que poderia me magoar com isso.

Me levantei e tomei um banho longo e quente; o inverno estava chegando com força. Saí do banho, fiz minha maquiagem de costume e vesti o uniforme da Sonserina.

Não queria ficar no dormitório, então fui em direção à porta logo saindo da comunal.

Os corredores estavam vazios e ninguém havia acordado. Fui para o Salão Principal com a esperança de que algo já estivesse servido para o café da manhã, mas não havia nada.

- Acordada tão cedo, senhorita Amber? - uma voz ecoou pelo salão vazio.

Snape arqueou uma sobrancelha, um gesto que já havia se tornado familiar para mim.

- Olá professor. Como está? Está bem? - sorri.

- Estou bem... Está com fome? - perguntou, estranhando o fato de eu estar na mesa tão cedo.

- Estou sim - respondi timida.

- Quer me acompanhar até minha sala? - sua voz era calma, mas com um tom severo. - Também gosto de tomar café da manhã cedo, então a comida é servida um pouco antes para mim.

- Eu adoraria! - falei empolgada.

Ele se virou e começou a caminhar. Sua longa capa arrastava-se dramaticamente pelo chão, deixando claro que eu deveria o seguir.

Finalmente chegamos à sua sala. Nos sentamos na mesa, que estava repleta de pudins, pães e panquecas.

Uma enorme jarra de água estava sobre a mesa, e com um estalar de dedos, Snape a transformou em suco de abóbora.

- Sei que gosta. - deu de ombros, fazendo-me sorrir.

Me servi com o suco e com panquecas.

- Então, Draco já te ajudou na matéria? - perguntou.

Essa pergunta fez com que eu me engasgasse com o suco que estava bebendo.

- Não, quer dizer... sim. - respondi entre tosses. - Apenas algumas coisas teóricas, nada na pratica, sabe?

Eu não fui convincente. Seus olhos se estreitaram, mas havia algo quase divertido em seu olhar.

- Bom, vocês têm tempo até as provas finais.

Snape se recostou na cadeira, observando-me.

- Sabe, professor, Draco é... complicado - eu me sentia confortável em falar sobre ele com Snape.

Ele soltou um pequeno suspiro, quase imperceptível.

- Complicado é uma palavra branda para descrever Draco Malfoy. - respondeu ele, com um leve toque de ironia. - Mas ele é talentoso, se ao menos se aplicasse mais.

A conversa tomou um rumo mais leve, e a tensão no ar pareceu diminuir um pouco. Havia um equilíbrio entre a rigidez de Snape e a nova "amizade" que estava se formando entre nós.

- Professor, por que me chamou para tomar café da manhã? - perguntei sem conter minha curiosidade.

Ele me olhou por um momento, como se pensasse na resposta.

In your hands, MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora