Capítulo 12. Interesse egoísta

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O tempo que Damon passou conversando com Corlys não melhorou o humor de Viserys – o rei se aproximou com uma cara expressando algo entre cautela, desejo de entender e falta de compreensão do que estava acontecendo ao lado dele.

Corlis, depois de fazer uma pausa e não esperar um convite para ficar, finalmente despediu-se:

- Soberano.

Ele deixou a costa com dignidade. Viserys olhou para os dois cavaleiros de capa branca e olhou para eles de forma significativa. Depois de hesitar, eles se curvaram e deram alguns passos para trás.

Damon observava tudo o que acontecia com ótimo humor e leve curiosidade: "O que mais você pode fazer para me divertir?" Mas então ele fez uma cara de interessado, convidando o irmão para iniciar a conversa primeiro.

Viserys não demorou, embora falasse com cautela na voz:

- Seu casamento com Alicent... Não pensei que você decidiria isso tão cedo, tendo se libertado do anterior.

Suas entonações lembravam vividamente Damon de Viserys, que no funeral de Leina o incentivou a deixar para trás suas queixas anteriores e retornar à capital. Talvez a versão mais pacífica possível de seu irmão, o que parecia surpreendente, considerando como recentemente Viserys ameaçou ser executado por conversar com sua sobrinha e privado de sua língua por se dirigir a ele sem a palavra "soberano". E então há tanta humildade...

Damon encolheu os ombros.

- Foi assim que as circunstâncias se desenvolveram.

- Sim, mas Alicent... A filha do seu antigo inimigo!

"Eu não casei com um inimigo."

Viserys ficou com a boca ligeiramente aberta e balançou a cabeça, como se estivesse irritado com seu interlocutor estúpido. Damon elogiou-se mentalmente por manter o rosto erguido enquanto apreciava a apresentação.

"Damon, você poderia ter escolhido outra pessoa", disse Viserys em tom de "Quero esclarecer meu irmão apressado". - Alguém mais próximo de nós. A mesma filha do seu amigo - Corlis Velaryon, por exemplo.

Mas Damon gostou dessa virada: houve uma oportunidade de mostrar a Viserys que Leina não era a melhor candidata para o papel de noiva.

"Teríamos que esperar muito tempo", respondeu ele no tom mais indiferente.

"Ela já tem doze anos," Viserys ergueu o dedo instrutivamente.

- Todo? Damon bufou com desdém. - Total! E eu teria que esperar até que ela atingisse a maioridade para transar com ela, se não mais.

- Por que isso?

- Você não entende?

- Não.

- Leina ainda é uma criança, e agora imagine o que Rhaenys fará com o marido da filha se ela morrer no parto porque o marido não conseguiu manter o pênis nas calças antes de chegar à idade adulta? Não estou ansioso para me tornar o jantar do dragão do nosso primo.

Viserys franziu a testa profundamente e Damon observou com prazer seu irmão perceber o risco diferente de zero de uma morte terrível. Numa vida passada, ele próprio se casou com a adulta Leina, e mesmo assim, talvez, valesse a pena esperar até o nascimento dos primeiros filhos - talvez isso a ajudasse a sobreviver ao último nascimento...

Quanto a Viserys, ele, em sua vida anterior e nesta, aparentemente não pensou em uma circunstância como a idade de sua esposa. Mas é melhor tarde.

"Quatro anos, Viserys." Casar-se com uma criança por quatro anos sem foder ninguém, ou arriscar que Rhaenys na Meleis queime todas as putas da região.

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