34. É um encontro? Parte 2

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Archie

Ver a expressão dela se avermelhando faz com que eu queria brincar um pouco mais com as palavras para ver até onde ela consegue empurrar enquanto a puxo na minha direção. Sei muito bem quem é o seu amigo, pedi por uma investigação detalhada e muito foi encontrado.

É notável que o relacionamento deles é o mais durável da sua vida.

Estão juntos há muito tempo, o que me incomodou um pouco, mas não o bastante para ter a impressão errada. O interesse dele era obviamente outro. Nunca escondeu, segundo aqueles que gostaram de falar dele.

Quando Beatrix se foi, ele focou-se inteiramente em cuidar da Chelsea e da Melissa.

Entendo porque a proximidade entre eles se tornou maior, me lembra de como é o meu relacionamento com os meus irmãos. Os dois são o pilar mais forte no qual podem se agarrar.

Disputar com Yahya seria uma idiotice, dado que quero que Chelsea tenha mais possibilidades. Uma rede maior de apoio somente a beneficiará. Sei que ele também gostaria disso.

— Você pode ver isso como quiser — profere Chelsea, porém, é bem claro que demorou a notar que as suas palavras denotam mais do que gostaria.

— Tem certeza? Você não tem ideia do que tem na minha mente — brinco e ela enche a boca com frango e legumes. Rio, porque fica com as bochechas inchadas como um esquilo fofo.

Tenho ficado cada vez mais satisfeito com o que vejo.

Ela tem claramente melhorado. É notável que ficou mais saudável.

— Não deve ser mais ruim do que aqueles que me odeiam pensam — murmura, ela gosta de continuar retrucando. Enquanto as palavras podem ser usadas, ganha território. Aprecio a sua personalidade, o fato de nunca desistir.

— Pode ser pior, pense bem — replico, mas ela mantém seus olhos em seu prato quase vazio. Ela sente tanto receio em ver nos meus olhos que as minhas intenções são quentes demais para um jantar? — Quando é o jogo?

Continuar provocando demais pode ter um efeito diferente do que quero. Por conta disso, trato de mudar o assunto. Quanto mais confortável ela se sentir para me pedir o que quer, mais me aproximo da vitória.

— Daqui a cinco dias — conta e, no segundo em que nossos olhos se encontram, consigo perceber que está se esforçando para permanecer me encarar, já que não quer perder para mim.

É uma lutadora nata, e eu amo isso.

— Não gosto da ideia de fechar a floricultura, mas seria bom, não é?

— Foi você que disse que preciso descansar. Deveria considerar o quanto trabalha — expresso-me e morde o seu garfo.

Às vezes penso que ela não percebe que se esforça muito mais do que deveria, já que esteve sempre lutando mais do que outras pessoas para ter o que deseja.

Ponho suco em um copo e o deslizo pela mesa para que o pegue.

— Não faça isso, pode acabar machucando a sua boca — peço, mas é um hábito, é bem claro que é difícil para ela ignorar a vontade de mordiscar o talher como se ele fosse saboroso.

— Acha que sou uma criança? — Pergunta, fazendo a sua testa ficar marcada pelo vinco causado pela braveza. Seus ombros enrijeceram, mas tudo que penso é que é bom vê-la brigando.

— Eu seria um canalha se tivesse como uma criança — profiro e ela tenta se livrar da vontade de morder o talher, tomando o seu suco. — Nós podemos ir, será uma honra acompanhá-la.

Gosto da expressão que tem no rosto. É bem menos desconfiada do que aquela do primeiro dia. Só o fato de ter decidido pedir a minha ajuda me alegra muito. Espero que me veja cada vez mais como alguém que pode ajudá-la.

— Ainda não consigo te entender — fala, põe mais das verduras na boca e me olha intensamente.

— Sabe, se você me olha desse jeito, eu tenho mais ideias estranhas na minha mente — confesso, mas ao invés de tentar me dar uma resposta sarcástica, Chelsea se foca em mastigar o que tem na boca.

Apoia o cotovelo no tampo da mesa. Me encara com uma avaliação sendo feita. Deixa seus olhos correrem por cada parte minha que consegue ver e move os lábios para o lado após a sua análise.

— Bom, acho que posso ter muitas ideias difíceis de lidar na minha mente também — murmura depois de um tempo. — Deveríamos falar o que temos na nossa cabeça e avaliar o quanto somos insanos?

Sua pergunta me pegou de surpresa. Sei bem o quanto ela pode ser boa em criar um ataque que fará com que muitas pessoas fiquem em silêncio, sem reação, só não esperava que eu fosse ser uma de suas vítimas hoje.

Ela pode ter a impressão de que estou fazendo as coisas seguirem do jeito que quero desde que a nossa estranha relação de colaboração começou, entretanto, desde aquele dia em que me ajudou, sei que seguiria suas palavras sem retrucar.

— Coma, não sou a única que tem que ficar saudável — articula, como se o seu ataque anterior nunca tivesse sido realizado. Apenas me incentiva a agir como de costume, entretanto, meu coração precisa de um tempo para se recuperar.

Entendo muito bem todos os motivos que me levaram a ficar fascinado por ela.

Tem muito que é impressionante à primeira vez. A sua beleza é um ponto forte.

Mas quando se senta ao seu lado e aprecia as outras partes, se sente ainda mais comovido. A beleza acaba se tornando um pedaço muito pequeno de tudo o que tem a oferecer e eu vi muitos dos seus lados que fariam com que as pessoas se apaixonem.

— Dessa vez, você me pegou — confesso, ainda que não fosse capaz de recusar o seu pedido de esclarecer o que tenho em mente. Treinei muitas vezes como lhe diria sobre o que sinto, entretanto, os planos podem apenas ser desfeitos.

Seguirei o ritmo que ela quiser.

— Quer dizer que eu não perdi parte do meu charme — zomba, parecendo muito animada pela conclusão de que seus ataques são eficientes. Animado pela sua felicidade, apenas aproveito o seu sorriso.

Essa mulher deveria perceber o quanto me tem em suas mãos.

Um ceo em minha vida | EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora