50. Ele me enlouquece, parte 2

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Chelsea

— Sinto que a minha cabeça continua vibrando — falo e Archie sorri. Ele não foi até as arquibancadas comigo para que o som alto não incomodasse Mel. Nós nos revezamos, mesmo que a ideia não tenha parecido boa para ele.

— As pessoas estavam bem animadas, apesar de não ser um jogo oficial — comenta ele colocando Melissa na cama e preciso controlar os meus batimentos, já que eles se tornam insanamente altos depois de vê-lo tirar a sua camisa.

No meio do caminho até o elevador, Melissa acabou golfando na sua blusa. O cheiro não é agradável, sei muito bem, mas ele em nenhum momento reclamou. Mostrou mais uma vez que está acostumado a lidar com uma criança.

Porém, por que tinha que lançar um ataque assim que entramos no quarto?

— Se importa se eu tomar banho primeiro? — Pergunta, quando já começou a tirar suas roupas. Isso não é meio injusto? Como eu poderia dizer que devo ir primeiro?

— Não, pode ir — digo e me aproximo de onde colocou Melissa depois de deixar a bolsa que havíamos levado com objetos que ela precisaria de lado. Se me sinto cansada após ser uma das espectadoras do jogo. Como os jogadores se sentem? — Meu brotinho, acho que a mamãe perdeu suas capacidades atléticas — murmuro, mas todo o interesse da menina está em outro lugar.

Deitadas juntas penso em quanto ela cresceu.

Parece bem animada com a possibilidade de brincar com meus peitos. Continua acertando com suas mãos miúdas nos meus seios. Deve se lembrar de quando era amamentada.

— Se eu pudesse daria o que você quer — profiro e rio por ela segurar em meu dedo com tanta força. É uma menina muito forte. Quando quer mostrar o que tem em mente, faz o que pode para que nós entendamos. — Seus irmãos vão ficar muito felizes em ter uma menina tão esperta como irmã mais velha.

O seu Gugu Dadá é tão fofo que passaria o dia sorrindo enquanto a assisto brincar.

Queria que minha irmã também pudesse vê-la crescendo.

Apalpo minha roupa até pegar o meu telefone vendo o nome daquela escrota na minha tela e tenho o imenso desejo de me livrar do celular, mas não o faço por dois motivos: eu teria que comprar outro aparelho e ele não tem culpa dela ser uma ridícula.

Me assusto quando o aparelho é tirado da minha mão e passo a palma na face me livrando das gotículas de água que acabam me acertando, já que Archie continua de cabelo molhado enquanto se curva para cima de mim.

— É sua vez, fico com a Melissa agora — me diz, mas ainda posso ver o celular aceso, já que as ligações continuam. Mesmo vendo o que acontece, ele não faz nenhuma pergunta.

— É melhor secar o cabelo primeiro — indico, já que não é como se eu estivesse fedendo. Posso esperar um pouco mais para tomar banho e comer. Comi bastante coisa durante o tempo em que o jogo rolou. É uma preocupação a menos.

— Posso fazer depois — me diz, fica surpreso quando ponho minha mão em seu rosto e a levo para cima até afastar os fios de seu cabelo, fazendo com que mais das gotículas de água me acertem.

— Não, você vai fazer agora, a não ser quer queira irritar uma grávida — profiro e qualquer surpresa que se agarrou a seus orbes foi esquecida, tomada pela alegria, o seu sorriso é uma prova disso.

O que diabos fiz para que ele fique feliz?

Não realizei nenhuma atividade compensativa.

— Ficaria brava por algo assim?

— Dependendo do meu humor, posso me irritar até com a sua respiração — brinco, mas Archie deve ter esquecido que a ideia de uma piada é não obter uma resposta.

— Talvez eu deva aprender a como não respirar — fala, e eu quero muito correr de onde estou, entretanto, na minha posição, estou literalmente presa por ele. Teria que me livrar do seu corpo antes de escapar.

Para me deixar ainda mais envolta em pensamentos conflitantes, baixa o seu rosto bem próximo do meu. Posso sentir a sua respiração afagando o meu rosto enquanto as gotículas de água escorrem por várias partes de mim.

— Seus olhos são realmente bonitos — elogia, virando o rosto para dar atenção a Melissa, já que ela ama monopolizá-lo e Archie nunca reclama. — Mel, você sabe o quanto a mamãe é bonita, não é?

— Está querendo influenciar uma criança? — Pergunto, mas ele se recusa a me dar uma resposta, apesar de saber que essa proximidade é perigosa, que ela faz com que seu cheiro adentre pelas minhas narinas com facilidade.

Essas pequenas conclusões apenas elevam os meus batimentos cardíacos.

Como eu lido com essa situação? Parece que Archie decidiu virar um atacante.

— Só estou dizendo a verdade, é tão ruim?

— Não nesse momento — articulo, recebo a atenção dele de novo, talvez pondere sobre haver um período de tempo incluindo na minha sentença. Porém, na minha posição posso fazer com que ele seja cumprido?

Tudo dentro de mim está uma confusão, mas me sinto mais tranquila com ele do meu lado, isso é inegável. De alguma maneira, a tempestade que causa devora aquela que me consome.

— Francamente você gosta de mim, certo? — Indagar diretamente pode não ser a melhor saída, mas enquanto as perguntas não forem feitas, não posso obter as respostas. Assim, o mais correto é que tenha algum controle sobre o que acontecerá.

— Sim, eu gosto, muito, mas não vou dizer quanto, porque não quero te assustar — explica, sendo que essas palavras já me deixam nervosa. O que quer dizer com não dizer o quanto? Quem precisaria ouvir mais nessa situação? — Não quero te pressionar com os meus sentimentos.

— Eu sei — profiro, entretanto, meu corpo age completamente contrário aquilo que pondero tão cuidadosamente, já que a minha mão o segurou com força até que ao invés de perto os nossos lábios se colassem.

Essa escolha pode ser um erro, mas quantas vezes errei sabendo dos riscos?

Sim, eu posso continuar ponderando sobre eles enquanto o beijo.

Não tem problema.

Um ceo em minha vida | EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora