Capítulo 26 ~ Miyuke

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Olho para Aang, ele está com um bastão nas mãos, ele desce, segurando dois bastões na mão, um ele entrega para o Espírito Azul, o outro fica com ele.

- Segura. - pede, educadamente.

O Espírito Azul me gira junto com ele, subindo no parapeito, me apoio a ele, olhando para baixo, desvio o meu olhar para o Aang, que está ao lado dele.

Aang segura o terceiro bastão, olhando para mim.

- Consegue subir aqui? - me questiona.

Confirmo, meio relutante. Me solto do Espírito Azul, sentindo a falta do calor do corpo dele, me aproximo do Aang, me segurando no bastão, ele me olha novamente, um segundo braço fica em volta do meu corpo, olho sobre o ombro e vejo o Espírito Azul perto de mim, ainda não conseguindo ver seu rosto e descobrir quem ele é.

- Sobe aqui! - Aang pede ao Espírito Azul.

Ele impulsiona o nosso corpo para frente, lançando os nossos corpos para frente, assim que está preste a cair por completo, Aang finca o bastão que está na sua mão no chão, fazendo nos três pularmos para o segundo bastão, o Espírito Azul passa o terceiro bastão para o Aang que faz novamente o gesto, Aang segura a minha mão.

O bastão estava se aproximando do portão de saída, quando algo explode nas nossas costas, nos arremessando para longe.

Meu corpo voa para frente, assim como a dos dois, sinto uma mão diferente segurar a minha, nossos corpos sofrem um solavanco de ar, assim que some, caímos no chão, meu corpo gira no chão, ainda com a mão de um dos dois, grudada na minha.

Abro os olhos, ergo a cabeça, olho para a mão que segura a minha, o Espírito Azul se senta, soltando minha mão, ele fica de joelhos, me sento, ficando de pé logo em seguida.

Aang fica de pé, ficando na minha frente, ele ergue os braços da frente do corpo, preste a usar o ar caso necessário, pisco e fico ao seu lado, com as mãos na mesma posição que ele.

- Cessar-fogo! - Zhao pede, surgindo por trás de alguns guardas.

Ele me encara, sorrindo, sinto náusea, mas continuo firme na minha posição.

- Eu preciso do Avatar vivo. - ele para na nossa frente.

Respiro acelerada, sem saber o que fazer, o portão estava fechado e não conseguiríamos escapar por cima da muralha.

Uma mão me puxa para trás, o Espírito Azul fica na minha frente e coloca as duas espadas no pescoço do Aang, ele é maior que o Aang, fazendo-o mesmo se esconder.

- Não... o que está fazendo? - Aang o questiona, tirando as palavras da minha boca.

Me aproximo do Espírito Azul, seguro na sua roupa, na lateral da sua cintura, ele não me olha. Assim que ele começasse a se mover, eu faria o mesmo, olho sobre seu ombro, olhando para Zhao.

- Acho melhor abrir o portão! - ordeno.

Ele cruza os braços, erguendo mais ainda o pescoço, o Espírito Azul aperta mais ainda as espadas no pescoço do Aang, ouço o Aang soltar um ar de desespero, seguro o meu na garganta.

Com um olhar de desespero, Zhao solta os braços e olha para cima.

- Abram os portões! - ele ordena, aos gritos.

Olho sobre o ombro, nada acontece, volto a olhar para frente.

- Senhor? - um dos soldados questiona sem entender.

- Abram! Agora! - ordena novamente.

O portão se abre, o Espírito Azul olha sobre o ombro, faço o mesmo. O Espírito Azul começa a andar para trás, faço o mesmo, seguindo seus passos, ele continua olhando para frente, faço o mesmo, olhando sobre o seu ombro.

Zhao ordena que todos baixem as armas, todos obedecem, mas ele não tira os olhos de nós, o portão se fecha, mas o Espírito Azul não solta o Aang que começo a me perguntar se ele estava mesmo ajudando a gente?

Nós aproximávamos da floresta, saio de trás dele, olhando para Aang, ainda com as espadas no pescoço dele.

Ouço um assovio, olho para cima, vejo algo passar por mim, acertando a cabeça do Espírito Azul, que solta o Aang e cai para trás desmaiando, antes mesmo que eu pudesse virar para ele, sinto uma dor muito forte no ombro direito, caio para trás também, fecho os olhos, sinto um vento forte sobre a gente.

Abro os olhos, minha mão esquerda está sobre meu ombro, em torno da flecha que me acertou, quebro a fecha e deixo o aço ainda na pele, me sento, olhando em volta, uma neblina nos cobre.

Fico de joelhos, engatinho, me aproximando do Espírito Azul desmaiado, percebo que a máscara quebrou com a flecha, o que o protegeu de morrer.

Me aproximo, ficando perto dele, seguro a ponta da sua máscara, Aang está olhando na mesma direção que eu. Tiro a máscara, revelando o rosto da pessoa por trás daquilo, meu ar some, a de Aang sai junto com o som de espanto, termino de tirar a máscara, sentando sobre as batatas da perna.

Minha respiração fica desregulada, meus lábios ficam entreabertos e secos, mordo o lábio inferior, meus olhos começam a lacrimejar, não sei se é de raiva por ter confiado nele ou de tristeza, por não ter percebido que era ele.

Não sei o que fazer, continuo olhando para ele. Olho em volta, ouço as vozes dos soldados, que vêm na nossa direção, Aang olha sobre o ombro.

Aang passa por mim e segura meu ombro, me puxando para cima, cambaleio e me junto a ele, paro, o fazendo parar.

Ele me olha, virando o corpo na minha direção, olho sobre o ombro, sentindo uma dor em meu peito, me solto do Aang e volto para o Zuko, ainda desmaiado, me ajoelho, ergo o olhar.

- Aang, me ajuda a levá-lo. - peço.

Ele olha para a floresta, volta a olhar para o som dos guardas e finalmente me olha, em seguida, olha para ele.

- Tá! - ele bate o pé.

Coloco minhas mãos nas bochechas do Zuko, deslizo as mãos para os ombros dele e o puxo para perto, mesmo com dor no ombro devido à ferida, o seguro, Aang me ajuda a levantá-lo.

Coloco Zuko de apoio no meu corpo, meu ombro arde, coloco minha mão sobre a ferida, congelando e parando o meu sangramento. Coloco seu braço por cima do meu ombro, puxando o seu corpo junto ao meu, Aang fica do outro lado, olho sobre o ombro, as silhuetas dos soldados já começam a aparecer, começo a andar, com a cabeça do Zuko caído para frente, sua respiração está calma e tranquila.

Caminho em direção à floresta, com Aang segurando o corpo do Zuko, tentando me ajudar, olho para baixo, os pés do Zuko estão se arrastando, paro, me apoiando na árvore, recuperando o ar, Aang solta o Zuko e olha para mim.

- Não consegue ir mais rápida? - me questiona.

Olho para ele, com raiva.

- Por que não carrega ele sozinho, já que está com tanta pressa assim? - pergunto.

Seus olhos se arregalam, ele olha para o tronco da árvore, acompanho o seu olhar, vejo o gelo que formei no tronco, desvio o olhar, ignorando aquilo, se o Aang estava com medo do meu poder, seria melhor ele se afastar de mim de uma vez, ao contrário do Zuko, que mesmo sendo um usuário do fogo, ele nunca teve medo do meu poder, já Aang, parecia ficar satisfeito quando eu não usava ele.



A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]Onde histórias criam vida. Descubra agora