Cap: 11 - O Reencontro

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Eldric acordou cedo, o primeiro raio de sol mal havia tocado o horizonte. Ele se espreguiçou, sentindo o peso dos dias intensos de treinamento em seus músculos. O pedido que fizera na noite anterior ainda ecoava em sua mente: um dia de folga para visitar seus pais.

Ao sair da cabana onde estava hospedado com Amara, encontrou-a já desperta, sentada em uma pedra próxima. Ela parecia estar meditando, mas ao perceber a presença de Eldric, abriu os olhos e sorriu.

- Parece que você estava realmente ansioso por esse dia de folga - disse Amara, com uma pitada de humor na voz.

- Nem consigo descrever como estou, Amara - respondeu Eldric, se aproximando dela. - Sinto tanta falta dos meus pais... Quero ver como estão, dizer que estou bem.

Amara assentiu, compreendendo a importância daquele momento para Eldric.

- Entendo perfeitamente. E eu já pensei em uma maneira de você chegar até lá rapidamente.

Eldric ergueu as sobrancelhas, surpreso.

- Sério? Como?

Amara levantou-se e o conduziu para uma área mais afastada, onde havia uma pequena clareira. No centro, uma antiga runa estava esculpida no chão, rodeada por marcas de desgaste que sugeriam um uso frequente no passado.

- Esta é uma runa de teletransporte - explicou Amara, ajoelhando-se ao lado do símbolo. - Foi criada por magos antigos para permitir que se viajasse grandes distâncias em pouco tempo. Felizmente, consegui reativá-la durante uma das minhas viagens. Se você se concentrar no lugar onde deseja ir, a runa pode levá-lo até lá.

- Isso é incrível! - Eldric exclamou, observando o símbolo com renovada admiração. - Mas... como funciona exatamente?

Amara sorriu, satisfeita com o entusiasmo dele.

- É simples, mas requer concentração. Feche os olhos, visualize o local onde seus pais estão. Pense nos detalhes - a aldeia, a casa deles, o som do rio próximo, o cheiro das árvores ao redor. Deixe sua mente se conectar com o lugar. A runa fará o resto.

Eldric respirou fundo, tentando controlar a excitação e o nervosismo. Ele seguiu as instruções de Amara, fechando os olhos e concentrando-se na aldeia. Lembrou-se do som das folhas farfalhando ao vento, do riso de sua mãe, do calor aconchegante da lareira na casa de seus pais.

Quando abriu os olhos, a runa começou a brilhar com uma luz azulada, pulsando suavemente como um coração batendo. Amara se afastou, dando espaço para Eldric.

- Está pronta - disse ela. - Quando pisar no centro, a magia fará o resto. Apenas mantenha seus pensamentos fixos no destino.

Eldric assentiu, nervoso mas determinado. Ele deu um passo à frente, posicionando-se no centro da runa. O brilho azul o envolveu, e ele sentiu uma leveza estranha, como se estivesse flutuando.

- Cuide-se, Eldric - Amara falou, com um tom de aviso em sua voz. - E não demore muito. Os Sombrios estão se movendo rápido, e precisamos estar prontos para quando voltarem a atacar.

- Eu prometo que voltarei rápido - respondeu Eldric, antes que a luz ao seu redor aumentasse, tornando-se intensa demais para seus olhos suportarem.

De repente, a sensação de flutuar foi substituída por uma queda suave, e quando Eldric abriu os olhos novamente, estava em sua aldeia. O familiar cheiro da terra molhada e o som do rio próximo encheram seus sentidos. Ele estava em casa.

A aldeia parecia quase a mesma, exceto por uma tensão sutil no ar. Pessoas que ele conhecia há anos passavam rapidamente, com olhares preocupados e passos apressados. Eldric começou a caminhar em direção à casa de seus pais, seu coração batendo mais rápido a cada passo.

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