Cap: 23 - Revelações No Santuário

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O sol já estava alto no céu, após a batalha contra Nyra, quando o grupo finalmente cruzou as portas do santuário, ainda abalado pelos eventos da batalha contra Nyra e seus aliados. O santuário, uma estrutura antiga com inscrições e runas gravadas em suas paredes de pedra, irradiava uma aura de mistério e poder. Eldric, Amara, Cael, Freya e Maya sentiram a energia vibrante que pulsava ao redor.

- Estamos dentro. - Eldric quebrou o silêncio, sua voz ecoando pelas vastas câmaras do santuário. - Este lugar parece muito mais do que esperávamos.

- Há algo antigo aqui, algo que não deveria ter sido esquecido. - Amara murmurou, seus olhos percorrendo as paredes cobertas de símbolos arcaicos. Ela ergueu a mão, sentindo uma leve vibração na ponta dos dedos. - Este santuário guarda segredos poderosos.

Freya caminhou lentamente até uma das paredes, seus dedos deslizando pelas inscrições. - Estas runas... parecem diferentes de tudo que já vi. Não são apenas decorativas, são fórmulas, encantamentos antigos. Devem ter sido feitos para proteger algo importante.

Maya aproximou-se, analisando as runas com mais atenção. - Sim, cada uma delas parece ser uma barreira mágica, interligadas como uma teia de proteção. Mas de quem? Ou do quê?

- Vamos descobrir. - Eldric respondeu, sua determinação clara. Ele caminhou até o centro da sala, onde havia um pedestal com um objeto envolto em uma camada de energia luminosa. - Acho que este é o coração do santuário.

Cael aproximou-se de Eldric, os olhos fixos no objeto. - O que é isso? Parece uma pedra, mas a energia que emana dela... é diferente de qualquer coisa que já encontramos.

Eldric assentiu, cauteloso. - Não é apenas uma pedra. É um cristal. Um catalisador de magia antiga. - Ele ergueu o cajado, e uma luz suave emanou da ponta, revelando inscrições ao redor do pedestal. - E parece que está selado por uma série de encantamentos de proteção. Precisamos entender o que cada um faz antes de tentar qualquer coisa.

Amara estudava as inscrições no pedestal com cuidado. - Estes encantamentos estão interligados. Cada um protege o próximo. Romper um de forma incorreta pode desencadear uma reação em cadeia. Precisamos decifrá-los com cuidado.

- Devemos começar pelo primeiro. - Maya sugeriu. - Parece o mais simples, mas não podemos subestimá-lo.

Freya continuou examinando as paredes. - Há algo mais. Não são apenas encantamentos de proteção. Estes símbolos nas paredes... contam uma história. Um aviso, talvez.

Cael virou-se para Freya, curioso. - O que diz?

Freya começou a ler os símbolos lentamente, como se cada palavra fosse pesada com significado. - "Aqueles que ousam desvendar os segredos deste lugar devem provar seu valor. Pois a luz e a escuridão caminham lado a lado. E somente o coração puro, sem medo e sem ódio, será digno de atravessar os véus que aqui se erguem."

- Isso soa como um teste. - Eldric comentou, franzindo o cenho. - Algo que foi posto aqui para desafiar aqueles que tentarem acessar o poder do santuário.

Amara se aproximou das paredes e, ao observar melhor, acrescentou: - Há mais. Aqui, fala sobre um "Guardião". Alguém que foi escolhido para proteger o segredo do santuário. A lenda diz que esse guardião nunca abandonou seu posto, mesmo na morte.

- Um guardião fantasma? - Maya ergueu uma sobrancelha. - Isso explica a energia estranha que sentimos ao chegar.

Cael cruzou os braços, pensativo. - E se Nyra estava atrás disso? Ela sabia que este santuário tinha poder, mas não parece que ela conseguiu entender como desbloqueá-lo.

Eldric deu um passo à frente, os olhos fixos no cristal. - Devemos avançar com cautela. Estamos lidando com magia muito antiga, e qualquer erro pode ser fatal. Precisamos de mais informações antes de tentar interagir diretamente com o cristal.

Amara, que ainda estava examinando as inscrições nas paredes, ergueu a voz. - Aqui diz algo sobre "provações". Parece que o próprio santuário submete os intrusos a testes antes de permitir que cheguem ao seu centro. Testes de coragem, sabedoria e... algo relacionado ao sacrifício.

- Sacrifício? - Freya perguntou, alarmada. - Isso não soa nada bom.

Eldric balançou a cabeça. - Não deve ser interpretado literalmente. Muitos rituais antigos exigiam que os participantes deixassem para trás algo de valor emocional, algo que os impedia de seguir adiante. Isso é comum em antigas tradições mágicas.

- Ainda assim, precisamos ter cuidado. - Cael disse. - Se falharmos nesses testes, o que pode acontecer?

Amara suspirou. - Não podemos prever as consequências, mas as lendas falam de punições severas para aqueles que não são dignos.

Maya, que estava analisando mais uma parte das paredes, acrescentou: - Aqui diz que, para acessar o poder do santuário, "a pureza da alma será julgada pela balança da luz e da escuridão". Isso é uma referência a antigas práticas de julgamento espiritual. Se o coração de alguém estiver cheio de ódio ou vingança, o santuário o rejeitará.

Freya franziu a testa, pensativa. - E se alguém falhar nesse julgamento?

Amara apontou para uma parte da inscrição que mostrava figuras sendo envolvidas por sombras. - A escuridão os consumirá. Eles se tornarão parte do santuário, aprisionados aqui para sempre.

O grupo caiu em silêncio, as palavras ecoando pela sala. Eldric quebrou o silêncio com uma voz firme. - Precisamos de uma estratégia. Não podemos simplesmente tentar nossa sorte. Vamos decifrar esses encantamentos e entender os testes antes de nos arriscarmos.

- Concordo. - Freya assentiu. - E também precisamos garantir que estamos prontos para qualquer teste que o santuário possa nos impor.

Cael se aproximou do pedestal novamente, observando as runas com atenção. - Talvez, se conseguirmos entender o primeiro encantamento, os outros se tornem mais claros. Devemos começar com ele.

Eldric concordou, apontando seu cajado para o primeiro conjunto de runas. - Certo, mas faremos isso juntos. Amara, preciso que você mantenha o fluxo de energia equilibrado enquanto tento quebrar a barreira inicial.

Amara se posicionou ao lado de Eldric, concentrando-se. - Estou pronta.

Freya, Maya e Cael ficaram em alerta, observando o processo com atenção. Eldric começou a murmurar palavras em uma língua antiga, o brilho do cajado intensificando-se enquanto as runas reagiam à sua magia. A energia ao redor do pedestal começou a pulsar, e um som baixo, quase imperceptível, ecoou pela sala.

- Está funcionando. - Amara sussurrou, seus olhos brilhando com a concentração. - Continue, Eldric. A barreira está se enfraquecendo.

De repente, um raio de luz branca disparou do pedestal, envolvendo Eldric e Amara. O grupo ficou tenso, mas Eldric manteve o foco, controlando a energia ao redor. Lentamente, o brilho diminuiu, e as runas começaram a desaparecer, uma por uma.

- Conseguimos! - Eldric exclamou, um sorriso aliviado em seus lábios. - A primeira barreira foi quebrada.

- E agora? - Cael perguntou, aproximando-se do grupo. - O que vem a seguir?

Eldric olhou para o pedestal, que agora parecia mais acessível, embora ainda protegido por outras camadas de encantamentos. - Agora, devemos enfrentar o segundo teste.

Amara respirou fundo. - Se o primeiro teste foi de coragem, o próximo provavelmente será de sabedoria.

Maya, observando o santuário com cautela, acrescentou: - E depois, será o teste de sacrifício. Precisamos estar preparados, tanto mental quanto emocionalmente.

Freya assentiu, determinada. - Não importa o que o santuário nos imponha. Vamos superar isso juntos.

Eldric ergueu o cajado, pronto para continuar. - O poder deste santuário é a chave para restaurar o equilíbrio que Nyra tentou destruir. Estamos perto, mas ainda há muito trabalho a fazer. Que todos se preparem. As revelações mais importantes ainda estão por vir.

Com isso, o grupo se preparou para o próximo desafio, ciente de que as respostas que buscavam estavam ao seu alcance, mas que os testes do santuário os forçariam a enfrentar seus medos mais profundos e a provar seu verdadeiro valor.

O Herdeiro da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora