Cap: 37 - A Batalha Final Parte 2

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O céu escureceu ainda mais sobre Norvik, as nuvens pesadas rodopiando como se a própria natureza estivesse preparando o palco para o confronto final. O vento começou a uivar, e os primeiros pingos de chuva começaram a cair, como um prenúncio da tempestade que estava por vir. Eldric olhou para o céu, sentindo a energia no ar. A tempestade estava vindo, e com ela, seu poder crescia.

O Mestre dos Sombrios se preparava para atacar, suas sombras se estendendo como tentáculos malignos, envolvendo tudo ao redor. Mas Eldric estava inabalável. Com a primeira trovoada no horizonte, ele soube que aquele era o momento.

- Você realmente acha que uma simples tempestade vai te salvar, Eldric? - zombou o Mestre dos Sombrios, sua voz gotejando desprezo. - Eu controlo a escuridão, as sombras... O que uma tempestade pode fazer contra mim?

Eldric não respondeu. Ele sentiu a energia da chuva que começava a encharcar seu corpo, cada gota amplificando seu poder. O som dos trovões parecia ressoar dentro de si, cada relâmpago que cortava o céu aumentava sua força. A espada em sua mão vibrava com a mesma energia que dançava no ar ao seu redor.

A batalha recomeçou, desta vez com Eldric partindo para o ataque. Ele avançou com uma velocidade impressionante, sua espada imbuída com o poder da tempestade. O Mestre dos Sombrios tentou desviar, suas sombras se enrolando para bloquear o ataque, mas o impacto da espada de Eldric as cortou como se fossem teias frágeis.

- Sente o poder agora, Mestre? - gritou Eldric, suas palavras se fundindo ao som de um trovão. Ele deu outro golpe, forçando o Mestre a recuar. - Isso é apenas o começo!

A batalha entre os dois era intensa. A cada movimento de Eldric, os raios pareciam acompanhá-lo, como se a própria tempestade estivesse lutando ao seu lado. O Mestre dos Sombrios contra-atacava com suas sombras, que se estendiam em chicotes afiados, tentando prender Eldric e drená-lo de suas forças. Mas a cada golpe sombrio, Eldric parecia apenas ficar mais forte.

A chuva agora caía com força, criando uma cortina de água ao redor deles. O campo de batalha estava encharcado, e os Guardiões da Luz, lutando contra os capangas do Mestre dos Sombrios, começaram a perceber a mudança no ambiente. Amara, Maya, Freya, Cael e Edghar lutavam com coragem, mas era impossível ignorar o espetáculo de poder que acontecia entre Eldric e o Mestre dos Sombrios.

- O poder da tempestade está com ele... - sussurrou Amara, admirada, enquanto erguia outra barreira de proteção.

Eldric sentiu uma nova onda de energia atravessá-lo. Os raios no céu pareciam mais intensos, e a sensação de poder crescendo dentro dele o fez sorrir. Ele parou por um momento, fitando o Mestre dos Sombrios.

- Vou te mostrar por que sou o Herdeiro da Tempestade! - gritou Eldric, sua voz carregada de determinação.

Com um salto ágil, ele avançou sobre o Mestre. No momento em que sua espada descia para o golpe final, algo extraordinário aconteceu. Uma energia pura e luminosa envolveu Eldric, como se ele fosse o centro de um vórtice de luz. Os raios do céu pareciam convergir para ele, formando um círculo brilhante ao seu redor, A junção dos elementos em sua volta estavam canalizando na espada. Ele estava radiante, sua figura quase divina em meio à escuridão que o cercava.

O Mestre dos Sombrios arregalou os olhos, surpreso e apavorado. Ele tentou recuar, mas era tarde demais. O golpe de Eldric foi certeiro, atravessando as sombras do Mestre como se fossem fumaça.

- NÃO! - gritou o Mestre dos Sombrios, sua voz carregada de desespero. - Isso não pode estar acontecendo!

Mas estava. O poder da luz e da tempestade se combinou em Eldric, destruindo as sombras do Mestre dos Sombrios de uma vez por todas. Um grito final de agonia ecoou pela praça, e então, o silêncio. As sombras desapareceram, e o corpo do Mestre se desfez no ar, como se nunca tivesse existido.

Eldric permaneceu imóvel por um momento, respirando fundo enquanto a energia da tempestade ainda corria por suas veias. A chuva agora era mais leve, quase uma bênção após a intensa batalha. Os Guardiões da Luz começaram a perceber que a luta havia terminado. Os capangas do Mestre dos Sombrios, sem seu líder, começaram a fugir ou simplesmente desapareceram junto com as sombras.

- Vencemos! - gritou Maya, levantando a espada no ar. Cael e Freya se abraçaram, aliviados, enquanto Edghar suspirava, exausto mas sorrindo.

Mas Eldric ainda tinha algo em mente. Ele caminhou até onde Amara estava, seus olhos brilhando de uma maneira diferente agora. Não era mais apenas o poder da tempestade que o preenchia, mas algo mais profundo, algo que ele não podia mais ignorar.

Amara, ainda ofegante da batalha, olhou para Eldric se aproximando e sentiu o coração acelerar. Havia algo no olhar dele, algo que ela reconhecia mas não esperava ver naquele momento.

- Amara... - começou ele, sua voz mais suave agora, mas cheia de emoção. Ele parou bem na frente dela, olhando em seus olhos. - Há algo que eu preciso dizer, algo que venho sentindo há muito tempo.

Os outros Guardiões se aproximaram, curiosos, mas respeitosos. Maya, Cael, Freya e Edghar formaram um círculo ao redor deles, sem querer interromper.

- Eu lutei ao seu lado, vi sua coragem, sua força, e a maneira como você sempre protegeu todos nós. Mas não é só isso que me faz te admirar... É você. Tudo em você. - Eldric respirou fundo, seus olhos não desviando dos de Amara. - Eu sei que pode parecer um momento estranho, mas depois de tudo isso, não quero mais adiar o que sinto, você já sabe, mas agora quero dizer na frente de todos. Eu me apaixonei por você, Amara, e não quero perder mais tempo.

Amara ficou sem palavras por um momento, surpreendida pela declaração, mas antes que pudesse responder, Eldric deu mais um passo à frente, pegando suas mãos.

- Eu te amo, Amara. - disse ele, sua voz firme e clara. - E quero te pedir algo diante de todos aqui, diante do nosso reino. Amara... você aceita namorar comigo?

A praça, que minutos antes fora palco de uma batalha feroz, agora estava mergulhada em um silêncio reverente. Todos os olhos estavam sobre Amara, e a emoção no ar era palpável. Mércia, observando de perto, sorriu com orgulho, sabendo o quanto aquele momento significava para seu filho.

Amara olhou para Eldric, seus olhos brilhando com lágrimas que ela tentou segurar. Ela apertou as mãos dele, sorrindo de volta.

- Eu aceito, Eldric... É claro que eu aceito! - disse ela, sua voz tremendo de emoção.

Os dois se aproximaram, e em meio à chuva leve que ainda caía, eles se beijaram. O som de aplausos ecoou pela praça, os Guardiões comemorando a união dos dois. Maya, apesar de tudo, estava feliz por Eldric e soltou um grito de alegria, e até Cael e Freya, sempre mais reservados, não puderam evitar sorrir amplamente.

Quando se separaram, Eldric sorriu para Amara, ainda segurando suas mãos.

- Agora que tudo terminou, e vencemos juntos... quero mais uma coisa. - Ele se virou para Mércia, que caminhava lentamente em direção a eles.

- Mãe... chegou a hora. - disse Eldric com firmeza. - Eu assumo o trono, mas quero Amara ao meu lado.

Mércia sorriu com orgulho, e sem hesitar, ergueu as mãos.

- Então assim será. - declarou ela, sua voz ecoando. - Eu abdico o trono em favor de você meu filho, Herdeiro da Tempestade, e Amara, sua rainha.

A praça explodiu em comemorações novamente, e Eldric, agora rei, olhou para Amara com um sorriso radiante. Ele sabia que aquele era apenas o começo de uma nova era.

O Herdeiro da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora