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Pov • Wesley Teixeira
Meu aniversário foi uma completa chatice. Almocei com meus irmãos e meus pais na casa da Monique, e só. Nada de interessante.
Tentei diversas vezes ligar pra Pérola, mas ela não atendeu. Vai entender, né? Deve tá bem ocupada lá. Às vezes eu paro pra pensar, e percebo que eu fico muito em cima dela.
- Ou, trás mais dois copos desse aqui pra mim. - peço no balcão.
- Quem é vivo sempre aparece. - Paloma surge do nada.
- Pra mim você morreu. - digo baixo e evito contato visual.
- Quê?
- Nada não.
- Aqui, patrão. - o barman me entrega.
- Valeu. - já viro um copo.
- Cuidado, vai devagar. - Paloma toca o meu ombro.
- Wesley, meu irmão! - Biro me puxa pelo braço e me leva até outro lugar.
- O que foi? - viro o outro copo.
- Tá maluco? Tu é casado, cara.
- Deixa ele. - Matheuzinho se intromete.
- Cala boca. - Bidon diz.
Percebo que a namorada do Breno estava me encarando.
Ficamos conversando por volta de umas duas horas, bebendo a todo instante.
- Nossa, já tá tarde. - viro o último copo.
- Já vai já? - Biro pergunta.
- Ainda. - assim que levanto, a minha visão fica turva. - Porra. - apoio na parede.
- Tá suave aí?
- Tá beleza. - faço um jóia. - Valeu, irmão.
- Vai na fé.
Saio dali e vou pro estacionamento, cambaleando mas vou.
- Tem como vocês sair de perto do meu carro? - pergunto com a voz arrastada pra uns jovens, que no mesmo instante saem dali.
- Ou, tá bem? - ouço a voz da Paloma enquanto procuro a chave do meu carro.
- O que 'cê quer? - olho pra ela.
- Ver se você precisa de ajuda. - diz se aproximando de mim.
- Ô sua atirada - digo indignado. - eu não preciso da ajuda de ninguém além da Minha namorada.
- Nossa, que grosseria.
- Ah, vamo se ligar né. - volto a pegar a minha chave.
- Pelo amor de Deus... - estalo a língua. - Viu, como que a Aline tá?
