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Pov •Wesley Teixeira
Entro no banheiro, e quando vou fechar a porta sou impedido por um pé, que eu reconheço ser de quem é.
O corpo menor que o meu entra no banheiro e se escora na porta atrás dela e na minha frente.
Ela fica com os braços cruzados e eu apoio um pouco na parede.
- Vai me evitar até quando? - quebra o silêncio entra nós.
- Até quando eu achar necessário.
- Você sabia que você tá sendo super infantil, né?
- E você não foi? - ela respira fundo.
- Por que tá me evitando?
- Não se faz de sonsa não.
- Se eu soubesse eu não estaria aqui com a cara mais lavada do mundo perguntando. - estalo a língua.
- Eu quero usar o banheiro. Dá licença.
- E eu quero saber o porquê de você estar assim comigo.
Fico quieto e começo a molhar a ponta da roupa na torneira da pia.
- Quem é aquela lá? Sua namorada... ?
- Que? Que namorada o que ou, se liga.
- Pensei que fosse, vocês tavam cheios de sorrisinhos um pro outro.
- Nada vê. E se eu tivesse?
- Nada... Não teria problema nenhum, até porque supostamente terminamos.
- Não é supostamente, terminamos definitivamente.
- Por quê? Me explica. - toca a minha mão, mas eu retiro ela dali e me afasto dela. Ela fica totalmente sem graça e envergonhada.
- Por quê? Você me pergunta por quê? - pergunto desacreditado.
- É. - dou uma risada irônica.
- Eu já devia saber que as pessoas não mudam, realmente não mudam. Se ela comete um erro mais de uma vez, é óbvio que ela não vai mudar. - continuo a lavar, ao menos tentar lavar a blusa.
- No que eu errei? - ela fecha a água da torneira.
- Você traiu a minha confiança mais de uma vez, foi nisso que você errou.
- Quê? Wesley, quando eu fiz isso? Eu sempre fui fiel a nossa relação. Mesmo estando perto ou longe, eu sempre fui e serei só tua.
- Longe pode até ter sido, mas perto não. Parece até ironia.
- Como assim?
- Eu internado, Pérola, e você e o Cacá sem um mínimo de empatia.
