Capitulo 26

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O Sol já tinha sumido dando lugar a Lua no céu escuro sendo iluminado apenas por ela e pelas estrelas e não tínhamos nenhuma notícia de Daryl e dos outros que haviam saído para salvar Glenn e Maggie. Eu estava preocupada e mesmo tentando ler alguma HQ, não conseguia me concentrar na leitura. Abaixei a HQ e suspirei olhando para Sophia que estava com outra história diferente, mas diferente de mim ela estava imersa na leitura e como eu não queria incomoda-la, apenas me levantei e saí da cela.

Fui em direção a cela onde Beth estava segurando Judith nos braços e Carl apenas olhava para a irmã em um canto da parede. O prisioneiro loiro, o qual eu não sabia o nome, estava ao lado de Beth com uma cara estranha. Contive uma careta e fui ao lado de Carl quando Carol chamou pelo homem que saiu da cela. Eu sabia que provavelmente Carol daria uma bronca no homem pervertido.

- Você está bem, Kate?

Carl me perguntou de repente. As vezes eu não conseguia esconder minha expressão no rosto.

- Estou preocupada com o Daryl e os outros.

O garoto deu um suspiro cansado. Presumi que ele sentia a mesma coisa que eu pelo semblante que Carl carregava em seu rosto. Ambos éramos crianças com responsabilidades demais a cima de nossos ombros, mas não culpávamos à ninguém por isso.

- Eu também estou preocupado.

Foi tudo o que ele disse olhando para Judith que passara do colo de Beth para o de Herschel. O homem levava jeito com crianças, na verdade, levava jeito com todo mundo. Talvez cuidar realmente fosse um dom que nem todos tinham. Carl saiu da cela e se sentou nas escadas com as mãos apoiadas na cabeça e eu apenas o encarei.

- Talvez você deva conversar com ele, Kate.

Quando olhei para trás era Beth quem dizia com um sorriso simpático no rosto.

- Vocês se entendem bem. E não adianta dizer que não.

Acho que Beth não entendia que eu e Carl brigávamos muito e tentei dizer isso a ela, porém a loira deu um risinho.

- Todos brigamos com quem mais nos importamos as vezes.

Ela fez sinal com a mão para que eu fosse me sentar ao lado de Carl que estava sozinho nas escadas. Assenti para Beth e fui até o garoto pensando sobre o que a loira havia dito, talvez ela estivesse errada, mas eu não estava afim de questionar.

- Posso me sentar?

Eu estava de frente para Carl que, ao ouvir minha voz, levantou o rosto e assentiu sem dizer nada. Ficamos em silêncio, ele mexia no cadarço de seu tênis enquanto eu olhava em volta. Era engraçado como as coisas mudavam tão rápido, porém não tínhamos conhecimento se seriam para a melhor ou para a pior.

Comecei a pentear meu cabelo com os dedos, uma mania que adquiri em algum momento. Meus fios cor de cobre deslisavam com muita facilidade por minha mão.

- Seu cabelo é lindo.

Quase me assustei com o silêncio sendo quebrado por Carl que me olhava pentear o cabelo. Senti meu rosto esquentar.

- Obrigada.

Sorri para Carl que olhava para meu cabelo com uma admiração no olhar que nunca havia visto antes.

- Acho que você é a primeira pessoa que conheço que tenha essa cor de cabelo, Pimenta.

Ele disse aproximando a mão de alguns fios que caiam sobre meu rosto, então quando Carl pegou a mecha na mão deu uma leve puxada no meu cabelo.

A Esperança/ Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora