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Ajustei meus óculos, bufando ao ler mais uma vez o parágrafo do livro, e mesmo assim, sem conseguir absorver. Meus pensamentos eram Pete, somente esse maldito latino que não sai dos meus pensamentos. A cada dia que passa, eu me vicio mais em Pete.

No entanto, me sinto um péssimo amigo por não contar nada ao Yim, mas eu sei que ele não vai gostar de saber que estou ficando com o irmão dele, e não quero estragar a relação do Pete com ele, agora que eles estão ficando mais próximos.

- Esse professor de dança é tão gostoso. – Disse Steve, meu colega, sentado ao meu lado. – Já viu aquela bunda? Sempre que passo por perto, eu preciso me controlar pra não dar um tapa.

Senti a raiva subir para o meu rosto. Odeio a ideia de mais alguém cobiçando o Pete. Eu sei que não somos namorados, mas isso não me agrada em nada...

- Cala a boca, e tenha mais respeito! – Eu disse, a voz carregada de raiva. – Não fale dele como se fosse um bolo de morango. Seja mais respeitoso, seu filho da puta!

Steve ficou olhando para mim com uma expressão de surpresa, claramente sem entender o porquê da minha reação tão exagerada.

- Cara, relaxa. Foi só um comentário. – Ele deu de ombros, mas eu não estava nem um pouco interessado nas desculpas dele.

Me levantei e saí da sala, tentando respirar fundo para controlar a raiva. Eu não queria que ninguém falasse do Pete desse jeito, como se ele fosse um objeto. Era difícil admitir, mas acho que estava começando a sentir algo mais por ele. Algo que ia além da simples atração física.

Cheguei ao corredor e me encostei na parede, fechando os olhos por um momento. Tudo parecia tão confuso na minha cabeça.

- Vegas? – Ouvi a voz de Pete, me fazendo abrir os olhos de repente. Ele estava parado ali, me olhando com aquele sorriso que sempre me desmontava. – Tá tudo bem? Você passou tão de repente.

- Ah, tá tudo bem, só... não estava me sentindo muito bem. – Menti, tentando parecer mais calmo do que realmente estava.

Pete se aproximou, e seu sorriso se alargou. Ele colocou a mão no meu braço, e eu senti um arrepio percorrer meu corpo.

- Quer dar uma volta? – Ele perguntou, seus olhos cheios de uma preocupação. – Podemos ir tomar um ar fresco.

Eu assenti, incapaz de recusar um convite dele. Caminhamos juntos pelo corredor, saindo do prédio em direção ao jardim. Eu precisava me acalmar, e estar ao lado de Pete, apesar de tudo, era o que me deixava mais tranquilo.

- Ei, o que aconteceu? – Pete perguntou, parando e se virando para me encarar.

- Só... – Suspirei, desviando o olhar. – Odeio quando as pessoas falam de você como se você fosse um pedaço de carne. Como aquele idiota do Steve, por exemplo.

Pete riu, balançando a cabeça.

- Ah, Vegas... você é tão fofo. – Ele se aproximou mais, colocando a mão no meu rosto. – Não precisa se preocupar com o que eles dizem. Eu só me importo com o que você pensa.

Meu coração disparou, e eu senti meu rosto corar. Pete estava tão perto que eu podia sentir seu cheiro, seu calor. Era quase irresistível.

- Eu... – Comecei a falar, mas as palavras sumiram da minha mente. Eu só conseguia pensar no quanto queria beijá-lo.

Pete inclinou a cabeça levemente, seus olhos fixos nos meus.

- O que foi?

Eu não consegui me segurar. Me inclinei para frente e o beijei, deixando toda a minha frustração e desejo explodirem naquele beijo. Pete correspondeu imediatamente, seus braços envolvendo meu pescoço e me puxando para mais perto.

Corazón de niño, alma de hombre - VEGASPETE Onde histórias criam vida. Descubra agora