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O sábado estava ensolarado e tranquilo. Eu estava sentado no canto da sala, com a câmera que Pete me deu de presente de aniversário nas mãos, observando enquanto ele ensaiava. Pete estava concentrado, focado no concurso de dança que se aproximava.

Click.

A cada giro, a cada passo, eu tirava uma foto. A luz da tarde atravessava as janelas, iluminando seu corpo de uma forma quase mágica. Pete estava tão focado que parecia não notar minha presença.

Click.

De repente, ele deu uma pausa, respirando fundo, com uma leve camada de suor cobrindo sua pele. Ele virou o rosto e me viu ali, sentado no canto, a câmera ainda em mãos.

- Você tá me espiando? - Ele perguntou, com um sorriso brincalhão no rosto, as mãos na cintura, fingindo estar sério.

- Tô capturando seu talento, amor. - Respondi, ajustando o foco enquanto tirava mais uma foto dele rindo. A câmera fez mais um click, e eu sorri ao vê-lo se aproximar.

- Essa câmera é boa, hein? - Pete comentou, pegando uma garrafa de água e bebendo um gole enquanto se aproximava. - Tá tirando boas fotos?

- As melhores. - Falei, me levantando e mostrando a ele algumas das imagens que havia capturado.

Ele se inclinou para olhar as fotos, os olhos brilhando de satisfação.

- Cara... essas ficaram ótimas, Vegas! - Ele disse, visivelmente animado. - Mas espera aí... como você consegue focar tanto quando tá me olhando? Pensei que ficava distraído.

Eu ri, um pouco envergonhado.

- É que você fica incrível nas fotos, Pete. Não tem como não tirar fotos boas.

Ele arqueou uma sobrancelha, com um sorriso de canto.

- Eu sei que fico incrível, cariño. - Ele provocou, pegando a câmera da minha mão e virando-a para mim. - Agora é a minha vez. Vamos ver como você se sai na frente da lente

Assim que Pete pegou a câmera, senti meu corpo enrijecer. Ele me deixava nervoso de um jeito que eu nunca conseguia controlar. Mesmo com tudo o que já passamos, ainda me surpreendia como ele conseguia me desestabilizar com um simples sorriso ou uma brincadeira.

- O que foi, Vee? Ficou nervoso? - Pete perguntou, com aquele sorriso travesso que sempre me deixava sem palavras.

- Eu... não é isso... - Tentei disfarçar, mas a verdade é que meu coração estava disparado. - Só não estou acostumado a ficar na frente da câmera, é tudo.

Ele riu, ajustando a câmera como se estivesse se preparando para tirar minha alma junto com a foto. Seus olhos me observavam de um jeito que só ele fazia, deixando-me ainda mais sem jeito.

- Relaxa, amor. - Ele disse, dando um passo para trás, se posicionando. - Só quero algumas fotos. Não precisa fazer pose, só... fica aí, como você tá.

"Amor", de novo. Toda vez que ele me chamava assim, era como se meu cérebro travasse por um segundo. Pete parecia nem notar o efeito que isso tinha em mim, mas eu estava à beira de derreter toda vez que a palavra saía da boca dele.

Eu tentei relaxar, mas claro que não consegui. Eu me mexia de um lado para o outro, e Pete apenas ria, divertido com minha total falta de jeito.

- Vegas, para de se mexer tanto. - Ele riu, enquanto a câmera continuava clicando. - Parece que nunca tirou uma foto na vida.

- É diferente quando é você tirando. - Eu murmurei, cruzando os braços e tentando parecer mais natural, mas provavelmente parecendo mais travado ainda.

Corazón de niño, alma de hombre - VEGASPETE Onde histórias criam vida. Descubra agora