4. Batimentos do coração

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P.O.V. CARINA DELUCA

A luz suave do final da tarde entrava pelas janelas da sala de exames, criando um ambiente tranquilo enquanto eu finalizava a consulta com Elisa Scherer. Ela estava grávida de oito meses da pequena Alexandra, e cada visita com ela era um lembrete das maravilhas e dos desafios que vêm com a maternidade. Elisa sorriu para mim, um sorriso cheio de expectativa e nervosismo, enquanto ajustava a camisa sobre a barriga protuberante.

— Então, doutora, dia 10 de outubro, certo? — Ela perguntou, passando a mão carinhosamente sobre a barriga — Não acredito que falta tão pouco tempo.

Eu sorri de volta, compreendendo perfeitamente aquele misto de emoções. A espera, o amor crescente, o medo de que algo possa dar errado. Era um turbilhão, e eu, como médica e agora também mãe, entendia cada uma dessas preocupações.

— Sim, senhorita Scherer, dia 10 de outubro — confirmei, minha voz suave e tranquilizadora — Está tudo indo muito bem, e você está se saindo maravilhosamente. Alexandra já está quase pronta para conhecer o mundo.

Ela soltou uma risada, o som leve enchendo a sala.

— E eu estou pronta para conhecer ela. Obrigada, doutora DeLuca, por tudo.

Nos despedimos com um abraço caloroso, e ela saiu, ainda com um sorriso no rosto. Fiquei um momento sozinha na sala, aproveitando o silêncio, antes de organizar meus pensamentos. Hoje era um dia especial. Maya estava me esperando para algo que, como mãe e médica, eu sabia que seria um momento inesquecível: a primeira ultrassonografia do nosso bebê.

Já haviam se passado três meses desde que descobrimos que estávamos grávidas, e hoje seria a primeira vez que veríamos juntas nosso bebê. Senti meu coração acelerar com a antecipação. Maya estava ansiosa, o que era compreensível, considerando o quanto ela já amava esse bebê antes mesmo de vê-lo.

Dei uma última olhada na sala de exames para garantir que estava tudo em ordem antes de sair. Caminhei pelos corredores do Grey Sloan, me sentindo ao mesmo tempo empolgada e serena. Sabia que ela já estava na sala de espera, provavelmente mexendo no celular ou olhando para o relógio, tentando conter a ansiedade.

Liam, agora com seis meses, estava na creche do hospital. Ele estava crescendo tão rápido, cada dia uma nova descoberta, um novo som, um novo sorriso. E agora, estávamos prestes a repetir a experiência, mas desta vez, com uma nova compreensão e um coração ainda mais cheio de amor.

Quando virei o corredor, avistei minha esposa imediatamente. Ela estava sentada em uma das cadeiras da sala de espera, as pernas cruzadas e o olhar fixo no celular. Seus olhos se iluminaram ao me ver, e ela rapidamente guardou o aparelho no bolso, levantando-se para vir ao meu encontro.

— Ei, meu amor — ela disse, com aquele sorriso que sempre conseguia derreter qualquer tensão que eu pudesse estar sentindo. 

Ela me envolveu em um abraço apertado, como se estivesse tentando transmitir todo o seu entusiasmo e carinho em um só gesto. 

— Como foi a consulta com a Elisa? Uau, ela tá com um barrigão, a vi sair.

— Foi ótima — respondi, sentindo a calma que sua presença sempre me trazia — Marcamos o parto para o dia 10 de outubro. A pequena dela está saudável e muito ativa.

— Ah, isso é maravilhoso — Maya disse, ainda segurando minha mão enquanto começávamos a caminhar em direção à sala de exames onde Jo nos esperava — Tenho certeza de que vai ser um parto lindo.

Entramos na sala de exames, onde Wilson já nos esperava com um sorriso caloroso. Ela estava ao lado do monitor de ultrassom, preparando tudo para o grande momento.

One Shots Marina (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora