3. Demonstrações de amor

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P.O.V. MAYA BISHOP

Entrei em casa sentindo o peso de mais um plantão se esvair lentamente de meus ombros. Era como se cada passo que eu dava dentro do nosso lar, o caos e a adrenalina ficassem para trás, substituídos por uma serenidade que só o ambiente familiar podia proporcionar. A casa estava calma, envolta em uma tranquilidade quase reconfortante, e eu sabia que isso tinha tudo a ver com Carina.

O aroma delicioso de comida italiana se espalhava pela sala, me guiando diretamente para a cozinha. Ali, apoiada no balcão, estava ela, concentrada em seus afazeres culinários. A visão dela, vestida em um avental que deixava transparecer seu charme natural, me fez parar por um momento, simplesmente observando-a. Havia algo de profundamente relaxante em vê-la assim, tão à vontade, preparando o nosso almoço com tanto carinho.

— Ciao, amore mio — ela disse, sem nem precisar olhar para mim para saber que eu estava ali. O tom de sua voz, suave e cheio de afeto, imediatamente aqueceu meu coração.

— Ciao, bella — respondi, aproximando-me lentamente. Coloquei as chaves em uma mesa próxima e me inclinei para dar um beijo leve em seu ombro, apreciando o calor da pele dela contra meus lábios.

Carina se virou ligeiramente, me oferecendo um sorriso caloroso antes de voltar a focar no molho que estava mexendo em uma panela grande. O aroma do tomate fresco, manjericão e alho misturado se intensificava, enchendo a cozinha com um perfume irresistível que me fez perceber o quanto eu estava com fome.

— Como foi o plantão? — ela perguntou, sua voz gentil, mas com uma nota de preocupação subjacente. Ela sempre perguntava, sempre se preocupava, e isso era algo que eu amava profundamente nela.

— Foi intenso, mas nada fora do normal — respondi, suspirando e me encostando no balcão ao lado dela — Tivemos um incêndio complicado, mas todos estamos bem.

Carina assentiu, os olhos ainda no molho enquanto ela mexia devagar. Pude ver que, mesmo com a tranquilidade que exalava, ela ainda se preocupava. Não só por mim, mas por tudo o que isso significava para nós, para a nossa família.

— Fico feliz — ela disse suavemente, finalmente olhando para mim. Seus olhos escuros, sempre tão expressivos, refletiam uma mistura de alívio e amor — Eu preparei algo especial hoje. Achei que você gostaria de um almoço caseiro.

Eu sorri, sentindo-me incrivelmente sortuda por ter alguém como essa mulher em minha vida.

— Você me conhece tão bem — murmurei, inclinando-me para roubar um beijo rápido, mas doce — Parece maravilhoso.

Ela riu levemente, um som que sempre conseguia melhorar meu humor, e voltou a se concentrar na comida. Eu me afastei para dar uma olhada na mesa, já posta com perfeição. A visão me fez perceber o quanto eu ansiava por momentos assim — simples, mas tão cheios de significado.

— Liam ainda está dormindo? — perguntei, lançando um olhar para a babá eletrônica que estava no balcão, onde eu podia ver a imagem em tempo real de nosso pequeno anjo descansando em seu berço.

— Sim — Carina respondeu, com um sorriso suave ao olhar para a tela também — Ele acordou 10h e dormiu de novo. Acho que está finalmente se ajustando à nova rotina.

Eu assenti, sentindo uma onda de alívio. Ele era um bebê tranquilo, mas como qualquer mãe, eu sempre tinha uma preocupação constante com seu bem-estar. Saber que ele estava dormindo bem, se ajustando, me dava uma paz de espírito que era inestimável.

— Que bom. Ele merece todo o descanso do mundo — comentei, antes de me aproximar novamente de minha esposa — E eu também, depois desse plantão.

Ela riu, e pude ver um brilho malicioso em seus olhos.

One Shots Marina (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora