One Shots Marina (PT-BR)

30. Domingo

P.O.V. MAYA DELUCA-BISHOP

O sol começava a entrar pelas cortinas finas do nosso quarto, pintando o ambiente com uma luz suave e aconchegante. Era domingo de manhã, o tipo de manhã que eu nunca imaginei ter um dia. 

O som tranquilo da respiração de Carina ao meu lado, o leve movimento de Liam no meu peito e o calor do pequeno corpo de Nina no outro lado da cama criavam um ambiente perfeito.

Nós quatro, juntos, agarrados na cama, sem qualquer pressa ou compromisso. Apenas existindo naquele momento de paz.

Eu senti um leve puxão no meu cabelo. Olhei para baixo e vi meu menino ainda meio sonolento, seus dedinhos pequenos tentando agarrar algumas mechas do meu cabelo loiro. 

Ele estava deitado em cima de mim, a cabeça encostada no meu peito, e mesmo com 1 ano de idade, ele ainda adorava esse tipo de carinho matinal. Era como se ele soubesse que esses pequenos momentos de ternura eram preciosos, tanto para ele quanto para nós.

— Bom dia, probie — murmurei suavemente, abaixando minha cabeça para beijar sua testa. 

Ele sorriu com os olhinhos ainda pesados de sono, murmurando algo que soava como um "mommy" sonolento, derretendo meu coração. Olhei para o lado, onde Carina estava deitada, com Nina aninhada em seu peito. 

Nossa pequena menina estava com apenas dois meses, e ainda assim, parecia ter seu próprio jeitinho já. Ela estava acordada, mas não reclamava. Apenas olhava para Carina com aqueles grandes olhos cor de mel, os mesmos olhos que eu adorava perder o fôlego ao ver.

— Você está com fome, piccolina? — Carina murmurou suavemente, sua voz ainda rouca de sono. 

Ela acariciava a cabecinha de Nina, seus dedos deslizando pelos finos e pequenos fios loiros da nossa filha, que contrastavam perfeitamente com a pele macia dela. O pequeno sorriso nos lábios de Carina me fez sorrir também. Aquele era o tipo de felicidade que eu sempre quis dar a ela, e vê-la tão completa naquele momento me enchia de orgulho.

— Ela parece tão calma — comentei, minha voz mais alta do que o necessário no silêncio reconfortante da manhã.

Carina me lançou um olhar, o sorriso agora mais aberto, e balançou a cabeça.

— Grazie a Dio — ela disse, rindo levemente — Acho que é o primeiro dia em semanas que ela não acorda agitada.

Nina se remexeu um pouco, fechando os olhinhos brevemente, mas sem emitir nenhum som. Carina a embalou mais perto de si, seus braços envolvendo nossa bebê com o mesmo cuidado com que ela me cuidava em nossos dias mais difíceis.

Eu estendi a mão e toquei levemente o ombro de minha esposa, puxando-a um pouco para mais perto de mim. Nós nos encaramos por um momento, sem precisar dizer nada. 

— Vamos tentar voltar a dormir? — sugeri, mas logo vi a risada nos olhos dela.

— Dormir? Com duas crianças? — ela ergueu uma sobrancelha, divertida, e eu ri junto com ela — Acho que não temos mais essa sorte, Maya!

Eu olhei para Nina em seu peito e para Liam, que agora estava resmungando suavemente em meus braços, e percebi que ela estava certa. Era impossível ter uma manhã preguiçosa de domingo como fazíamos antes, mas isso não me incomodava nem um pouco. 

Eu não trocaria esses momentos por nada no mundo. Liam, sem nenhum aviso, decidiu que queria trocar de colo. 

Ele se ergueu meio desajeitado e se jogou nos braços de Carina, que riu alto ao pegá-lo, tentando não machucar Nina.

— Attento, piccolo! — ela exclamou, segurando-o com uma mão, enquanto ajustava Nina no outro braço — Você é muito grande para ficar pulando assim!

Eu me aproximei para ajudar, rindo da cena que era tão caótica, mas ao mesmo tempo, tão nossa. Carina, com Liam de um lado e Nina do outro, parecia estar exatamente onde sempre deveria estar: no centro da nossa pequena confusão familiar.

Nós ficamos assim por um tempo. Liam aninhado no peito de Carina, enquanto eu ajustava Nina em meus braços agora, e foi nesse momento que percebi o quão afortunada eu era. Minha família estava ali, comigo, e tudo o que importava estava exatamente onde deveria estar.