26. Emoções

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P.O.V. MAYA DELUCA-BISHOP

Enquanto eu caminhava pelo corredor do hospital, tudo ao meu redor parecia girar em câmera lenta. Carina havia sido levada para o quarto de recuperação, e, por mais que meu instinto fosse correr para ficar ao lado dela, eu sabia que ela estava em boas mãos. 

O foco agora era nossa filha, que estava sendo cuidadosamente examinada por Jo e sua equipe. Eu estava exausta, mas a adrenalina ainda corria no meu corpo. 

Meus olhos estavam fixos em Nina, que dormia pacificamente na incubadora enquanto Wilson, sempre atenta, checava os sinais vitais e fazia os primeiros testes. Ela parecia tão pequena e frágil, mas ao mesmo tempo, já podia sentir a força que ela trazia com ela. Eu me aproximei, ansiosa, querendo estar o mais perto possível.

— Ela está bem? — perguntei, tentando manter minha voz calma, mas com o coração batendo forte no peito.

Jo levantou o olhar para mim, um sorriso suave iluminando seu rosto.

— Ela está ótima, Maya. Os testes são apenas de rotina, não se preocupe. Ela é uma bebê forte — a médica passou a mão suavemente na barriguinha da menina, que se mexeu levemente, soltando um som suave, quase como um suspiro de conforto.

Meus ombros relaxaram um pouco ao ouvir aquilo. Saber que minha filha estava saudável era um alívio indescritível. 

Eu me inclinei um pouco mais sobre a incubadora, observando cada detalhe dela. Nina era completamente careca, assim como Liam tinha sido quando nasceu, mas eu podia ver uns fiapos de cabelos loiros começando a aparecer, algo que eu não esperava. 

E aqueles olhos... Ainda estavam fechados, mas eu sabia que, quando os abrisse, seriam da mesma cor de mel que Carina tinha, aqueles olhos que me cativaram desde o primeiro dia. Ok, eu não estou prevendo, estava escrito nas descrições de Wilson.

— Ela parece tão pequena — murmurei, incapaz de tirar os olhos dela. Minha voz estava cheia de amor e admiração.

— Pequena, sim, mas cheia de energia — Jo respondeu com um riso leve, mexendo nos aparelhos enquanto terminava de anotar os dados no prontuário de Nina — Ela realmente tem muito de você, Bishop. Mesmo assim, os olhos são iguais aos dos DeLuca.

Eu sorri. Nina parecia uma miniatura perfeita da mistura de nós duas, e só essa ideia me enchia de orgulho. Escolhemos bem as descrições do doador.

O mundo estava finalmente começando a fazer sentido. Ser mãe era uma sensação tão grande, tão imensa, que mal conseguia descrever.

— Você quer segurá-la de novo antes de levá-la para o berçário? — a amiga da minha esposa perguntou, percebendo o meu olhar fixo na pequena.

— Sim, por favor — respondi quase imediatamente, meu coração se apertando um pouco com a ideia de Nina ser levada para longe, mesmo que só por um tempo.

Jo cuidadosamente retirou ela da incubadora e a colocou em meus braços. Eu ajustei o meu abraço, segurando-a contra o meu peito, sentindo aquele calorzinho suave que só um recém-nascido podia proporcionar. Ela era tão leve, tão delicada, e naquele momento parecia que o tempo parava de novo.

— Ei, pequenininha — murmurei, minha voz suave enquanto eu acariciava sua bochecha com o polegar — Você está segura agora, com sua mommy.

Nina mexeu as mãozinhas, seus minúsculos dedos se fechando no ar, e eu sorri, sentindo uma onda de felicidade indescritível. Havia tanto amor naquele momento que eu mal podia suportar. 

Ser mãe de Liam já tinha me transformado, mas segurar Nina nos braços era algo completamente novo, um amor que crescia de forma tão natural, tão intensa, que eu sentia como se estivesse transbordando.

Depois de alguns minutos, Jo me avisou que precisávamos levá-la ao berçário. Eu suspirei, sabendo que era necessário, mas odiando a ideia de me separar dela, mesmo que por alguns instantes.

— Está na hora de ir, bebê — sussurrei para ela, antes de me virar para Wilson — Ok, vamos.

Eu a segui até o berçário, caminhando lentamente com minha filha nos braços. A cada passo, sentia a responsabilidade crescendo, mas também a certeza de que, juntas, Carina e eu seríamos capazes de qualquer coisa. 

Ao chegarmos ao vidro do berçário, vi que vários dos nossos amigos já estavam do lado de fora, esperando ansiosamente para ver a nova integrante da família. Era como se todo o nosso círculo estivesse presente, compartilhando esse momento.

Eu me aproximei do vidro, erguendo Nina levemente para que todos pudessem vê-la melhor. O sorriso no rosto deles só fez meu coração se encher ainda mais.

— Aqui está ela, pessoal — falei, quase sem acreditar que essas palavras estavam saindo da minha boca — Andrea Nina DeLuca-Bishop.

As reações foram imediatas. Andy bateu palmas, Jack começou a chorar de emoção e Ben, claro, já estava com o celular na mão, tirando fotos como se fosse um paparazzi pessoal contratado pelos que não puderam estar ali.

— Ela é perfeita, Maya! — Sullivan exclamou, a voz cheia de carinho.

— Sim, ela é — respondi, sem conseguir conter o sorriso largo que parecia preso no meu rosto 

Minha filha era perfeita.

Naquele instante, soube que esse era apenas o começo de uma nova aventura, uma jornada que Carina e eu enfrentaríamos juntas.


One Shots Marina (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora