12. Urgência

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P.O.V. MAYA DELUCA-BISHOP

O relógio no refeitório marcava 10h da manhã quando me sentei ao lado de Robert para tomar um café rápido antes do nosso próximo chamado. A manhã tinha sido relativamente tranquila, o que era raro, e aproveitávamos o momento de calma para assistir ao noticiário local. 

As imagens da cidade passavam na tela, enquanto eu pensava em como minha vida estava mudando a cada dia. A gravidez de Carina, as preparações para a chegada do bebê, tudo estava caminhando bem, apesar da teimosia da minha esposa em continuar trabalhando mesmo com sete meses de gestação.

— Não consigo fazer essa mulher descansar.

Ele riu, assentindo.

— Você sabe como ela é, Maya. Determinada até o fim.

Eu suspirei, mas não pude deixar de sorrir. Ela sempre foi assim, desde o primeiro momento em que a conheci. Forte, teimosa, e apaixonada pelo que faz. Eu amava tudo isso nela, mas às vezes desejava que ela apenas desacelerasse um pouco, especialmente agora, com nossa filha a caminho.

De repente, o alarme da estação soou, cortando nossa conversa e me colocando imediatamente em alerta. O som agudo reverberou pelas paredes, e meu coração disparou com a familiar adrenalina que sempre acompanhava um chamado.

— Caminhão 19. Escada 19. Atenção! — a voz de Jack, agora nosso despachante, soou pelos alto-falantes — Explosão seguida de incêndio no lado sul do Hospital Memorial Grey Sloan. Repito, explosão seguida de incêndio no lado sul do Hospital Memorial Grey Sloan. Todos os caminhões disponíveis, respondam imediatamente!

O pânico tomou conta de mim antes que eu pudesse processar as palavras. Grey Sloan. 

— Carina... — minha voz saiu fraca, quase um sussurro, enquanto me levantava de um pulo, derrubando a cadeira no processo. O olhar de Sullivan encontrou o meu, e pude ver o entendimento e a preocupação refletidos em seus olhos.

— Bishop, agora — ele disse firmemente, já se levantando para pegar seu equipamento.

Não havia tempo para pensar, para ponderar, apenas para agir. Minha mente girava enquanto eu corria para pegar meu uniforme, o desespero crescendo a cada segundo. 

Tudo que eu conseguia pensar era que Carina estava lá, em meio a um incêndio, possivelmente em perigo, e nossa filha. Liam na creche. O medo era sufocante, mas precisei empurrá-lo para o fundo da mente, focando no que precisava ser feito.

— Vamos, pessoal! — gritei para a equipe enquanto nos dirigíamos para os caminhões — Rápido!

A equipe já estava em movimento, cada um deles em sintonia como uma máquina bem ajustada. Robert, Theo, Sean, Andy, chefe Ross, todos estavam lá, prontos para o que quer que estivesse à nossa espera no hospital. 

Os novatos escolhidos por Natasha e Herrera também estavam prontos, suas expressões sérias enquanto se preparavam para o pior. Eu mal conseguia respirar enquanto subia no caminhão, meus pensamentos uma confusão de pavor e determinação. 

A capitã entrou logo atrás de mim, seu rosto era uma máscara de concentração.

— Maya, vamos encontrá-los — ela disse, sua voz firme, mas com um tom de preocupação que ela tentava esconder. 

Eu sabia que ela também estava preocupada com minha esposa e com Liam. Todos estávamos.

O motor roncou, e o caminhão saiu a toda velocidade. A sirene soava, cortando o ar enquanto passávamos pelos carros na rua, mas tudo o que eu conseguia ouvir era o som do meu coração batendo nos meus ouvidos. Minhas mãos tremiam, e tive que apertá-las para me concentrar.

One Shots Marina (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora