One Shots Marina (PT-BR)

25. Andrea Nina

P.O.V. CARINA DELUCA-BISHOP

Eu estava exausta, uma exaustão que parecia tomar cada célula do meu corpo. O suor escorria pela minha testa, meu peito subia e descia rapidamente enquanto eu tentava regular minha respiração. 

Mas, naquele momento, toda dor, cada segundo de esforço, desapareceu ao ouvir o som mais incrível do mundo: o choro da nossa filha. Eu virei minha cabeça e olhei para Maya ao meu lado, seus olhos estavam brilhando com lágrimas, e o rosto dela estava iluminado com uma mistura de espanto e felicidade. Nós não conseguíamos dizer nada, apenas nos olhávamos, como se o mundo tivesse parado e só existisse aquele momento.

— Ela está aqui, bambina — minha voz saiu como um sussurro, mal acreditando que tínhamos chegado até ali.

Jo aproximou, cuidadosamente segurando nossa bebê e a colocando gentilmente ao meu lado. Andrea Nina. O nome que escolhemos com tanto amor, em homenagem ao meu irmão. E lá estava ela, tão pequena, tão frágil, mas ao mesmo tempo tão poderosa, como se seu simples nascimento tivesse preenchido todos os espaços vazios em nossos corações.

— Oh, meu Deus — minha esposa murmurou ao meu lado, inclinando-se para ver a filha mais de perto, as lágrimas caindo livremente pelo seu rosto. Eu a vi enxugar os olhos com a manga do casaco, rindo baixinho enquanto tentava conter a emoção. — Ela é... Perfeita.

Nossa menina era carequinha, assim como Liam quando nasceu, mas havia uma leve penugem loira em suas quase inexistentes sobrancelhas. E quando ela finalmente abriu os olhos, eu senti meu coração quase parar. 

Eram olhos cor de mel. Igual aos olhos do meu estúpido irmãozinho.

Eu não consegui conter as lágrimas que já escorriam pelo meu rosto. Eu nunca achei que poderia sentir algo tão forte, tão visceral. Segurei a pequena mão dela com meus dedos e, naquele momento, tudo pareceu se encaixar.

— Ciao, piccolina — sussurrei com a voz embargada, sem conseguir desviar os olhos dela. — Mamma ti ama già tantissimo!

Maya, ao meu lado, parecia tão emocionada quanto eu. Ela se aproximou de mim e, com um sorriso suave, me deu um selinho rápido, como se quisesse selar aquele momento de pura felicidade entre nós. Eu fechei os olhos brevemente, sentindo o gosto das lágrimas dela nos meus lábios, e me permiti sentir a plenitude do que estávamos vivendo.

— Nós conseguimos, Carina — ela sussurrou, encostando sua testa na minha — Ela está aqui... Finalmente.

Eu olhei novamente para nossa filha, com os olhinhos ainda fechados enquanto se aconchegava contra meu peito, e o amor que senti por ela e pela minha esposa naquele instante era algo que palavras nunca poderiam descrever.

— Ela é tão linda, meu amor — Maya disse, ainda emocionada, passando a mão suavemente pelo corpinho da nossa filha.

— Sim, é nossa — eu sorri, meus olhos ainda brilhando de lágrimas.

Aquela era nossa pequena família, nosso futuro, e tudo o que importava era estarmos juntos.

Ainda absorvida pelo momento mágico de segurar a pequena garota em meus braços, o mundo ao nosso redor parecia se desvanecer. Eu estava perdida na suavidade da pele dela, no calor do seu corpo contra o meu e na sensação de que a vida nunca havia sido tão plena.

Maya estava agora sentada ao meu lado, ainda com aquele olhar maravilhado, como se a qualquer segundo ela fosse explodir de felicidade. Tudo parecia perfeito. Eu quase podia esquecer que o hospital ainda estava em plena atividade, até que ouvi uma voz familiar.

— Vocês duas criaram uma mini Maya — a voz brincalhona de Jo me trouxe de volta à realidade.

Eu levantei o olhar e vi minha amiga parada à porta da sala, sorrindo enquanto se aproximava. Ela olhou para Andrea com uma admiração genuína.