2. Buscando ajuda

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P.O.V. CARINA DELUCA

A luz suave da manhã entrava pelas frestas das cortinas, iluminando delicadamente a sala de estar com tons dourados que dançavam nas superfícies dos móveis. O relógio na parede marcava exatamente 10 horas, mas a casa ainda mantinha um silêncio sereno, interrompido apenas pelos murmúrios ocasionais de Liam, que estava confortavelmente aninhado em meus braços.

Eu estava sentada no sofá, balançando suavemente para frente e para trás enquanto observava o menino explorar o mundo com seus grandes olhos curiosos. Ele estava particularmente calmo esta manhã, seus dedos pequenos agarrando o tecido macio da minha blusa enquanto seus olhos seguiam os raios de sol que atravessavam a sala.

Maya ainda dormia no quarto, exausta após o dia anterior repleto de tensão e perigo. Ver minha esposa tão abatida partia meu coração, mas eu sabia que o descanso era necessário para sua recuperação, tanto física quanto emocional. O incidente no incêndio e a descoberta de minha gravidez haviam sido um turbilhão de emoções, e agora era hora de processar tudo com calma e cuidado.

Com cuidado, ajustei Liam em meus braços e alcancei meu celular que estava sobre a mesa de centro. Deslizei pela lista de contatos até encontrar o nome de Diane Lewis. Ela era uma terapeuta incrível, especializada em auxiliar bombeiros e profissionais de emergência a lidar com os traumas que vinham com a profissão. Eu só ouvia maravilhas sobre ela através de Vic e dos outros, além de já ter experimentado o quanto ela realmente era incrível.

Pressionei o nome da mulher na tela e levei o telefone ao ouvido, sentindo uma leve ansiedade enquanto aguardava que a chamada fosse atendida. Meu filho olhou para mim, como se percebesse minha mudança de humor, e ofereceu um pequeno sorriso desdentado que imediatamente aqueceu meu coração. 

Após alguns toques, a voz calma e profissional de Lewis preencheu a linha.

— Diane Lewis falando, bom dia.

Respirei fundo antes de responder, tentando manter minha voz estável e clara.

— Olá, Diane. Aqui é Carina DeLuca, esposa da tenente Maya Bishop. Espero não estar incomodando.

Ouvi um leve sorriso na voz dela quando respondeu.

— De jeito nenhum, DeLuca. É um prazer falar com você. Como posso ajudar?

— Bem, eu gostaria de marcar uma consulta para Maya — comecei, ajustando o pequeno novamente enquanto ele tentava alcançar o meu colar — Ela passou por uma situação muito estressante ontem durante o incêndio florestal, e acredito que seria bom para ela conversar com alguém sobre isso. Além disso, há muitas coisas acontecendo em nossas vidas que podem ser um pouco esmagadoras no momento.

Lewis ficou em silêncio por um momento, provavelmente processando a informação.

— Entendo perfeitamente. A chefe Ross me deu uma breve atualização sobre o que aconteceu. Fico feliz que você tenha entrado em contato. Quando você acha que seria um bom momento para nos encontrarmos?

Pensei por um instante, considerando a rotina dela e como encaixar essa consulta sem sobrecarregá-la ainda mais.

— O turno dela normalmente começaria hoje às 18h na 19. Acho que seria um bom horário, assim ela não sentiria que está desviando muito de sua rotina habitual. Talvez possamos nos encontrar lá mesmo?

A terapeuta concordou imediatamente.

— Isso parece perfeito. Posso estar na Estação 19 às 18h então. Assim, será um ambiente familiar para ela, o que pode ajudar na conversa. Você gostaria de estar presente também?

Mordi o lábio inferior, ponderando a oferta. Queria estar lá para apoiar Maya, mas também sabia que ela poderia se abrir mais facilmente se estivesse sozinha.

One Shots Marina (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora