14~Um tempo só pra mim

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Eu ponho o livro na mesinha, que fica na frente do sofá. Me levanto e vou em direção à porta. Antes, olhando para o olhão da porta. Era quem eu menos esperava... Shin estava do lado de fora. Ela está com um vestido preto, meramente curto, com uma meia arrastão. O cabelo estava ondulado e com um batom vermelho carmesim. "Virou mulher de boate, essa sem vergonha?"

Eu abro a porta, com hesitação.

- Ah, boa noite, Lee. - diz ela.

- Boa noite... - eu digo, olhando ela de cima para baixo. - Vem cá, que desgraça é essa? Toda arrumada de uma forma tão... Clichê.

- Ah. - ela dá uma risada baixa, mexendo em seus cabelos negros. - Eu comprei esse vestido hoje... Gostou?

- Bom... Quer mesmo saber?

Ela se aproxima, ficando nas pontas dos pés.

- Claro que quero... - ela sussurra em meu ouvido. - Me arrumei só para você...

Eu não consigo conter uma risada. Ela se afasta, com um olhar confuso. Ela olha para a mesinha, onde está o livro. Ela vai em direção ao livro, eu a olho.

- O que foi?

- Que livro é esse? - pergunta ela, pegando o livro e se sentando no sofá, com as pernas cruzadas.

- Aí! Não mexe!

- Ah, me deixe ver... - ela faz um bico, então começa a abrir o livro. Ela folheia. - Hum... Muito interessante...

Me aproximo, tirando o livro da mão dela.

- Eu disse para não mexer!

Ela suspira.

- Tá... Pelo visto vocês não namoram...

Eu franzi o cenho.

- Que?

Ela me olha.

- Você não namora com aquela... Moça linda? - ela se levanta, ficando de frente à mim. - Pelo visto, se namorassem, você deixaria ela ver o livro, não?

- Quem é você, afinal?

- Você saberá com o tempo, meu jovem...

Ela vai até a porta, abrindo. Ela se vira para mim, dando um sorriso antes de sair. Eu fico parado por um tempo, aliás, o que está acontecendo ultimamente não faz o mínimo sentido... Olho para o livro.

- É, garotinho... - digo sozinho. - Você é um livro danadinho... Veio para deixar minha vida de ponta cabeça? - vou até a janela, uma estrela era bem aparente, como se fosse a preferida da galáxia. - E você, pequena estrela guardiã? Me destes um dom digno para mim? Quão grande insolência teve me fazendo passar por tamanha dificuld... Por que estou falando assim? Que brega! - eu fecho as cortinas.

Eu vou até o banheiro, para tomar uma ducha. A sensação das gotas de água quente caindo sob meu corpo nu me deixa mais relaxado. Esses dias estão me deixando com dor de cabeça, aliás, é tanta coisa rolando... Eu começo a molhar meu cabelo, ele é um pouco comprido e bem escuro. Agora a água tomou conta de todo meu corpo. Estou tão relaxado quanto uma preguiça de zoológico. As gotas de água também fizeram eu me lembrar do meu primeiro banho de chuva...

Bom... Eu vou contar:

"Quando eu tinha apenas 9 anos de idade, eu ainda estudava na escola do orfanato. Eu dividia meu quarto com umas crianças, mas sempre que uma saía, outra entrava, mas eu já estava lá por vários anos. Certo dia, chovia muito. Eu estava no meu dormitório.

- Quanta chuva... - eu disse, apoiando o queixo em um dos braços, olhando para as gotas de chuva que escorriam pela grande janela. Meus cabelos médios encobriam meus olhos, mas era nítido meu olhar de desapontamento. - Olha o Sol que está lá fora! Isso é injusto.

𝐏𝐞𝐫𝐢𝐠𝐨 𝐞𝐦 𝐒𝐞𝐮𝐥: 𝑢𝑚 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑑𝑒 𝑆𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝐾𝑖𝑙𝑙𝑒𝑟 01Onde histórias criam vida. Descubra agora