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A manhã nascia com uma névoa suave cobrindo os vastos campos da propriedade dos Northwood. A brisa leve do início da primavera trazia consigo o aroma das flores silvestres que brotavam nas margens do rio que serpenteava pela terra do visconde. Dentro da grande mansão, o silêncio ainda predominava, interrompido apenas pelos passos leves dos criados que começavam suas rotinas diárias.
No quarto principal, no segundo andar da ala leste, uma jovem observava o despertar do dia. De pé junto à janela de madeira escura, ela fitava o horizonte com olhos que misturavam melancolia e resignação. A luz suave do sol nascente iluminava seus cabelos, que caíam em ondas suaves sobre seus ombros. A seda azul-clara de seu vestido de dormir destacava a sua pele.
Ela era a única filha do Visconde de Northwood, e sua vida até aquele momento havia sido marcada por uma educação rigorosa e por expectativas cuidadosamente moldadas. Desde a infância, fora treinada nas artes que faziam de uma jovem nobre uma dama exemplar: música, dança, línguas estrangeiras, e, acima de tudo, a habilidade de comportar-se com graça e dignidade em qualquer situação.
Sua mãe, a Viscondessa, era uma mulher de grande beleza e refinamento. Ela era o modelo de elegância e perfeição social, sempre atenta para garantir que a filha seguisse seus passos. Os olhos da Viscondessa, azul-gelo, sempre pareciam avaliar cada gesto, cada palavra, como se ela fosse uma escultura inacabada a ser moldada até alcançar a perfeição absoluta. A relação entre mãe e filha era marcada por uma formalidade fria, sem espaço para intimidade ou afeto. A jovem sabia que, para sua mãe, o sucesso de seu casamento arranjado seria a coroação de todos os esforços investidos em sua criação.
O Visconde, por outro lado, era um homem de poucas palavras. Ele passava a maior parte do tempo envolvido em seus negócios, supervisionando as vastas propriedades e assegurando que a família mantivesse seu status na alta sociedade. Embora menos exigente que a Viscondessa, ele esperava de sua filha a obediência absoluta e o cumprimento de seu dever para com a família. Ele raramente demonstrava afeto, mas sua expectativa era clara: o casamento arranjado que ela estava prestes a aceitar não era apenas uma questão de conveniência, mas de honra e tradição.
Seu noivo, Lorde Sunghoon Park, pertencia a uma família de origem asiática que, nas últimas décadas, conquistara um lugar respeitável na alta sociedade inglesa. A família Park havia estabelecido sua fortuna e influência através do comércio e da diplomacia, tornando-se aliados valiosos para a coroa britânica. Com conexões que se estendiam por continentes, eles eram vistos como exóticos e poderosos, uma combinação que despertava tanto curiosidade quanto respeito entre a nobreza.
Arranjar um noivado com uma família tão distinta não fora tarefa fácil. Muitas jovens nobres de famílias tradicionais haviam tentado, mas sem sucesso. O Visconde e a Viscondessa, porém, com a combinação da beleza, educação impecável e um dote generoso de sua filha, conseguiram o que tantos outros desejavam: unir-se aos Park por meio do casamento. Para os Northwood, isso representava não apenas uma aliança vantajosa, mas também um prestígio inigualável.
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Whispers of Affection ⁎ Sunghoon
FanfictionNo início do século XIX, em um período onde casamentos arranjados entre famílias de prestígio eram comuns, a jovem Lady, filha única do Visconde de Northwood, é prometida em casamento ao herdeiro de uma renomada família de outro estado, Lorde Sung H...