No início do século XIX, em um período onde casamentos arranjados entre famílias de prestígio eram comuns, a jovem Lady, filha única do Visconde de Northwood, é prometida em casamento ao herdeiro de uma renomada família de outro estado, Lorde Sung H...
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"Se tudo o mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria a existir; e se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria para mim uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer."
O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë
Naquela manhã, ela despertou sentindo um peso no peito. A lembrança da noite anterior estava fresca em sua mente — a maneira como ele a olhara, a vulnerabilidade momentânea sob a influência do álcool. As palavras dele, mencionando o pai, martelava em sua mente. E agora, mais do que nunca, desejava entender melhor o que estava por trás da frieza dele, que os separava como uma parede invisível.
Ela se arrumou com cuidado, decidida a tentar falar com ele sobre o que havia ocorrido. Fazia tempo que não tinham uma manhã juntos, mas talvez isso desse uma chance para esclarecer as coisas. Com a determinação de pelo menos tentar uma conversa, ela foi até a mesa de jantar.
Ao vê-lo já sentado à mesa, a expectativa misturada com nervosismo aumentou. Ele estava concentrado no café, mas havia algo ligeiramente diferente na expressão dele — uma hesitação que talvez ele mesmo não notasse. Ela respirou fundo, sentando-se de frente para ele e tentando relaxar.
Ela ergueu o olhar por um instante, juntando coragem para dizer o que estava em sua mente.
— Bom dia — começou suavemente, sondando o humor dele com cuidado.
— Bom dia — respondeu ele, formal, sem nem mesmo levantar os olhos da xícara.
Ela apertou os dedos contra a xícara de café, tentando se segurar enquanto buscava as palavras certas. A noite anterior ainda estava na sua mente, e, mesmo sem querer parecer insistente, sentia que precisava falar para quebrar aquela barreira que surgira de novo entre eles.
— Sobre ontem... — arriscou, a voz soando quase como um sussurro.
Dessa vez, ele ergueu o olhar, mas o jeito com que a encarou era frio e cortante.
— Não há nada a dizer sobre ontem — interrompeu ele, com uma firmeza que parecia encerrar o assunto.
Ela respirou fundo, sem querer recuar tão fácil. A constante frieza dele estava começando a desgastá-la, e a raiva e a frustração cresciam cada vez mais.
— Sunghoon, a gente não pode continuar assim... Precisamos falar sobre o que está acontecendo entre nós — disse ela, tentando manter o tom firme.
Ele, no entanto, interrompeu novamente. Desta vez, levantou-se da cadeira, ajeitando a roupa num movimento rápido.
— Eu entendo sua intenção, mas tenho compromissos que não posso adiar — disse, desviando o olhar, como se o assunto já estivesse encerrado.
