No início do século XIX, em um período onde casamentos arranjados entre famílias de prestígio eram comuns, a jovem Lady, filha única do Visconde de Northwood, é prometida em casamento ao herdeiro de uma renomada família de outro estado, Lorde Sung H...
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"Ame profundamente, e a força do seu amor poderá romper as correntes que você mesmo colocou ao redor do seu coração."
O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
Sunghoon girou lentamente para encarar sua esposa, com uma expressão séria, mas contida. O silêncio entre eles era pesado, carregado com uma mistura de sentimentos que ele mal conseguia controlar. Seus olhos a analisaram com cuidado, e ele notou o nervosismo que ela tentava disfarçar.
Ela abriu a boca para falar, mas hesitou. O peso do olhar dele parecia desencorajá-la, e ela precisou de alguns segundos para se recompor antes de tentar de novo.
— Eu... queria explicar — ela começou, a voz baixa, quase como se temesse que qualquer palavra errada pudesse piorar ainda mais a situação.
Sunghoon não disse nada, mas seus olhos estreitaram levemente, um sinal de que ele estava ouvindo, embora suas emoções fossem difíceis de decifrar.
— Eu estava no jardim com Heeseung, e... não aconteceu nada. Foi só um... momento de distração, mas... — ela suspirou, passando a mão pelo rosto, como se tentasse organizar os próprios pensamentos. — Eu me sinto sozinha, Sunghoon. Sei que esse casamento não foi o que você desejou, mas para mim também é difícil. A distância entre nós... Ela me afeta.
Ele respirou fundo, hesitando.
— Solidão? — murmurou. — Você sente essa solidão, mas escolhe dividir seu tempo com alguém como Heeseung, em vez de... — ele parou, percebendo que não tinha argumentos.
Ela o encarou, surpresa e com um toque de frustração.
— E como eu poderia me aproximar de você, Sunghoon? — Sua voz tremia de emoção contida. — Cada vez que tento, você ergue uma parede entre nós. Durante a lua de mel, por um momento, você me fez acreditar que poderíamos ser felizes. Me tratou com cuidado, com... afeto. E então, logo que voltamos, você mudou, voltou a me ignorar, como se nada tivesse acontecido. Isso... — ela hesitou, buscando as palavras. — Isso me machuca. Você me confunde, Sunghoon.
Ele permaneceu em silêncio, absorvendo as palavras dela, o conflito interno visível em seu rosto. Ela se recompôs e continuou, agora com um tom mais firme, encarando-o.
— E não me venha dizer que é apenas por causa do seu pai. Porque, honestamente, se é só isso, então por que agir assim? — Ela hesitou, como se estivesse ponderando se deveria ou não seguir com aquele pensamento. — Ou... ou talvez seja outra pessoa?
Sunghoon franziu o cenho, surpreso pela direção da conversa, mas antes que pudesse responder, ela prosseguiu, visivelmente ansiosa.
— Eu me lembro do que aconteceu no baile de noivado, Sunghoon. Eu vi você no labirinto de sebes, com uma mulher.
