Prólogo

1.4K 102 4
                                    

NCAA, ESTADOS UNIDOS

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


NCAA, ESTADOS UNIDOS

Poderia ser confundido facilmente com uma cena de filme, aos olhos de Júlia e do ginásio lotado. Era realmente inacreditável como alguém poderia marcar tantos pontos seguidos dessa forma. Júlia sentia seu sangue fervendo a cada ponto marcado pelo juiz e a cada encarada que recebia ao ser bloqueada; os olhos de deboche estavam tirando-a do sério.

Não conseguia entender em que momento o jogo começou a desandar para o time da Georgia Tech com a entrada de uma ponteira no time de Stanford, causando um impacto extremamente positivo para o time adversário, mas desestruturando completamente as companheiras de equipe.

Após o técnico do time da Georgia pedir um tempo, Júlia não conseguia desviar o olhar da camisa de número 7 da ponteira de Stanford, tentando decifrar algo que pudesse explicar o motivo de tudo aquilo. Mas a única coisa que recebeu foi uma simples piscada da jogadora após ser pega em flagrante pela camisa 7.

Estava próximo ao final do terceiro set. Stanford estava 3 pontos à frente da Georgia, o que deixava Júlia ainda esperançosa de empatar o placar, talvez tendo a chance de levar para o tie-break, mas seus planos foram interrompidos após observar o novo ponto marcado pela ponteira do time adversário novamente.

O placar estava cada vez mais desfavorável para a Georgia. Júlia estava cansada da forma como a garota gritava, comemorando e a encarando a cada ponto. Júlia recebeu o passe da levantadora e não demorou para saltar, atacando a quadra do time adversário e marcando o ponto no fundo da quadra.

Sem evitar encarar com um sorriso sarcástico no rosto, antes de virar para comemorar com as companheiras, estava cada vez mais próximo do final do set. Júlia não tardou em dar seu máximo e sacou na direção da camisa 7, vendo a falha na recepção da jogadora acastanhada, marcando um ace em sequência.

— Vamos! Ainda temos chances, vamos, time! — gritou a capitã do time da Geórgia.

Após o incentivo da capitã, Júlia marcou mais um ponto, garantindo o set point para Georgia. Júlia tinha um sorriso convencido nos lábios enquanto olhava nos olhos da camisa 7, ao ouvir o apito do árbitro autorizando a jogada.

Júlia recepcionou a bola do saque da oposta em sua direção, passou a bola, que logo foi para os braços da levantadora, que levantou para a central, atacando com toda potência, mas foi parada pelo bloqueio monstruoso da camisa 7 de Stanford.

Observando a bola sendo levantada na sua direção, Júlia deu impulso antes de pular e estourar o bloqueio do time adversário, marcando, por fim, o ponto do set.

E, como esperado, o jogo seria decidido no tie-break, deixando ainda um ponto de vantagem para Georgia tomar a liderança do jogo. Júlia esperou a árbitra autorizar a partida, que foi iniciada com um belo saque de Georgia, sendo recepcionado pela líbero de Stanford, que passou para a levantadora numa jogada perfeita para a ponteira atacar novamente, marcando um ponto no meio da quadra.

A diferença de pontos estava cada vez maior, o que deixava Júlia ainda mais preocupada e irritada. Era quase impossível furar o bloqueio de Stanford; a ponteira estava parando todas as bolas que tentavam burlar seu bloqueio. Júlia estava perdendo a paciência porque a morenafazia isso de propósito a cada bola que bloqueava. Não podia deixar aquele sorrisinho irônico lhe afetar ainda mais; não podia e não deixaria.

Ao receber o passe, Júlia se preparou para o ataque, passando pelo bloqueio e marcando no fundo da quadra. Júlia sorriu, encarando a garota, antes de se virar e comemorar com as companheiras.

Após a vitória de Stanford sobre a Georgia por 3x2, Júlia estava vermelha de raiva e xingou ao escutar a risada debochada, assim como o olhar debochado da acastanhada. Suspendeu um suspiro, passando as mãos pelo cabelo e arrumando os fios ruivos revoltos.

Ouviu alguns passos em sua direção e não tardou a se virar, vendo a ponteira caminhando em sua direção. Revirou os olhos ao sentir a presença.

— Cuidado para não ficar vesga, já não basta a derrota? — disse a camisa 7.

— O que você quer? Veio encher meu saco? Eu não estou com paciência para joguinhos. — Júlia disse com cara de poucos amigos.

— Não fique tão brava, ainda nem começamos os jogos de verdade e, sendo sincera, acho que você está precisando treinar mais um pouquinho. —  disse rindo na intenção de provocar a ruiva, que caiu como uma uva na provocação.

— E eu espero que vocês percam no próximo jogo para você perder toda essa prepotência. Agora, se me der licença, eu tenho mais o que me preocupar. — Sem paciência alguma, Júlia pegou sua garrafa de água e sua toalha antes de sair da quadra, deixando a morena para trás. — Passar bem, Cacella.

A ponteira deu risada ao ver a ruiva saindo com a cara de poucos amigos e não resistiu, dando uma última provocada.

— Boa sorte da próxima vez, Bergmann. Eu serei sua pedra no sapato nessa temporada — disse alto para a ruiva ouvir e observou a mesma se virar.

— É o que veremos, Emily.

Júlia saiu da quadra, sentindo sua raiva ainda tomando boa parte do seu raciocínio, e não resistiu ao jogar a toalha contra o armário, sentindo seu sangue ainda borbulhando em suas veias. Júlia sabia onde havia se metido e agora precisava lidar com a única pedra e a mais difícil de se livrar: Emily Cacella.

🧡✨

Não esqueçam de votar e comentar

Marrenta - Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora