𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐓𝐈𝐍𝐀, 𝗀𝗁𝖺𝗋𝖽.

15

ghard point of view
arena show sampa

subimos novamente pro camarote depois do pequeno show supresa que tínhamos feito. não era nada planejado, veigh que deu a ideia pra entrar e animar o pessoal e depois o boaventura entraria. e foi foda, era sempre muito foda pra mim.

— que isso, 'tá ofegante em – larissa diz, me dando um susto — 'tá devendo, coisa linda? tomando susto a toa aí.
— 'tá fazendo o que aqui?
— fui convidada pela minha amiga – diz e aponta com a cabeça pra iara, me deixando mais confuso ainda — por que? algum problema, gê?
— que amiga, 'fia? – pergunto sem entender — 'cê pediu pra algum dos moleque colocar seu nome na lista, né?
— pior que pedi – diz na maior cara de pau — mas não colocaram, aí tive que dar meu jeito.
— eu 'tô vendo.
— aí pedi ajuda pra minha amiga – forçou um sorriso — gostou da minha presença?
— hoje não – falo direto e ela revira os olhos — 'cê conhece a iara por acaso?
— obviamente né – revirou os olhos — agora se me dá licença, eu vou curtir meu show.
— a vontade, 'fiota.

assisto ela dar meia volta e sair andando, me deixando com uma interrogação enorme na testa. de onde ela conhecia a iara? e outra, se ela se conheciam, ela também conhecia a maju? porra, eu me envolvo com cada maluca.

— 'tá com cara de otario aí – shandin diz, aparecendo do meu lado — que foi?
— a 'malucona da larissa dizendo que é amiga da iara e foi convidada por ela, entendi foi nada.
— 'ih, essa aí você sabe como é né – diz e ri — a iara perguntou pro thiago se podia trazer ela, porque se conheceram no banheiro e ela ficou sem jeito de negar porque a larissa insistiu pra subir também.
— é nada!
— 'tô te falando – continuou dizendo — fez drama e tudo, dizendo que 'tavam quase pisoteando ela na pista, e não sei o que...
— fácil assim? – pergunto incrédulo, bebendo do meu copo — ela é ligeira, faz essas fita de propósito.
— e qual o problema, 'paizão? ela sempre fica no 'memo camarote que 'nóis ué – diz — é doida mas é gente boa, coitada.
— ela é, mas vai querer moiar meu esquema com a cacheada.
— agora 'tá explicado seu desespero – ele ri — se fudeu, ó lá.

procurei ela pelo lugar e assim que acho, vi a cena terrível dela e da maju conversando, na maior simpatia. larissa era doida e eu sabia, mas ao ponto de fazer amizade por interesse pra subir em camarote e ficar pousada em mim pra ver se eu chegaria na maria era demais. não que ela já não tenha feito isso outras vezes né, mas eu ainda sim me surpreendia.

— é, agora fudeu 'memo.
— o que 'tá pegando, rapaziada? – g.a diz, se aproximando com seu copo na mão — é nada que a julia deu um jeito de subir.
— 'tô falando cara, essa garota é doidona – shandin diz e ri — ghard que se fudeu, vai ficar sem as duas agora pra parar de ser besta.
— ficar sem as duas o que, ou? – falei 'serinho — larissa nem liga, só eu chamar que ela vem. só não sei a maju né, vai que não me dá moral se souber que eu pego essa aí.
— e não vai não, pai – g.a diz — troquei 'mó papo com a maju, 'mina firmeza, nem deve gostar dessas fita.
— e alguém já me viu não conseguir algo que eu quero? – pergunto cruzando os braços — então pronto, eu sempre dou meu jeito!
— 'tá bom 'gostosão – g.a brinca — fica dando mole aí pra tu ver...
— confia em mim, pai.

digo por fim antes de beber do meu copo, só observando as três amigas de banheiro conversando. eu ia ter que dar um jeito, não 'tava afim de pegar a larissa hoje e sabia que ela ia ficar no meu pé. mas também não 'tô afim de pegar a ana ou a bruna que estão lá embaixo na pista, aí fica difícil tirar ela da minha bota. e se eu beijasse a maju na frente dela, ela ia dar um jeito de entrar na mente da garota e fazer ela não cair no meu papo. papo reto mesmo, sei nem pra que fui inventar de falar pra essa garota que eu ia colar também, é só mais dor de cabeça.