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ghard point of view
honey boate club

— ela falou pra você entregar o celular – falo e o cara me encara na mesma hora — ou você é surdo?
— fica na sua que ninguém te chamou na conversa!
— vai entregar ou eu vou ter que ir aí tirar da sua mão? – falo cruzando os braços — porquê eu faço questão.
— vem então que eu quero ver – diz e antes que eu pudesse me aproximar, a cacheada entra no meio — deixa ele vir maria, não se preocupa comigo não.
— e quem disse que eu 'tô preocupada com você? – diz e ouço o g.a e o koda rirem atrás de mim — não quero confusão, me dá meu celular logo!
— é assim que você vai me tratar?
— você ainda 'tá falando, cara? – retruco e vejo ele respirar fundo, claramente puto — porra, chato pra 'carai em.
— e quem é você pra falar alguma coisa? – rebateu, ainda me encarando — só porque é 'famosinho acha que tem moral de alguma coisa?
— aí irmão, 'tô te convidando a se retirar agora – um dos seguranças da boate se aproxima — tem como ou vou precisar ser chato?
— precisa disso não, eu já 'tava indo mesmo – ele diz se afastando e encara a menina por um tempo — depois me resolvo com você, maria julia!
— kevin, para – ela diz receosa e ele sai andando, sendo acompanhado pelo segurança. vejo ela encarar o chão por um tempo e depois me olhar, mordendo o lábio inferior — me desculpa por isso e obrigada, de verdade! acho que você salvou meu celular de ser quebrado outra vez.
— ele já fez isso antes?
— já, 'cê nem imagina as loucuras desse aí – diz sem jeito e ri — prazer, meu nome é maria.
— satisfação, mano – falo e ela sorri, de verdade dessa vez — o meu é ghard, mas acho que 'cê já deve saber disso.
— sim, eu sei e eu...
— amiga, o que aconteceu? – uma ruiva diz eufórica se aproximando, acompanhada de uma outra mina — o que os meninos estão fazendo aqui? eu que achei que invadiria o camarim, mas você foi mais rápida...
— não fiz isso – maria diz e ri — nossa, é uma longa história, o kevin fez o maior escândalo e o ghard me ajudou.
— e cadê ele, foi embora? – a outra garota pergunta e as meninas concordam — então eu vou indo também, tchauzinho!
— tchau!
— que que essa garota tem? – veigh diz se aproximando depois que a menina sai — saiu correndo.
— ela fica com ele – maria diz simples.
— ué e ele é possessivo assim com você? – g.a pergunta — acho que ele 'tá querendo te pegar e não 'tá sabendo pedir então.
— deve ser – ela sorri sem graça — bom, já 'tá tarde, acho que vou indo! vamos iara?
— mas já? – iara fez bico — ainda é cedo.
— por que não cola todo mundo lá em casa com 'nois? – veigh pergunta, claramente interessado na ruiva — vou fazer um after só com os mais íntimos.
— se é com os mais íntimos, não tem o que irmos fazer lá – a cacheada retruca sincera e eu — não entendi essa.
— nossa, gostei dessa mina – shandin diz e ela ri envergonhada — mas ó, acho que sua amiga quer colar.
— quero mesmo – iara diz, flertando com thiago na 'caruda — 'vamo lá amiga, por favor...
— tenho que estudar e...
— que bom que aceitou, então vamos – iara interrompeu a maria, que riu negando com a cabeça, sem ter muita opção — passem o endereço pra podermos pedir o uber.
— 'vambora na van todo mundo, parceira! – koda sugere e iara pareceu topar de cara, enquanto a cacheada parecia meio apreensiva — achar uber essa hora pra lá é complicado.
— pode ser.

ela diz e koda sai pra chamar o motorista. eu, g.a, shandin e veigh ficamos só observando a conversa das meninas mesmo. mano, eu não ia me meter, não curto me intrometer nas paradas dos outros, mas quando vi o cara puxando o celular da mão dela, senti meu sangue ferver, nada era mais feio que isso. desci o palco nas pressa, os cara entendeu nada, só vieram junto de curioso. e eu falar que não 'tava prestando atenção nela a cota já estaria mentindo, mas faria isso com qualquer outra se fosse preciso. a mina era muito gata, tinha um sorriso lindo, o cabelo grandão e o corpo dela era coisa de outro mundo 'memo. nada muito diferente das que eu 'tô acostumado a pegar, mas 'memo assim, tinha alguma parada nela que me atraía mais. koda mandou mensagem avisando que t
'tava esperando 'nóis lá fora, então saímos da boate e fomos pro estacionamento. entramos na van, ela sentou no fundo com a amiga e eu e os cara nos bancos da frente, como de costume.

passei o caminho todo dormindo, 'tava de fato cansado e acabei cochilando na van. do jeito que eu 'tô, não tem maconha e muito menos bebida que me faça ficar acordado. depois de um tempo, a van parou em frente a 'mansãozona do veigh e a gente desceu, entrando na casa, que pra minha surpresa já tinha umas minas, o nagalli, vino e mais uns caras. e como esses cara tem a chave da casa? não faço idéia, mas 'tava com preguiça demais pra questionar. cumprimentei o pessoal no geral, me jogando no sofá.

— o dono da casa chegou, ó lá – vino diz, claramente chapado, só pela feição relaxada dele — faz meia hora que o shandin falou que 'tava chegando, mano, que isso.
rolou uns negócio na boate e acabamos ficando mais um tempo lá – veigh diz — já tem bebida aí ou precisa comprar mais?
— já tinha e eu trouxe mais um monte – naga diz — pega a visão.

geral foi pra cozinha, e eu depois de uma enrolada naquele sofá, resolvi ir também. com muita luta, levantei do sofá e caminhei até a cozinha, onde o pessoal conversava e dava risada.

— muito gostosa – toledo diz — namoral.
— quem? – pergunto querendo entender a conversa — a maria?
— maria?
— sim, a cacheada que veio com 'nois na van.
— 'tava falando dessa bebida aqui, mas ela é também – ele ri — 'tá no seu porte?
— ainda não – ri, encostando o corpo no balcão — um mano 'tava enchendo o saco dela lá na boate e eu intervi, cena de cinema 'memo, tinha que ver.
— papo reto, achei que já ia começar uma briga de porrada lá, tiro e tudo mais. até eu entrava pra ajudar ele a bater – g.a fala empolgado e os cara ri — mas e a ruiva?
— é minha, é minha – veigh diz, tomando a atenção pra ele — já sai de cima que daqui pra mais tarde vai ser minha.
— vai sim, como se ela fosse querer você – shandin brinca — nos seus sonhos só.
— como não? se eu sou o mais lindo do mundo.
— imagina o mais feio então – foi a vez de koda — 'tá é louco.
— com todo respeito aí, meus parceiro – interrompo a conversa — mas eu vou deitar naquele sofá e tirar um sono do bom.
— vai na fé.

os cara ficaram lá trocando ideia e voltei pra sala, que nessa hora 'tava vazia. pessoal 'tava tudo na área da piscina e não tinha ninguém além da maria, que parecia bater os pés ansiosa, encarando as paredes. me joguei no sofá e ela pareceu assustar, me fazendo rir.

— você anda se assustando com tudo, né?
— eu... ué, como você sabe?
— 'tava te observando – dei de ombros — como acha que eu vi quando o cara chegou metendo o louco?
— ele passa dos limites as vezes mesmo – forçou um sorriso — obrigada mais uma vez.
— suave – relaxei o corpo no sofá — cadê sua amiga doida?
— foi no banheiro, espero que ela canse logo pra podermos ir embora – diz e eu ri fraco — desculpa falar desse jeito, não quero parecer sem educação nem nada, mas é que eu 'tô cansada.
— não precisa se explicar – ri — eu também 'tô, só vim por causa dos cara 'memo. 'mó cota que não trombava os parceiro.
— e a iara ia me matar se eu não viesse – confessou rindo — ela 'tá afim do veigh.
— e ele dela.
— jura?
— aham – concordei — acho que ele vai chegar nela mais tarde.
— mais tarde? podia ser agora né – reclamou — você deve me achar muito chata, nossa! desculpa, eu...
— você se desculpa muito – ri — 'tá suave cara, se quiser eu te levo pra casa.
— leva?
— levo ué, acho que sua amiga vai demorar e ficar de vela é foda.
— é mesmo – ri — mas não precisa, não vou ir sem ela.
— suave então.

[...]

𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐓𝐈𝐍𝐀, 𝗀𝗁𝖺𝗋𝖽.Onde histórias criam vida. Descubra agora