13

664 56 0
                                    

ghard point of view
arena show sampa

cheguei na casa de show com o shandin faltando pouco pra onze da noite. dei uma enrolada legal, 'tava 'numa preguiça que por pouco eu não ficava em casa mesmo. depois de estacionar, saí do carro com o parceiro e fomos caminhando na direção da entrada principal. depois de passar na frente e conseguir entrar logo, fui andando em direção às escadas que davam acesso ao camarote, mas uma coisa, ou melhor, uma pessoa me atrapalhou.

— 'tá perdido, gê? – ana pergunta — não sabia que você ia estar por esses lado hoje.
— vim prestigiar o parceiro né – digo e ela sorri, me cumprimentando com um beijo no rosto — mas 'iai, 'tá suave?
— bem demais – ri — legal te trombar, 'cê nunca mais mandou mensagem.
— correria demais, sabe como é né – vejo ela morder o lábio inferior — mas é isso, vou subir lá, depois 'nóis se esbarra.
— eu vou querer mesmo viu – diz sorrindo — fica de olho no celular, pra caso eu mande mensagem.
— caso? eu sei que 'cê vai mandar.
— convencido!

ela diz por fim e eu ri, voltando a seguir o caminho que eu 'tava fazendo antes. shandin nem fez questão de me esperar, saiu andando na frente que eu nem vi, mas 'tá suave. subi as escadas do camarote e dei de cara logo com a maju e a amiga doida dela, a iara. as duas achando maior graça do g.a, que devia devia estar falando alguma bobeira, como sempre.

— ó quem chegou – g.a diz — já 'tava sentindo saudade.
— sai fora gabriel – falo e ele ri, me cumprimentando — 'iai lindonas.
— opa – maju diz, soltando do abraço rápido que demos — 'tá bem?
— suave gatona, e você?
— bem também.
— fala, cunha – digo pra iara, que ri e me abraça — cadê nosso homem? ele não responde as mensagens que eu mando.
— foi no camarim do amigo que vai cantar – diz — mas já faz um tempinho, deve que daqui a pouco volta.
— tendeu.
— 'tava contando pra elas gê, de quando 'nois aprontava na escola – g.a diz — suspensão atrás de suspensão.
— 'vish, esse assunto é 'moiado – falo e as meninas riem — já até sei o que ele falou, e pra me justificar, eu era molecote, 'tá?
— segundo ano do ensino médio já não é 'tão molecote assim não, viu? – maju brincou e eu fiz careta — 'cêis eram terríveis, mano!
— 'cê não viu foi nada.

falo encarando ela e dou uma piscadinha, fazendo ela rir envergonhada. avisei que ia buscar bebida e me afastei um pouco, indo cumprimentar o resto do pessoal que 'tava ali. sem brincadeira 'memo, desde que eu cheguei, devo ter contado umas cinco que eu já peguei perdida por aí. ser conhecido na cidade é isso, ir no rolê e ver todas as suas ex ficantes juntas. mas 'cê liga? porquê eu finjo que nem vi, ainda faço ao máximo pra passar despercebido. fiz meu copinho de whisky e fui conversar com uns parceiro meu que 'tava por lá.

𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐓𝐈𝐍𝐀, 𝗀𝗁𝖺𝗋𝖽.Onde histórias criam vida. Descubra agora