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maria point of view
condomínio campo belo

— 'tá tudo bem?
— 'tá sim – responde depois de largar o celular na mesa — mas já tenho que ir.
— imaginei – ri — tudo bem então, quer que eu te acompanhe até lá embaixo?
— precisa não – diz rapidamente — mas valeu pela comida, mano, 'tava sensacional.
— você jura?
— juro 'carai – diz e se levanta, então acompanho ele — boa pra porra. marca com os moleque e me avisa que eu venho de novo, sem dúvidas.
— pode deixar que eu marco sim.

digo e agora ele já estava com o corpo colado ao meu, depois de uns selinhos demorados, ele pediu passagem com a língua e eu cedi, iniciando um beijo lento. antes, eu podia pensar que fosse o efeito do álcool e coisas externas, mas agora, beijando ele de novo, eu tive a confirmação, ele realmente sabia o que estava fazendo, como se tivesse muita experiência nisso.
e talvez ele tivesse mesmo, mas isso agora não importava pra mim.
depois de um tempo com os corpos colados, ele me soltou e me deu mais um beijo no pescoço. que sacanagem comigo, ghard.

— não vou enrolar muito, se não, nem embora hoje eu vou – diz enquanto caminhávamos até a porta e eu ri, abrindo a mesma — tchau aí, até qualquer dia.
— se cuida, qualquer coisa me liga – digo por instinto e vejo ele me encarar diferente, mas seguir normal — tchau!
— e valeu pela comida de novo – diz e eu ri — tchau.

assisto ele sair andando em direção ao elevador, que já era meu ponto cego daqui da porta. fechei a mesma e me certifiquei de que tinha trancado, voltando a encarar a sala de estar e cozinha. dei um suspiro forte, acho que lá no fundo, eu queria que ele ficasse mais tempo, ou até dormisse comigo. e sem julgamentos, 'tá? eu sou uma pessoa carente de berço, adoro companhia, sendo de ficante ou qualquer outra pessoa. era até engraçado, que, agora eu já não sabia como as coisas iriam pra frente. e pode me chamar de emocionada por pensar nisso, mas era meio inevitável. não sabia se ficaríamos de novo ou se foi só uns beijos e pronto, mas é isso.

caminhei até o quarto e fui direto pro banheiro, indo tomar uma ducha pra dormir em paz.

[...]

𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐓𝐈𝐍𝐀, 𝗀𝗁𝖺𝗋𝖽.Onde histórias criam vida. Descubra agora