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maria point of view
condomínio campo belo

o dia da viagem chegou, e pra uma pessoa que não queria ir, eu 'tava mais animada que o normal. eu não sabia de nada do que rolaria, qual era o roteiro, em que hotel ficaríamos nem nada do tipo. tudo foi pensado e planejado pelos garotos e pela iara, mas por mim 'tava tudo bem, nao tenho problemas com surpresas. terminei de fazer as malas ontem, com a ajuda da minha amiga, que só conseguiu dormir depois de eu dar uns sermões nela, se não, ela estaria falando até agora. estávamos sentadas tomando café da manhã, eram cerca de seis e pouco e por mais animadas que estivéssemos, era nítido o quanto nossos corpos implorava por pelo menos mais meia hora de sono.

— nossa, eu 'tô morta.
— óbvio, fomos dormir super tarde – falo sentada á mesa de café da manhã — você não calava a boca.
— ai, para – resmungou enquanto comia sua torrada — é que eu 'tô ansiosa.
— pronto, agora 'cê 'tá ansiosa e cansada – ri — onde vamos encontrar os meninos?
— a van vai passar aqui.
— ui, que chique – me levanto, indo colocar meu prato na pia — ainda nem acredito que vocês me convenceram a isso.
— nem eu acredito – ri — foi só você e o ghard descerem sozinhos naquele dia, que magicamente você disse que iria né, engraçado isso...
— não começa, iara.
— começo sim – ri — o que ele precisou fazer? tenho que aprender umas técnicas com ele.
— não fez nada não, sua boba – ela faz careta — mas posso te confessar uma coisa?
— óbvio.
— me derreti toda quando ele disse que eu deveria ir – falo enterrando meu rosto sob as mãos — e que a gente ter ficado só melhorava as coisas.
— ele disse isso? – pergunta surpresa — 'tô passada, irmã.
— ele disse – ri — também fiquei, mas foi muito fofo. 'cê tinha que ver, amiga.
— eu imagino – ri — mas amiga...
— sim?
— 'cê não 'tá botando expectativa nele não, né?
— uai amiga, não exatamente – dei de ombros — não ficamos direito, só uns beijos, mas se ele disse isso é porque quer continuar ficando.
— não foi nessa intenção a minha pergunta – diz — quero dizer sobre não colocar expectativa na pessoa dele.
— como assim?
— por exemplo, você e ele podem continuar ficando sempre e tudo mais – eu assinto — ele é muito gente boa, engraçado e tudo mais, mas não significa que ele não seja um cafajeste, entende?
— claro, entendo sim – ela não estava errada — mas, quem fica por muito tempo, acaba se apaixonando...
— mas pode não se apaixonar também.
— nossa, iara! falando assim, parece que você nem acredita em amor.
— que amor, maria julia? pelo amor de deus – ela diz e eu ri de nervoso — só quero que você não se jogue de cabeça, você entende?
— sim, amiga.
— pronto, era só isso.

ela diz e sorri, então eu retribuo o sorriso mas não falo mais nada. eu entendia o que ela queria dizer, mas não concordava. iara sempre me disse que eu era coração demais, que não enxergava a maldade do mundo e nem como as pessoas poderiam ser cruéis comigo, e por isso eu saía machucada todas as vezes. e não era uma mentira, era impressionante a facilidade que as pessoas tinham de errar comigo, já que eu sempre perdoo e dou uma segunda chance.
mas isso não significava que o ghard erraria comigo, né? eu posso estar me precipitando, tocando nesse assunto cedo demais, já que nós só ficamos duas vezes. mas 'idai? qual o problema de sermos intensos? não perdemos nada com isso. eu 'tava empolgada pra passar esse tempo com ele, conhecer mais, entender do porquê esse jeito fechado e frio dele, isso me intrigava e me deixava curiosa de uma gostosa de sentir.

— é quanto tempo de viagem, amiga?
— duas 'horinhas, por aí – iara diz — ué, você nunca foi?
— fui, eu só não lembrava se era perto – digo terminando de fechar a mala — 'tô levando pouco biquíni, a maioria dos meus ficaram na casa dos meus pais.
— eu tenho muitos, relaxa – se jogou na cama — amiga, esqueci de avisar...
— meu deus, lá vem...
— mas acho que disso você vai gostar – ri — você vai ficar no mesmo quarto que o ghard.
— que? – tossi no mesmo instante, engasgada com a saliva — e 'cê 'tá me falando isso agora?
— desculpa, te juro que não foi por mal – ela me deu um sorriso amarelado — fizemos a reserva muito em cima da hora.
— você tem que começar a lembrar de me contar as coisas! isso já 'tá indo longe demais.
— eu vou parar com isso, prometo – fiz careta — não é por maldade.
— eu pensei que ficaríamos eu e você em um quarto sozinhas – fiz bico — agora 'cê só quer saber do feioso do thiago, né?
— eu também pensei, mas podemos ficar, se você quiser.
— agora já não quero mais – dei de ombros — 'tô chateada.
— 'cê pensa que me engana né – diz e eu ri — mas adorou que vão dormir juntos.
— por mim, tanto faz – era mentira, não era tanto faz — e os outros meninos?
— thiago e eu em um, você e ghard em outro, koda, shandin e g.a em outro.
— e eles concordaram com isso?
— óbvio que não – rimos — mas essa divisão eu e o thiago que fizemos, lá na hora, dá pra trocar tudo 'numa boa, não é regra.
— que bom assim, não sei se quero – falo e sinto minha barriga congelar de frio, eu 'tava nervosa — é, eu com certeza não quero.
— tudo bem – ri — o thiago falou pra irmos descendo.
— então bora.

pegamos as coisas e fomos saindo. antes de sair, me certifiquei de ter fechado tudo e tirado os eletrodomésticos da tomada. a essa hora, meu corpo já tinha despertado, acho que de tanta ansiedade que eu sentia. o elevador chegou ao térreo, caminhamos pra fora com uma leve dificuldade pela mala pesada, mas logo estávamos em frente ao condomínio, esperando os meninos aparecerem.

[...]

notas
migas, o gustavo vai exalar red flag nessa estória [acho que já deu pra notar né] entao n esperem atitudes de príncipe vindo dele
o fdp é ruim com as mina 👎🏻
mas a maju é uma gata, né?
affff amo ela

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⏰ Última atualização: Sep 28 ⏰

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𝐋𝐈𝐁𝐄𝐑𝐓𝐈𝐍𝐀, 𝗀𝗁𝖺𝗋𝖽.Onde histórias criam vida. Descubra agora