capítulo 1 - Flores de Papel

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Osuke, com o peso da culpa se instalando em seu peito,  observava o homem se afastar

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Osuke, com o peso da culpa se instalando em seu peito,  observava o homem se afastar. Ele havia entregado Yumiella, sua esposa, a um destino incerto,  para salvar sua própria pele. O preço da sua covardia era alto,  mas ele se convenceu de que era a única forma de garantir sua própria sobrevivência e, por consequência, o futuro da sua amante.

Enquanto ele se perdia em seus pensamentos tortuosos, um homem alto e imponente, com uma aura de perigo, se aproximava. Sanzu, um nome que ecoava no submundo como sinônimo de poder e brutalidade, estava ali para buscar a recompensa pela dívida de Osuke.

Sanzu, com seus cabelos estilo mullet e na cor rosa com piercings que ornamentavam seu rosto,  era uma presença imponente, e a mera sombra que ele projetava era suficiente para intimidar qualquer um.  Ele falava pouco,  mas suas palavras carregavam o peso de um milhão de golpes.

— Onde está ela?—  A voz de Sanzu era um  rosnado,  uma ameaça adormecida.  Osuke, encolhido sob o olhar do homem,  gaguejou,  indicando a direção do pequeno apartamento  de Yumiella.

Sanzu se retirou, sua presença como um vento frio se dissipando.

Enquanto ele se aproximava do apartamento, a chuva começou a cair. As gotículas batiam forte no concreto da cidade,  transformando as ruas em rios escuros.  O vento soprava,  assobiando uma canção de tristeza. 

Sanzu encontrou Yumiella numa pequena loja  de decoração,  um lugar aconchegante com o cheiro de madeira e flores artificiais.  Ela estava sentada  num banquinho de madeira,  amassando jornal,  enquanto olhava para um vaso de flores.  Seus cabelos castanhos e longos caíam sobre suas costas,  como uma cachoeira dourada. Seus olhos cinzas perolados,  com um brilho melancólico,  brilhavam sob a luz fraca.

Ela era uma mulher de beleza singela,  com um olhar  triste  que  escondia  uma força  invisível.   As  flores  artificiais  pareciam  se  curvar  diante  da  sua  fragilidade,  uma  contradição  entre  a  artificialidade  do  lugar  e  a  beleza  real  da  mulher  sentada  ali,  escondendo  uma  dor  profunda  e  solitária.

Sanzu  observou-a  por  um  momento,  sua  figura  imponente  parecendo  contrastar com  a  atmosfera  tranquila  da  loja.   A  chuva  caía  cada  vez  mais  forte,  a  cidade  se  transformando  num  borrão  de  cinza  e  água.   Sanzu  se  aproximou  de  Yumiella,  sua  presença  como  um  raio  que  fenda  a  calma  da  noite.  

Yumiella? —  A  voz  de  Sanzu,  áspera como  pedra,  cortou  o  silêncio  da  loja.  

Yumiella  levantou  a  cabeça,  seus  olhos  acinzentados  encontrando  os  do  homem  como  se  fossem  dois  oceanos  em  colisão.  Ela  não  sabia  o  significado  daquela  presença,  mas  uma  onda  de  medo  a  percorreu  como  uma  corrente  gelada.

CERBERUS - Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora