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A quietude do quarto envolvia Yumiella como um manto sereno enquanto ela permanecia diante do espelho, vestida apenas com uma lingerie delicada. O ambiente cuidadosamente decorado do quarto de Sanzu era uma mistura de elegância e austeridade, refletindo a natureza do homem que habitava aquele espaço. As cortinas pesadas estavam semiabertas, deixando a luz suave do meio da tarde entrar, criando um jogo de sombras dançantes nas paredes.
Yumiella estudava seu reflexo, as mãos gentilmente acariciando sua barriga protuberante. O volume levemente avantajado contava a história dos meses que passaram e as promessas do futuro que se aproximava. Cada dia trazia novas mudanças em seu corpo, mudanças que ela acolhia com uma mistura de maravilha e apreensão. Havia uma beleza crua e natural nas transformações que aconteciam, e, embora fossem muitas vezes desafiadoras, também eram afirmativas de vida.
Enquanto percorria as curvas recém-descobertas com as pontas dos dedos, Yumiella sentia uma profunda conexão consigo mesma e com a vida que crescia dentro dela. Cada toque era um lembrete do vínculo inquebrantável que ela estava nutrindo, um laço que já ultrapassava o físico, penetrando em níveis emocionais e espirituais. A gravidez trouxe consigo um misto de vulnerabilidade e força, algo que Yumiella estava aprendendo a aceitar e a integrar em sua nova identidade.
O som d’água correndo na ducha do banheiro adjacente preenchia o ambiente, proporcionando um tranquilo pano de fundo para seus pensamentos. Ela sabia que Sanzu estava ali, a poucos metros de distância, num espaço de renovação e contemplação próprio. Havia algo intensamente íntimo em compartilhar tais momentos quotidianos, um sentimento reconfortante de normalidade em meio à extraordinária jornada que estavam vivendo.
Yumiella pensava em Sanzu, no homem que assumiu um papel tão complexo e vital em sua vida. A sua presença ao lado dela não era apenas protetora, era intrinsecamente fortalecedora. Enquanto ele mantinha uma fachada dura para o mundo exterior, dentro daqueles muros ele havia se revelado como um porto seguro para suas ansiedades e esperanças. Sabia que ele lutava à sua maneira, tentando equilibrar o papel de líder implacável com o de parceiro apoiador e futuro pai; era como um malabarista num terreno incerto.
Perdida nestes pensamentos, Yumiella apenas percebeu a aproximação de Sanzu quando a porta do banheiro se abriu, soltando uma nuvem de vapor que se dispersou pelo quarto. Ele estava envolto em uma toalha, ainda com gotículas reluzentes de água reluzindo sobre a pele. Ao cruzar o olhar com o dela através do espelho, Sanzu ofereceu-lhe um sorriso caloroso, um gesto que transmitia compreensão e carinho.
— O que você está pensando? — ele perguntou, movendo-se tranquilamente para ficar ao lado dela, a sensação de proximidade e camaradagem forte entre eles.
— Na vida, em nós… e em quantas coisas mudaram — ela respondeu, sua voz imbuída com uma reflexão serena. — É como se eu me redescobrisse, e ainda assim, me sentisse mais eu mesma do que nunca.
