capítulo 19 - Shibuya no jigoku

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A noite em Shibuya estava envolta em uma escuridão pesada, as luzes dos prédios e das ruas piscando como estrelas em um céu turvado

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A noite em Shibuya estava envolta em uma escuridão pesada, as luzes dos prédios e das ruas piscando como estrelas em um céu turvado. Mas, para Sanzu, a beleza da cidade estava perdida em um manto de fúria. Ele dirigia seu carro com uma intensidade letal, os pneus roçando o asfalto com um rugido que ecoava a sua tempestade interna.

As ruas estavam movimentadas, mas ele não se importava. O que antes eram meras distrações agora se tornavam obstáculos insignificantes diante de seu objetivo. No banco do passageiro, sua katana reluzia à luz fraca que entrava pela janela. A lâmina, que havia cortado através de inimigos sem piedade, agora parecia um símbolo da sua determinação e de sua fúria incontrolável. Era a extensão da sua própria vontade; ele apegava a katana como um pai que protege a vida de seu filho.

Atrás dele, os carros da Bonten o seguiam em uma formação tensa, motoristas treinados que conheciam muito bem o significado daquela velocidade. Havia uma coerência em seus movimentos, um espírito de unidade que só os momentos de crise poderiam criar. Mas, para Sanzu, eram apenas sombras em um mundo onde a única cor que importava era o vermelho do sangue de seus inimigos.

As palavras que ouvirá mais cedo ressoavam em sua mente: "Yumiella está grávida e sendo torturada pela polícia." Cada sílaba deixou marcas em sua sanidade. Isso não era apenas um ataque à sua pessoa ou a uma mulher que ele amava; era um ataque à vida que eles poderiam ter juntos. O peso da revelação apossou-se dele como um ladrão noturno nas profundezas da noite, levando-lhe a calma e dando lugar a um furor devastador.

Os semáforos de Shibuya piscavam em um lugar onde a vida normal continuava. Mas, para Sanzu, estavam todos em câmera lenta. Ele sentia sua respiração acelerada, o pulso acelerado, enquanto a adrenalina corria através de suas veias como um veneno doce. Seu foco estava no futuro: um futuro onde Yumiella estaria em seus braços e onde a polícia pagaria o preço por seu crime.

— Eles vão pagar — sussurrou, quase um mantra. — Cada  um deles.

Ele tomou uma curva abrupta, os pneus gritando em protesto enquanto o carro se ajustava à nova trajetória. As luzes da cidade pareciam se distorcer ao seu redor, quase como se o universo estivesse se moldando para se alinhar com sua intenção letal. Ele não queria apenas fazer justiça; ele desejava aniquilar aqueles que tiveram a audácia de tocar em sua pequena fênix, que agora estava presa e sofrendo.

O que deveria ser uma missão de resgate transformou-se em um apetite voraz por destruição e revanche. Ele imaginou cada policial que tinha a mão na tortura de Yumiella, suas faces assombradas pela dor que estavam causando, e sorriu para si mesmo. O sorriso não era um sinal de alegria, mas de um prazer sombrio, uma satisfação inata que o alimentava à medida que se aproximava de seu destino.

Os carros da Bonten estavam agora emparelhados ao lado do seu, os rostos de seus homens refletindo a mesma determinação que consumia Sanzu. Ele podia sentir a energia da equipe, a expectativa do resultado dessa noite cheia de vingança. Havia um objetivo claro, e nenhum homem seria deixado de fora dessa missão. O código de honra da Bonten era agora como um grito de guerra.

As ruas se tornavam mais sombrias, e logo ele chegou à delegacia. Estacionou o carro, o motor ainda roncando como um animal pronto para saltar. O prédio erguia-se diante dele, imponente e indiferente à tempestade que se aproximava.

Sanzu pegou a katana, sentindo o peso dela em suas mãos. Era tempo de agir. Ele estaria lá para pegar Yumiella de volta e, ao mesmo tempo, se assegurar de que ninguém jamais ousasse prejudicá-la de novo. Ele sairia daquela delegacia não apenas como Sanzu, mas como Cerberus, a besta indomável que devoraria todos que atravessassem seu caminho.

Era a hora de mostrar quem realmente controlava as ruas de Shibuya. E o preço da justiça seria cobrado em sangue.

Sanzu arrombou a porta da delegacia, o impacto reverberando pelo ambiente silencioso, interrompendo a banalidade das conversas e o trabalho rotineiro. Ele entrou como uma tempestade, um furacão de raiva e precisão. A katana brilhava sob as luzes fluorescentes, e em um movimento fluido, ele puxou sua arma da cintura, a doze  do tipo mais pesado, mantendo-a firme enquanto mirava os policiais que, ainda atordoados pela súbita invasão, tentavam entender o que estava acontecendo.

Os ecos dos disparos eram ensurdecedores, cada tiro uma declaração de guerra. As balas cortavam o ar, passando como relâmpagos de fúria. Ran, Rindou, os irmãos Haitani estavam logo atrás dele, formando um círculo de proteção. Os irmãos Haitani, com seus movimentos sincronizados e letalidade apurada, enfrentavam os policiais com um olhar impiedoso. Cada golpe de punho e cada disparo de arma eram calculados, precisos e implacáveis.

Kakucho e Kokonoi, sempre a imagem da elegância mesmo em meio ao caos, alternavam entre tiros e esquivas, com uma dança fatal que parecia tão suave que beirava a arte. Eles se moviam com leveza, como se o caos ao seu redor fosse apenas um cenário para suas habilidades. Os policiais que se aproximavam se viam desarmados pela agilidade e precisão dos dois, caindo um após o outro, como se fossem meras marionetes cortadas por cordas invisíveis.

Sanzu era a personificação do ódio, seus olhos azuis queimando com uma intensidade avassaladora. Aja em resposta ao sofrimento de Yumiella, cada gota de sangue espirrada no chão parecia alimentá-lo, dando-lhe força. Suas roupas, uma vez imaculadas, estavam agora manchadas, o vermelho se misturando com o preto como um sinistro lembrete de sua missão a cada passo que dava.

Ele estava em direção à sala de interrogatório, a única coisa na sua mente era o rosto de Yumiella. A imagem dela, vulnerável e em sofrimento, cortava sua sanidade e a lógica. Ele a visualizava presa a uma cadeira, correntes em torno de seus pulsos, e essa visão era tudo que ele precisava para pulsar como um animal enfurecido.

Ao chegar diante da porta da sala de interrogatório, ele parou por um breve momento. O mundo ao seu redor parecia se silenciar enquanto ele preparava sua próxima ação. Com a katana em uma mão e a arma na outra, Sanzu arrombava a porta, feito um trovão que ressoava em cada canto do prédio.

A sala estava mergulhada em penumbra, e a luz fraca iluminava o corpo de Yumiella, que estava amarrada em uma cadeira, ferida e assustada. O olhar dela encontrou Sanzu e, por um instante, o mundo voltou a fazer sentido. A conexão que eles compartilhavam poderia atravessar até mesmo a mais repressiva das polícias. Porém, não havia tempo para sentimentos agora.

Os policiais na sala, surpresos por verem o vilão de suas histórias de terror entrar, tentaram reagir com tiro e gritos, mas Sanzu não daria espaço para isso. Ele disparou sua arma, as balas encontrando os corpos que tentavam proteger a mulher que ele mais amava. Com a katana levantada, ele avançou em sua direção, cada passo determinado por um único desejo: libertá-la.

Sanzu não era apenas um homem nesta cena; ele era uma força da natureza, um demônio que havia despertado para reivindicar o que era seu. As sombras da sala se tornaram um campo de batalha, e seu único pensamento era acabar com aquilo e trazer Yumiella de volta. Ele se movia como o próprio Cerberus, cuspindo fogo e destruição em um esforço desesperado para recuperar o que lhe foi tirado.

Com um último grito de guerra, ele se lançou em direção ao próximo policial, a katana cortando o ar com um sibilo ameaçador, e não havia dúvidas de que ninguém escaparia de sua fúria. A luta pela liberdade de Yumiella tinha começado, e Sanzu não pararia até que ela estivesse em seus braços novamente.

CERBERUS - Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora