capítulo 10 - A biblioteca e o Lobo

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O cheiro de livros velhos e pó pairava no ar, misturado ao aroma de incenso que Sanzu costumava queimar

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O cheiro de livros velhos e pó pairava no ar, misturado ao aroma de incenso que Sanzu costumava queimar. Era uma noite fria, e o fogo na lareira da biblioteca crepitava, lançando sombras dançantes sobre as paredes. Yumiella estava envolta em um silêncio quase religioso, quebrada apenas pelo som da chuva batendo nas janelas e pelo ruído suave do papel contra seus dedos.

Ela estava sentada no tapete felpudo, confortávelmente recostada em almofadas macias, absorta em um livro de capa vermelha. A luz fraca da única lâmpada que iluminava a sala, lançava um halo dourado sobre seu rosto, destacando a palidez de sua pele. Seus longos cabelos castanhos escuros, ainda úmidos do banho, caíam sobre os ombros, emoldurado por fios rebeldes que se soltavam da trança frouxa que ela havia feito.

Era tarde da noite, passava da meia-noite. O relógio na parede, um objeto antigo de bronze com um pêndulo que balançava elegantemente, marcava a passagem lenta do tempo. Yumiella, porém, parecia alheia à hora. Seus olhos estavam fixos nas palavras impressas no papel, absorvendo cada frase, cada detalhe da história do livro que a havia cativado.

De repente, o silêncio da biblioteca foi quebrado pelo som de passos firmes e pesados, ecoando pelos corredores da mansão. O coração de Yumiella acelerou, seus dedos apertando o livro com força. Ela sabia quem era.

A porta da biblioteca se abriu com um estrondo, revelando a figura de Sanzu. Ele estava elegantemente vestido com um terno preto de corte impecável, a gravata de seda combinando com o brilho intenso de seus olhos. A expressão em seu rosto era impenetrável, um sorriso azedo curvando seus lábios.

— Ah, você está aqui. Pensei que estivesse dormindo — disse Sanzu, sua voz rouca e ameaçadora. Ele se aproximou de Yumiella, seus passos lentos e firmes, como os de um predador se aproximando de sua presa.

Yumiella fechou o livro, seu olhar se encontrando com o de Sanzu. A presença imponente dele a oprimia, mas ela se esforçou para manter a compostura, forçando um sorriso artificial.

— Eu estava apenas lendo. Não consegui dormir.

Sanzu assentiu lentamente, seus olhos percorrendo o rosto dela, procurando por algum sinal de fraqueza, algum sinal de medo. Mas tudo que encontrava eram o olhar firme e o sorriso falso dela.

Ele se sentou no chão de frente para ela, apoiando-se contra a almofada que repousava atrás de si. O fogo da lareira acentuava ainda mais a escuridão de seus olhos, o olhar quase predatório enquanto a observava.

— A noite está fria.

— Estamos no inverno — Ela murmurou em resposta — logo a primeira neve cai — disse olhando para a lareira

CERBERUS - Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora