capítulo 15 - Sangue

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O silêncio da casa foi quebrado pelo som da porta se abrindo, um baque seco que reverberou pelas paredes

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O silêncio da casa foi quebrado pelo som da porta se abrindo, um baque seco que reverberou pelas paredes. Sanzu entrou, e a luz suave da lâmpada tocou sua figura, revelando um espetáculo macabro: seu corpo estava coberto de sangue seco, vestígios de uma noite de violências e segredos. As manchas vermelhas contrastavam com o tecido escuro de sua roupa, cada gota uma lembrança das escolhas que fizera, uma marca indelével de seu trabalho.

Yumiella estava na sala, os olhos arregalados de choque. Ela prendeu a respiração ao ver o homem que amava transformado em um espectro de dor e morte. O brilho familiar em seus olhos azuis havia desaparecido, substituído por uma escuridão que fazia ecoar a própria essência do que ele se tornara.

— Sanzu... — sua voz saiu em um sussurro, quase um grito contido, enquanto um calafrio percorreu sua espinha. O coração dela disparava, uma mistura de preocupação e medo crescendo dentro dela. — O que aconteceu?

Ele permaneceu parado à porta, a katana em suas mãos levemente trêmulas, como se o peso do metal e das ações que representava fosse insuportável. Para Yumiella, aquele momento transcorreu em câmera lenta. O sangue que cobria suas mãos e seus cabelos parecia um grito mudo, uma história de traição e sobrevivência.

— O trabalho nunca para — Sanzu disse, a voz mais sombria do que ela lembrava. Havia uma dureza em suas palavras que a fez estremecer. Ele desabou contra o batente da porta, exausto, mas uma parte de sua mente desafiava a fraqueza que tentava se manifestar. — Preciso... preciso limpar isso.

Yumiella se aproximou, os olhos vidrados enquanto absorvia a cena.

— Você está... — A palavra ‘sangrento’ pairou nos lábios dela, mas não foi pronunciada. Ela hesitou, o medo a prendendo na boca do estômago. — Sanzu, você não precisa carregar isso sozinho. Eu posso ajudar.

Ele riu, mas foi um riso sem alegria. Um som áspero que se perdia na solidão que o cercava.

— Ajudar? — questionou, olhando para suas mãos, absorvendo a realidade bruta de seus atos. — Você não pode imaginar o que eu vejo, o que eu faço. Isso não é algo que eu posso compartilhar.

Yumiella tocou gentilmente o braço dele, tentando alcançá-lo através do gelo que o envolvia.

— Estou aqui, Sanzu. Você não precisa fazer isso tudo sozinho. — Seus olhos transpareciam sinceridade e dor, seu desejo mais forte que o próprio medo.

A expressão de Sanzu suavizou por um breve instante. Ele nunca soube como ela conseguia penetrar suas defesas e acender uma luz em meio à escuridão. Mas a sombra de sua vida parecia esmagá-lo, e o peso dos segredos o impedia de aceitar qualquer forma de consolo.

CERBERUS - Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora