capítulo 22 - O ciumes que Fervera

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A atmosfera no QG da Bonten estava carregada de uma energia descontraída

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A atmosfera no QG da Bonten estava carregada de uma energia descontraída. Yumiella, com suas feições radiantes e a alegria que irradiava, estava sentada à mesa, deliciando-se com um prato cheio de cerejas cobertas por chocolate branco. O contraste das frutinhas vermelhas com a cobertura cremosa era de dar água na boca, mas nada se comparava ao brilho em seus olhos. Agora com três meses de gravidez, seu corpo estava começando a exibir as primeiras curvaturas de uma nova vida, e o vestido longo e confortável que usava acentuava a beleza de sua forma.

Mikey, o carismático líder da Bonten, observava a cena com um sorriso travesso, a farta confiança estampada em seu rosto. — Você sabe que deveria abrir uma confeitaria, Yumiella. Essas cerejas são uma obra-prima!—  brincou, enquanto dava um tapinha amigável no balcão ao lado.

Yumiella riu com prazer, agradecendo o elogio enquanto pegava outra cereja, completamente alheia ao efeito que sua presença tinha sobre os homens ao seu redor. Contudo, não era apenas Mikey que estava atraído por ela. A intensidade do olhar de Rindou, que se sentava um pouco mais longe, não passou despercebida. Havia algo diferente em sua expressão, um interesse que ultrapassava o profissional e se tornava algo quase possessivo. Ele observava cada movimento dela, como se estivesse guardando um segredo em sua mente.

Do outro lado da sala, Sanzu estava ciente de tudo. Sua atenção, antes focada nas conversas e nos relatórios à sua frente, tinha sido desviado para o brilho de Yumiella. O modo como os homens a olhavam, em especial Rindou, começou a despertar um ciúme latente que ele não sabia que existia. Sentou-se em sua cadeira, o olhar fixo em Yumiella, incapaz de ignorar a inquietação que crescia dentro de si.

— Ela é apenas uma amiga, certo? — Sanzu disse a si mesmo, mas as palavras soaram mais como uma dúvida do que uma afirmação. Ele sentiu uma necessidade feroz de proteger Yumiella, não apenas do mundo exterior, mas também da atenção indesejada que recebia de seus homens. Era uma nova sensação, um devorador de inseguranças que se manifestava a cada risada dela, a cada olhada apaixonada que recebia.

Mikey, percebendo o aborrecimento silencioso de Sanzu, decidiu intervir. — Ei, Sanzu! Vá lá e pega uma cereja para você! Elas estão deliciosas! — ofereceu, numa tentativa de aliviar a tensão que começava a pairar no ambiente. Mas era claro que Sanzu tinha outros pensamentos em mente.

— Estou bem — respondeu, sua voz seca e controlada. Kakucho, um dos homens mais antigos da Bonten, trocou um olhar cúmplice com Mikey, percebendo a disputa silenciosa que se formava entre os dois. Quanto mais Sanzu tentava ignorar, mais evidente se tornava.

Diante de tal situação, Yumiella não podia deixar de notar a mudança na dinâmica. Ela sentiu uma leve tensão no ar e, ao levantar os olhos, encontrou Sanzu a observá-la, um olhar intenso e quase possessivo. — Haru, vem aqui! Você precisa experimentar isso! — ela chamou, gesticulando com o prato de cerejas.

A determinação no olhar dela fez seu coração derreter, mas o ciúme ainda dava voltas em sua cabeça. Ele se levantou, aproximando-se com passos firmes e um semblante que, embora tentasse ser relaxado, não escondia completamente sua tensão interna.

— Essas cerejas são incrivelmente boas — afirmou Sanzu, tentando estabelecer uma conexão, enquanto apanhava uma cereja do prato que ela segurava. Ele colocou a fruta na boca, mas estava mais atento ao modo como Rindou se inclinaria em direção a Yumiella, como se estivesse cada vez mais encantado por ela.

— Você sabe que está se tornando a estrela do nosso QG, não? — Rindou comentou de um jeito casual, mas a profundidade em seus olhos mostrava que havia mais do que várias palavras amigáveis. Sanzu, incapaz de conter o impulso, interrompeu.

“Yumiella é a minha mulher, continue olhando-a  assim, para a mãe  do meu filho, e eu arranco seus olhos. De acordo? Sua voz era firme, quase como uma advertência disfarçada, e a sala caiu em um silêncio momentâneo. O clima de descontração momentaneamente se transformou em um campo minado, onde todos podiam sentir o crescente recalque de Sanzu.

Surpresa, Yumiella olhou para Sanzu, as sobrancelhas se arqueando. – Haru, não precisa ser tão sério. Eu estou me divertindo —  ela protestou suavemente, mas a determinação em sua voz não diminuiu o ciúme que pulsava nas veias dele.

— Essa é a questão, Pequena Fênix. As coisas mudaram… muito — Sanzu murmurou, sua voz suavizando ao encará-la diretamente. Dentro de seu coração, ele sabia que precisava encontrar um equilíbrio entre proteger Yumiella e deixá-la viver sua vida.

— E o que você sugere? — ela perguntou, com um brilho intrigado nos olhos.

— Simples, não me deixe surtar. Além disso, você precisa de mais cerejas — Sanzu respondeu, mesmo que agora soubesse que aquela conversa ainda estava longe do fim.

Yumiella levou outra cereja a boca, mordendo de forma inocente, como se a cereja fosse mais importante naquele momento

Mikey observou a disputa silenciosa entre Sanzu e Rindou com um olhar perspicaz, percebendo a tensão que pairava no ambiente. Enquanto isso, Yumiella permanecia alheia a tudo, completamente focada em saborear suas cerejas, aparentemente não percebendo o estranho olhar que Rindou lhe dirigia.

Quando Sanzu finalmente se levantou e se aproximou dela, Mikey deu uma piscada maliciosa, quase como se estivesse apreciando a cena de drama se desolvidar à sua frente.

— O desejo mais estranho que a Maxine teve durante a gravidez até o momento, foi querer comer Bacon agridoce — Mikey disse olhando para Yumiella — Feito normalmente porém com um molho a base de açúcar e shoyo.

Yumiella olhou para Mikey, com um vislumbre de interesse, começando a morder as cerejas mais devagar.

Sanzu, sentado ao lado de Yumiella, franziu a testa enquanto observava ela morder as cerejas. O olhar de Mikey despertou seu interesse, pois ele não tinha conhecimento deste desejo particular dela.

Ele então perguntou: — Bacon agridoce? Sério?

—....Eu quero — Yumiella murmurou quase infantilmente

Sanzu olhou para ela com uma leve diversão em seus olhos. Ele não pôde evitar sorrir ao vê-la agir de forma tão infantil.

— Você quer bacon agridoce? - ele repetiu, sua voz carregada de uma ponta de afeição.

Yumiella olhou para Sanzu, com aqueles olhos cinzas perolados, cintilando como estrelas no céu.

Sanzu encontrou seu olhar e sentiu seu coração se derreter. Aqueles olhos cinzas perolados sempre o encaravam de forma tão doce, como uma criança em busca de uma guloseima.

Ele não podia negar a si próprio que gostava de vê-la agir assim. Era quase como se ela conseguisse baixar todas suas defesas com um simples olhar.

— Está bom, então. - ele disse, com um suspiro meio divertido meio resignado. - Eu trarei o bacon para você, pequena Fênix.

CERBERUS - Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora