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Não era apenas a suavidade dela que mexia com ele, era também a tristeza em seus olhos. Ela não devia estar lá, cuidando de alguém como ele, ensaboando-o, cuidando de suas feridas físicas e internas. Sanzu não merecia sua bondade, seu toque delicado.
No entanto, ao mesmo tempo, ele não conseguia resistir ao desejo de se entregar a ela, pelo menos por essa noite.
— O que foi? Haru...— Yumiella sussurrou quebrando o silencio entre eles, seu olhar encontrando com o dele de forma intensa
Sanzu piscou suavemente, sua mente voltando para a realidade, e ele percebeu que ela o havia chamado por um apelido. "Haru."
Ele ficou em silêncio por um momento, o eco do nome estranho ecoando em sua mente. Mas, à medida que olho para os olhos dela, o olhar intenso dela, ele falou finalmente.
— Estou bem... — Sua voz soou rouca, as palavras parecendo dolorosamente verdadeiras. — Só um pouco cansado.
— Relaxa. — ela sussurrou baixinho se posicionando ainda mais próximo, acariciando sua nuca enquanto jogava a água sobre seu corpo
Sanzu fechou os olhos com o toque de Yumiella em sua nuca, o gesto acalmando de uma forma que ele não esperava. Ao sentir a água quente escorrer por seu corpo, ele se permitiu finalmente relaxar.
Apesar de tudo, havia algo quase catártico em ser cuidado de forma tão gentil. Era como se, para o momento, a vida não fosse apenas violência e crueldade, mas também cuidado e suavidade.
Sanzu sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha, quando ela se moveu mais próximo dele, o corpo dela encostado no seu de forma íntima. A água quente continuava a cair sobre eles, criando um ambiente quase etéreo de paz temporária.
Ele abriu os olhos, fitando os olhos escuros de Yumiella, a poucos centímetros de distância. Ela parecia tão frágil, tão pequena em comparação a ele, e, de alguma forma, ele encontrava reconforto nesse contraste.
Seus olhos se encontraram novamente, Yumiella intercalava entre os olhos dele e seus lábios, mas logo desviou o olhar de ambos, voltando a lavar seu corpo
Sanzu percebeu o pequeno gesto dela, o rápido olhar para seus lábios e as bochechas ligeiramente avermelhadas. Enquanto ela voltava a se concentrar na lavagem de seu corpo, ele se encontrava intrigado com essa reação.
Ele jamais foi conhecido por ser carinhoso ou romântico, longe disso, afinal, seu trabalho era marcado pela violência e crueldade, não por cuidados amorosos. Mas algo nela fazia com que quisesse experimentar isso.
