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O cheiro de café fresco e terra úmida pairava no ar, misturado com o delicado perfume de jasmim que Yumiella usava. Ela trabalhava com uma destreza silenciosa, suas mãos ágeis amarrotava folhas de jornal para criar uma base para as árvores artificiais que enfeitavam o salão. A tarefa, repetitiva e monótona, era uma fuga da intensidade da noite anterior, mas não conseguia abafar totalmente a lembrança do olhar de Sanzu.
Um vestido simples, porém elegante, de seda azul-marinho, envolvia seu corpo com leveza. Os cabelos, normalmente presos em um rabo de cavalo prático, estavam soltos hoje, caindo em cachos castanhos que emolduravam seu rosto. A maquiagem, normalmente discreta, realçava os tons de cinza dos seus olhos, dando-lhes um brilho inexplicável.
Enquanto dobrava as folhas amareladas, Yumiella pensava no enigma que era Sanzu. Ele era um turbilhão de perigo, de poder e de uma atração magnética que a deixava fascinada e aterrorizada ao mesmo tempo. A lembrança da promessa dele, de alimentar a chama que ardia dentro dela, a deixava inquieta.
De repente, o toque leve de uma mão na sua espalda a fez saltar. Era a gerente, uma mulher robusta e de poucas palavras, com um olhar severo.
— As flores chegaram, Yumiella. Precisa arrumar as mesas para o jantar.
A voz da gerente a puxou de volta à realidade. A noite chegava com sua promessa de beleza e elegância. Era a hora em que o salão se transformava em um palco para encontros românticos e festividades. Em seu trabalho, Yumiella mergulhava em um mundo de flores e luzes, esquecendo-se, ao menos por algumas horas, do turbilhão que Sanzu havia provocado em sua vida.
Mas sabia que a chama que ele havia acendido não se apagava tão facilmente. E sentia que o próximo capítulo dessa história estava apenas começando.
O cheiro adocicado das flores, um misto de lírios e rosas, invadia as narinas de Yumiella enquanto ela as arrumava nas mesas. Cada vaso era meticulosamente adornado com um arranjo único, a cores vibrantes e formas delicadas. Era um trabalho que exigia paciência e atenção aos detalhes, uma distração perfeita para afastar os pensamentos que a assombravam.
Mas a distração não era suficiente para silenciar a voz de sua gerente, uma mulher rígida e exigente que se alimentava de críticas. Enquanto Yumiella atentava para as instruções da mulher, sua mente vagava para o mundo de Sanzu. A lembrança de seus olhos Azuis e intensos, da sensação da sua mão quente enrolando em sua, a deixava com uma mistura de ansiedade e excitação.
— Essas rosas estão murchadas! E o que é esta bagunça aqui em cima? — a gerente gritou, apontando para uma mesa, seus olhos brilhando de irritação. — Está pronta para receber os clientes como sempre? Não se esqueça que a reputação do restaurante depende de cada detalhe!.
