capítulo 2 - Vingança da Flor

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O vento gélido da noite carregava o cheiro de chuva e de sangue, enquanto Sanzu voltava para o QG da Bonten

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O vento gélido da noite carregava o cheiro de chuva e de sangue, enquanto Sanzu voltava para o QG da Bonten. O peso da vingança, como um manto de chumbo, se apossava de seus ombros. O olhar de Yumiella, uma mistura de medo e esperança, lhe martelava a consciência. 

Ao entrar na sala que servia como escritório, o clima pesado era palpável. As paredes cinzas e a iluminação fria alimentavam a brutalidade do ambiente. Os homens se curvavam diante dele, a disciplina inabalável, esperando suas ordens.

— Ouçam bem – Sanzu anunciou, sua voz grave ecoando no espaço, — Osuke e a amante dele, Iliana, serão encontrados.  Quero que tragam os dois para a sala de tortura.

Um murmúrio de aprovação e expectativa percorreu a sala. Seus homens, acostumados à violência e à obediência, não precisavam de mais detalhes.

A vingança de Sanzu não se limitaria apenas em punir Osuke. Ele pretendia quebrar esse homem, transformá-lo em um nada, um fantasma de seu próprio passado.  Iliana, com sua sedução barata e olhos frios, seria punida brutalmente por seu papel de cúmplice.

— Yumiella está sob minha proteção —  Sanzu continuou, seus olhos escuros e penetrantes. — Ela é algo precioso, algo que vale mais que qualquer dinheiro.  Osuke me deve muito mais do que dinheiro. Ele me deve suas vidas, ele me deve seu sangue.

Enquanto seus homens, ávidos por sangue, se preparavam para a caçada, Sanzu se sentava em sua cadeira, contemplando a flor frágil que florescia sob sua proteção. A promessa que ele fez a Yumiella – protegê-la, vingá-la – o obrigava a agir com crueldade, a mergulhar na escuridão para purificá-la. 

Yumiella não era simplesmente uma "moeda de troca", não era um objeto a ser barganhado. Ela era uma flor em um jardim de concreto, uma luz na escuridão que despertou um sentimento inusitado em seu coração: compaixão. 

Mas a compaixão, para Sanzu, era uma moeda rara, a ser usada com cautela.  Era a moeda que ele usaria contra Osuke, para torturar sua alma e quebrar seu espírito. 

Com um sorriso cruel esculpido nos lábios, Sanzu deu a ordem final:  — Encontrem-no.  E quando o fizerem, tragam-no até mim. A justiça será feita.

A noite se estendia sobre Tóquio, carregando consigo o cheiro de pólvora e a promessa de sangue. A caça havia começado, e a vingança, como uma chama cruel, se alimentava de ódio e de um desejo de justiça.

[…]

O tempo escorria como areia fina pelas mãos, cada minuto uma eternidade para Osuke e Iliana. A sala de tortura, cinzenta e fria, alimentava o medo que se instalava em seus corações. A porta se abriu com um estrondo, e seus captores adentraram o espaço, arrastando-os por seus braços, sem piedade.

CERBERUS - Sanzu Haruchiyo Onde histórias criam vida. Descubra agora