𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳𝘢 𝘔𝘦𝘯𝘥𝘰𝘯𝘤̧𝘢 - 𝘮𝘢𝘭𝘪𝘭𝘢

capítulo 2

Pov Maraisa

Eu não queria realmente brincar com a paciência daquela mulher. Então fui quase correndo até a sala de reuniões, dei uma batida e entrei, vi ela sentada na cadeira presidencial, ela tinha um papel em mãos e parecia concentrada.

- Me desculpe novamente...

Ela desviou o olhar dos papéis para mim.

- Quero que instale o data show, e faça anotações importantes durante a reunião.

- Sim senhora!

Eu fui até o aparelho e comecei a encaixar os fios. Ela me entregou um laptop, eu conectei e foi impossível não viajar na beleza da mulher em sua foto da área de trabalho. Que espetáculo de beleza feminina.

- Senhora, me desculpe se for incoveniente, mas eu adoro seu pai. O que aconteceu com ele?

- Está com problemas de saúde! - Ela disse seco.

Eu não pude prolongar a conversa, já que toda a empresa começou a chegar para a reunião. Vi Bruno e Maiara passando no meio daquelas pessoas.

Quando todos estavam sentados e em silêncio, ela se levantou.

- Bom dia senhoras e senhores, funcionários das empresas Mendonça. - Ela fez uma pausa e as pessoas responderam em sincronia. Primeiramente gostaria de me apresentar. Meu nome é Marília Mendonça, tenho 26 anos, formada com graduação, mestrado e doutorado em administração. - Pouca bosta essa mulher é, além de gostosa, é super inteligente. - Sou filha do senhor Mario Mendonça, presidente e proprietário de 80% dessa empresa. Gostaria de informá-los que meu pai, se afastou de suas funções por problemas de saúde, assim, eu, herdeira única dessa empresa, sou quem dá as cartas agora. Ela fez uma pausa olhando para a reação das pessoas presentes. - Admiro o profissionalismo do meu pai, ele é um grande homem e um grande empresário, mas percebi em poucas horas, que meu pai deixa os funcionários muito a vontade e com costumes que eu não tolero! - Ela olhou diretamente para mim. - Sugiro que esqueçam os métodos que ele utilizava, eu não sou tão bondosa quanto ele, comigo as coisas são mais sérias, vão aprender ao longo dos dias, caso vocês não gostem de mim, sinto informá-los, eu não me importo, podem deixar a carta de demissão na minha mesa que eu assino, tem muitas pessoas em busca de uma oportunidade de emprego.

A mulher falou seriamente, e todos na sala pareciam surpresos, o senhor Mendonça nunca foi perverso com os funcionários, mas essa

mulher ia deixar muita gente de cabelo em pé. Incluso eu, parece que tô fodida.

Ela apresentou ideias e projetos no slide, ouviu alguns funcionários, ela gostava bastante de engajamentos, e ouvia tudo atentamente. Uma coisa eu tenho que admitir, a mulher é muito profissional.

Quando ela enfim deu a reunião por encerrada, eu dei graças a Deus. Era meu horário de almoço, eu tava me sentindo realmente suja. Pedi que Maiara me trouxesse uma marmita e corri no banheiro dos funcionários para tomar um banho rápido. Vesti minha roupa me sentindo renovada, nunca mais eu saio de casa sem tomar banho.

Me sentei a minha mesa, e fiquei revisando umas tabelas que a senhora estressada me enviou. Maiara veio deixar minha comida, eu abri aquilo e olhei como se fosse a coisa mais perfeita desse mundo. Eu estava faminta, não comi nada hoje desde que acordei.

Estava entretida comendo e trabalhando, quando uma mulher cabelo loiro levemente ondulado com fios que eu ousava dizer ser ouro de tão brilhosos, uma roupa que deve ter custado meu salário do mês, sem contar o tanto de jóias que tinha pelo corpo. Ela apareceu na minha frente feito um fantasma.

De onde saiu essa mulher jesus Cristo?

- Bom dia senhorita. Marília Mendonça está na sala?

- Ela...

- Obrigada!

A mulher nem esperou eu responder e saiu andando em direção a sala de Marília.

Me engasguei com minha comida, sai correndo atrás da baixinha e tossindo. Eu vou ser demitida é hoje mesmo.

Entrei na sala atrás da mulher, acabei tropeçando no tapete e quase caí no chão, mas consegui me recuperar.

- Senhora Mendonça me desculpe, ela já foi entrando...

Marília me olhou de cima abaixo, eu passei a mão na minha boca, tomara que não tenha nenhum resquício de comida.

- Senhorita Henrique, chame um segurança e mande tirar essa mulher da minha sala imediatamente!

Eu arregalei meus olhos, tava com um pingo de esperança de ser alguma amiga dela, elas se abraçarem e meu pescoço não ir a jogo, mas pelo tom de voz, deve ser alguma ex doida. Espera, olha o que você tá falando Maraisa, essa mulher não deve gostar de mulher. Será que ela é casada?

- Sim senhora...

Já ia saindo da sala quando a baixinha tomou minha frente, ela fechou a porta e deu um beijo no meu rosto.

- Qual seu nome moça? Odeio chamar as pessoas formalmente. - Ela disse com um sorriso fofo. Ela não parece psicopata.

- Maraisa Henrique.

- Sou Luisa Souza, mas me chame apenas de Luisa, não sou uma velha para ser chamada de senhora, e senhorita é muito coisa dos anos 90.

- Sim senhora... Quer dizer, Luisa.

Eu ouvi um pigarro atrás de mim, e me lembrei que Marília não estava feliz com aquela mulher em sua sala.

- Eu... Anh... Vou chamar o segurança.

- Marília! Está assustado a pobre moça.

Eu olhei pra Marília e vi um sorriso tímido se desenhando em sua boca. Meu Deus, ela sabe sorrir.

- Maraisa, eu me entendo com sua chefe estressada. Ah... - Ela mexeu na bolsa e puxou um cartão. - Esse é meu cartão, se quiser sair para tomar um drinque qualquer dia desses. - Ela piscou o olho pra mim.

Ela tava dando em cima de mim? Ela não faz muito meu estilo, quer dizer, eu olhei pra ela novamente e dei uma viajada em sua beleza. É, ela faz meu estilo sim, eu pegava fácil. Acho que ela faz o estilo de todo mundo, tem que ser muito hetero pra não querer pegar essa mulher. Ela diz: senta! E você já tá latindo e pronta esperando o ossinho.

- Pode sair senhorita Henrique, está tudo bem.

Eu saí daquela sala quase correndo.

Os meus dias já foram mais calmos nessa indústria vital.