𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳𝘢 𝘔𝘦𝘯𝘥𝘰𝘯𝘤̧𝘢 - 𝘮𝘢𝘭𝘪𝘭𝘢

capítulo 60

P.o.v  Marília

Estava viajando nesse momento ao lado de minha esposa para o México.

Eu odeio aviões, fico agoniada voando.

Como meu pai tinha comprado passagens de avião, não estávamos indo no nosso jatinho, e sim em um vôo comercial.

Assim que o avião ia levantar vôo, Maraisa já estava com um fone de ouvido, um óculos escuro, com certeza ia passar o vôo todo dormindo.

Qualquer oportunidade de dormir, Maraisa tá aproveitando.

Eu segurei a mão dela rapidamente, a minha estava gelada.

— Que foi?

— Eu não gosto muito de aviões.

Maraisa levou minha mão até a boca e deixou um beijo.

Ela ficou fazendo carinho na minha mão com o polegar, eu fui me acalmando.

A primeira vez que voei com Maraisa, eu não demonstrei, mas estava toda borrada por dentro.

Quando já estávamos no ar, eu peguei meu Kindle e meu óculos de leitura.

— Tudo bem se eu passar o vôo dormindo? – Eu balancei a cabeça em afirmação, agora estava tranquilo, o negócio é só pra decolar e pousar. — Me acorda se você se sentir mal? – Eu confirmei novamente. — Ela colocou o fone, e deixou um beijo no meu rosto.

Escolhi o extraordinário para ler, espero que eu não acabe chorando em um avião por causa de um livro. Obviamente isso iria acontecer.

Uma moça passou oferecendo champanhe, café, vinho, água ou chá. Meu pai tinha comprado passagens na primeira classe.

Eu escolhi um chá. Olhei para o lado, Maraisa já estava dormindo.

O extraordinário...

Comecei a ler, nos primeiros parágrafos meus olhos já encheram de lágrimas.

Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e pudesse fazer um desejo, pediria para ter um rosto comum, e que ninguém nunca prestasse atenção.

A verdade é que quando o avião estava se preparando para pousar, eu estava concluindo o livro.

Assim que o avião foi pousando, eu segurei a mão de Maraisa rapidamente e ela acordou.

— Calma Lila, tô aqui...

— Eu realmente odeio aviões.

Fizemos o desembarque, fingi que não conhecia Maraisa quando ela saiu correndo com a mala de rodinhas.

— Vamos Lila, estamos no México, eu quero ir para as praias!

As pessoas olhavam para ela, Maraisa parecia uma grande criança. Eu penso em ser mãe, mas olhando pra Maraisa, eu vejo que já sou.

Quando enfim chegamos no hotel, minha única vontade era pegar a chave do quarto, tomar banho e dormir. Já minha esposa que passou o vôo dormindo, estava ligada no 180.

Eu e elas fomos até a recepção pegar a chaves.

— Bom dia senhoras, tem reservas? – A moça disse simpática.

— Sim, está no nome de Marília Mendonça.

Ela digitou algo no computador.

— Aaah Marília... Quando fizeram sua reserva, deixaram uma carta para te entregar.

Ela mexeu nas gavetas. Me entregou um envelope e a chave do quarto.

Olhei o envelope, e vi que realmente tinha meu nome.