capítulo 55

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P.o.v  Marília

Nunca senti uma dor no peito tão grande, quanto a que senti quando vi aquela mulher alisando o rosto de Maraisa, e em seguida beijando seus lábios.

Destruída era a palavra que me definia. Meu conto de fadas se acabou em apenas algumas semanas.

Cheguei em casa, me joguei no sofa. Meu celular tocava, e o número dela piscava freneticamente na tela.

Não atendi.

Fui até a cozinha, peguei uma garrafa de vinho na adega e abri.

Tomei diretamente do gargalo, eu jamais faria isso em outras circunstâncias, mas eu queria sentir aquele álcool me queimar por dentro o mais rápido possível.

— Me amava porra nenhuma!

Virei a garrafa, dei dois goles, meu corpo foi queimando, e as lágrimas rolavam por meu rosto.

Coloquei o YouTube da televisão, deixei uma música clássica tocando.

A música me fazia chorar ainda mais, e o vinho secava rapidamente.

Eu me sentia tonta.

Embriagada.

Apaixonada.

E quebrada.

Primeira vez, que eu realmente acreditei no amor, e me ferrei.

O amor é horrível, pois que o sente, são seres humanos, e eles são incapazes de valorizar um sentimento tão bonito.

Meu celular tocou novamente. Eu já não era dona de minhas ações, atendi.

— Marilia por favor, o que aconteceu, não foi exatamente o que você viu!

— Ma-raisa...

Eu dei um tropeço no tapete, e cai no chão. Comecei a rir.

— Marilia? Você está bêbada?

— Maraisa, vai se fuder porra! – Falei com minha voz arrastada.

Eu comecei a rir, e desliguei a ligação.

Me levantei do chão com difuldade.

— O que você viu... Não é exatamente o que você viu!

Eu comecei a rir enquanto reproduzia aquela fala ridícula de Maraisa.

— Você é uma chifruda Marília Mendonça, uma vadia chifruda.

Me joguei no sofá, eu estava tonta, não ia conseguir chegar no quarto.

Acordei com um barulho irritante na minha cabeça. Logo notei que era a campainha.

Minha cabeça estava doendo. E meu corpo, pedia uma massagem relaxante.

A campainha tocou novamente. Levantei do sofá, fechei meus olhos esperando uma tonta passar.

— Nunca mais beba desse jeito, por causa de mulher Marília Mendonça! Tu é uma mulher forte e resolvida, não se humilhe dessa forma!

Eu mesma me repreendi.

Me lembrei que tinha alguém tocando a campainha, quando o som irritante fez presença novamente.

Abri imaginando que seria Maraisa, mas era Luisa, e eu agradeci, tudo que eu precisava agora, era dessa mulher.

— Ei baixinha...

Luisa me abraçou ainda da porta, eu comecei a chorar.

— Lila...

— Eu odeio aquela idiota Luh!

𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳𝘢 𝘔𝘦𝘯𝘥𝘰𝘯𝘤̧𝘢 - 𝘮𝘢𝘭𝘪𝘭𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora