capítulo 56

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P.o.v.  Maraisa

Eu estava dormindo, acordei assustada com o toque do meu celular.

Coloquei o telefone no ouvido, meus olhos estavam se fechando automaticamente.

— Amor...

Me sentei na cama em um pulo quando ouvi o choro de Marília.

— Lila? O que aconteceu?

Olhei a tela do celular, era pouco mais de 02:00 da madrugada.

— Meu pai...

Ela não conseguiu falar, voltou a chorar.

— Amor, o que aconteceu? Estou ficando preocupada, onde você tá?

— Meu pai faleceu.

O celular deslizou da minha mão.

As lágrimas banharam meu rosto.

Passou um filme na minha cabeça, tudo que o pai de Marília representava para mim, ele era muito mais que meu chefe, ele não era apenas um cara que eu admirava, ele era meu sogro e meu pai. 

Peguei o celular na cama, e coloquei no ouvido.

— Onde você tá Lila?

— Indo para a casa da minha mãe com ela.

— Encontro vocês lá.

Desliguei a ligação, encostei a cabeça no travesseiro.

Tinha um nó enorme na minha garganta.

Comecei a lembrar de todos os momentos com senhor Mario, a primeira vez que eu entrei no escritório dele para uma entrevista, as piadas sem graça, as viagens, quando Marília me apresentou como namorada.

Por que tem que levar as pessoas boas tão cedo Deus? Ao menos agora o senhor vai rir com as piadas do senhor Mario.

Levantei da cama, fui até a cozinha tomar água, as lágrimas não paravam de rolar pelo meu rosto.

Sai da cozinha, entrei no quarto de Maiara, ela estava dormindo. Eu me enfiei embaixo das cobertas com ela e a abracei, como uma criança com medo, procurando a proteção de seus pais.

— Maraisa? O que foi?

Eu voltei a chorar no peito de Maiara, como eu poderia consolar Marília, se eu também precisava de alguém me consolando?

— Maiara, o senhor Mario faleceu.

Maiara me abraçou forte, beijou meu cabelo.

Ela ligou para Bruno, em segundos ele estava no quarto me abraçando.

Bruno secou as maçãs do meu rosto.

— Senhor Mario sempre será o melhor homem que já conheci.

Bruno falou e eu voltei a chorar. É muito egoísmo, mesmo a doença matando ele aos poucos, eu não estava pronta para me despedir dele.

— Eu vou atrás de Marília.

Sai do quarto de Maiara, fui no meu tomar um banho rápido, e vestir uma roupa confortável, porém apresentável.

Quando sai, Maiara e Bruno estavam encostados no sofá, ambos arrumados.

— Vocês vão comigo?

Os dois balançaram a cabeça em positivo.

— Não vamos deixar vocês duas sozinhas. Não é mais, eu você e Maiara contra o mundo. É eu, você, Maiara, Marília, Julyer e Luisa contra o mundo.

𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳𝘢 𝘔𝘦𝘯𝘥𝘰𝘯𝘤̧𝘢 - 𝘮𝘢𝘭𝘪𝘭𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora