capítulo 20

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P.o.v  Maraisa

Quando chegamos eu casa, eu fui direto tomar um banho demorado, parece que ia me casar, as pessoas gostam de falar que o banho do casamento é o banho mais demorado.

Me enrolei em uma toalha, antes de sair do banheiro passei o secador no meu cabelo, e fiz minha maquiagem.

Fui para meu quarto enfrentar a missão: achar um vestido para um jantar com os Mendonças.

Primeiro peguei um conjunto de lingerie preto, optei por o sutiã ser sem alça, já que pretendia ir de vestido.

Me assustei com a porta do meu quarto abrindo e Bruno e Maiara entrando por ela.

— Oi, viemos conferir a roupa que você vai usar.

Eu respirei fundo antes de abrir a porta do guarda-roupa, eu não tinha a menor ideia do que usar.

Sim, eu tava só de calcinha e sutiã na frente de Bruno, isso me incomoda 0, porque Bruno já me viu de calcinha e sutiã um trilhão de vezes. Bruno é aquele macho que não é tóxico, é um macho que eu gosto de ter a minha volta. Eu, Bruno e Sina só estabelecemos limites de não cagar um na frente do outro, e nem transar, essas coisas realmente mais íntimas, mas de resto, a gente tá vivendo junto.

— Que tal esse?

Maiara puxou um vestido preto, bem curto, que me incomodava horrores.

Apenas balancei minha cabeça em negativo.

— Da uma licencinha que eu sei exatamente o que ela vai usar.

Bruno empurrou Maiara pelo ombro de perto do guarda-roupa e saiu vasculhando meu armário.

— Aqui vadia, veste!

Ele me entregou um vestido de cor duvidosa, penso ser um lilás, mas eu achei bonito e adequado. Acabei vestido ele, e o resultado não achei ruim.

— Então?

Maiara e Bruno me olharam fixamente, Bruno segurou minha mão e me conduziu a um giro.

— Eu nem gosto do que você tem no meio das pernas, mas, nossa senhora, eu pegava muito!

— Eca Bruno, sai!

Maiara começou a rir.

— Bruno, ela beija Marília Mendonça, acha mesmo que você tem chance?

Bruno arregalou os olhos pra mim.

— ESPERA! COMO ASSIM TU BEIJOU MARÍLIA MENDONÇA?

Eu revirei meus olhos e fui procurar um salto.

— Nem vem com charme Bruno, eu sei que Maiara fofoqueira já te falou!

Eu peguei um sapato azul bebê fechado na frente, de uns 4 centímetros de salto.

— Ei Maraisa! Me senti ofendida, e eu não falei nada!

— Eu tô me sentindo traído. Tínhamos uma relação a três, e vocês duas me deixaram para trás!

Eu comecei a rir do drama dele.

— Bruno, seu drama chega a ser tocante.

Eu fui até ele e o abracei.

— Suas falsas!

Ele fingiu que estava chorando.

Eu passei um perfume, dei uma última olhada no espelho e tava realmente agradável. Tirando minha cara de quem não tinha uma ótima noite de sono a dias, eu tava bonita. 

Ouvimos a campainha tocar, Bruno saiu correndo feito um flash e Maiara saiu logo atrás dele.

Eu respirei fundo e sai do meu quarto, já pude ouvir a voz dela.

— Boa noite senhor Marques, senhorita Pereira... – Os dois sorriram e falaram com ela. — A senhorita Henrique está?
A voz dela estava calma, mas firme. Marília é poderosa até quando não se esforça para isso.

Eu cheguei na porta, meus olhos foram descendo pelo seu corpo, meu coração começou a bater forte.

Ela é perfeita de todas as formas, com todos os estilos, com cara de brava, de feliz, concentrada, distraída.

O vestido que Marília usava essa noite, era provocante, deu uma enorme vontade de puxa-la para meu quarto, e deixar aquele jantar para outra ocasião.

— Podemos ir senhorita Henrique?

Ela falou e mordeu o lábio inferior, descendo os olhos pelo meu corpo. Eu engoli em seco.

Eu apenas confirmei com a cabeça e sai acompanhada dela até o térreo.

Eu vou ficar em um carro sozinha com essa mulher. Se controle Maraisa Henrique, se controle.

Marília estava em silêncio, eu também fiquei, eu não gosto de silêncio, sempre prefiro ficar em uma conversa, por mais boba que seja. Mas acabei aprendendo a ficar calada em certos momentos perto dessa mulher.

Ela abriu a porta pra mim, e eu entrei. Sorri com seu gesto.

Marília deu a volta e sentou do lado do motorista, o vestido subiu me dando ainda mais visão de suas coxas.

Eu sorri involuntariamente quando ela tirou o salto pra dirigir.

— Eu adoro salto, porque dá um charme e deixa minhas pernas mais bonitas, mas nossa, essas coisas apertam e maltratam meus pés. Além de ser horrível pra dirigir.

Ela estava extremamente simpática, eu tava até estranhando, já que ela estava com tanto mal humor no trabalho.

— Você está lindíssima essa noite Marília Mendonça!

Ela olhou para mim e sorriu.

— Obrigada senhorita Henrique, é recíproco.

Ela ligou o carro e saiu dirigindo calmamente pelas ruas.

— Posso ligar o som? – Perguntei, Marília apenas confirmou com a cabeça.

Assim que liguei ouvi a música que ela tava cantando no dia que me fez sair correndo atrás dela.

Ela olhou pra mim com um sorriso no rosto. Eu revirei meus olhos pra ela e passei a música, começou a tocar CNCO.

— Gosta deles? – Perguntei.

Ela deu de ombros.

— Talvez?

Eu passei a música, Marília me olhou com a cara brava.

— Por que passou?

— As músicas deles da vontade de dançar agarrada com alguém.

Marília riu, e voltou a atenção para o trânsito.

Uma música de Adele preencheu o carro e eu relaxei, a voz dessa mulher acalma, parece que faz a gente sonhar, nos transfere para outra dimensão.

Eu até esqueci que estava com a revoltada do meu lado, apenas fechei meus olhos apreciando aquela doce voz.

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𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳𝘢 𝘔𝘦𝘯𝘥𝘰𝘯𝘤̧𝘢 - 𝘮𝘢𝘭𝘪𝘭𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora