capítulo 7

168 29 2
                                    

Pov Maraisa

Eu tive uma semana de alívio sem Marília na empresa, elas apenas me ligou algumas vezes para me dar ordens, também me enviou alguns e-mails inteiramente profissionais.

Hoje já era sexta feira, na segunda acredito que ela já esteja de volta a empresa novamente.

Eu não fui nenhuma festa esse resto de semana, talvez hoje ou amanhã eu saia com Maiara e Bruno, mas na semana eu tava muito alheia para tudo isso.

Luisa também não apareceu na empresa nem me ligou, eu senti falta dela, por mais bizarro que isso pareça ser.

Fiquei até tarde na empresa lendo uns documentos que Marília havia me enviado, quando dei por mim já passava da minha hora.

- Saindo tarde novamente senhorita Maraisa?

O porteiro me cumprimentou, ele é um senhor super fofo de uns 40 anos, sempre eu sou a última a sair, as vezes eu vejo ele da esquina, ele fica olhando até eu conseguir pegar um táxi. Até me sinto um pouco mais segura com sua proteção, mesmo de longe.

- Queria concluir uns documentos, acabei perdendo minha hora. Espero que consiga pegar um táxi.

- Tenha cuidado filha, as ruas são perigosas, sempre me preocupo com você sozinha nessas ruas.

Eu sorri e fui para a minha conhecida esquina.

Como se Deus quisesse realmente me castigar, uma chuva começou a cair. Logo hoje que eu não trouxe ao menos um casaco, estava apenas com uma camisa social branca, que logo foi ficando encharcada. Não tinha uma única pessoa na rua, nenhum sinal de um táxi.

Depois de uns 10 minutos debaixo daquela chuva, tive medo de pegar um resfriado, cogitei a possibilidade de voltar pra empresa e ligar pra Bruno, mas como hoje é sexta, com certeza ele já saiu pra alguma balada com Maiara.

Respirei fundo, o frio tava fazendo meu queixo tremer.

Vi uma luz de um carro longe, tive esperança de ser um táxi, mas quando o carro foi chegando perto, eu já pude conhecer de quem era aquela BMW.

O carro foi diminuindo a velocidade, eu preferia ficar na chuva a entrar ali.

O carro parou do meu lado e foi baixando o vidro, apenas confirmando minhas suspeitas de quem poderia ser.

- Senhorita Henrique, o que faz nessa chuva? Entre aí, vai pegar um resfriado! - Sua voz era autoritária.

- Não vou entrar no seu carro!

- Senhorita Henrique eu não vou te deixar nessa chuva! Entre!

Eu percebi que ela já tava ficando estressada, e eu também tava, já tinha até esquecendo que tava com frio de tanto ódio daquela mulher autoritária.

- EU. NÃO. QUERO. SENHORA. MENDONÇA!

Eu gritei tudo pausadamente.

- MARAISA ENTRE NA MERDA DESSE CARRO!

- EU NÃO TE DEI PERMISSÃO PARA ME CHAMAR PELO MEU PRIMEIRO NOME.

Ela tirou o cinto de segurança e desceu do carro, sua camisa social azul bebê de seda em estantes estava encharcada. A camisa ficou colada no corpo, marcando seu abdômen, e o volume de seus seios cobertos por um sutiã preto.

- Eu te chamo da forma que eu quiser  Carla Maraisa Henrique Pereira, agora entre na merda desse carro!

Ela abriu a porta e me olhou com os olhos quase saindo faíscas.

Eu entrei no carro molhando todo aquele luxuosos automóvel. Marília deu a volta no carro e se sentou do lado do motorista.

- Tem um blazer no banco de trás, vista, vai ficar resfriada.

Eu desci meus olhos por seu corpo molhado, ela não podia ser tão gostosa, porque ela não é uma velha? Eu odeio o fato de lhe desejar tanto.

- Não quero, obrigada!

Desviei a atenção para a janela, um raio cortou o céu, e logo foi seguido de um trovão. Caramba, se ela não tivesse aparecido eu tinha me cagado de susto dessa porra.

- Onde você mora?

- Eu não vou te falar! - Respondi seca.

- Okay!

- Eu moro no Miramar.

- Unrrum...

Ela nem me olhava, eu já percebi que ela tava indo por um caminho desconhecido por mim.

Pra onde essa mulher tá me levando? Ela vai me matar e sumir com meu corpo, tenho certeza.

Eu fiquei em silêncio, não ia discutir. Tava com muito frio pra isso, ela havia ligado o aquecedor do carro e mesmo assim ainda tava frio pra caramba.

Marília entrou no estacionamento de um dos prédios mais luxuosos de Los Angeles, será que ela mora aqui? Aí meu Deus, será que ela me trouxe pro apartamento dela.

- Desça!

Ela tirou o próprio cinto de segurança, e saiu do carro, fiz o mesmo que ela.

Marília saiu andando na frente e eu fui só seguindo.

No elevador ela apertou para o apartamento da cobertura. E obviamente o apartamento era o único.

Ela abriu a porta e me mandou entrar. Eu fiquei apenas observando besta o lugar.

- Eu ainda tô me mudando, tá um pouco bagunçado.

O que ela acharia se entrasse no meu chiqueiro que eu chamo de quarto?

Ela entrou em uma porta, minutos depois voltou sem a camisa social, apenas com a calça, sutiã e descalça

Que Deus me dê sanidade, porque se der coragem eu acabo de tirar o resto das vestimentas dessa mulher.

- Tem um banheiro nesse quarto, tome um banho quente, senão vai ficar resfriada.

Ela me entregou uma calça e uma blusa moletom.

Entrei no quarto sem falar nada, esse deve ser o quarto de visitas.

Tomei um banho quente naquele luxuoso banheiro. Eu tô tomando banho no apartamento de Marília Mendonça, o quão louco isso é?

Vesti uma roupinha quente, e minha vontade era de me jogar naquela cama e dormir aqui mesmo.

Coloquei minhas roupas molhadas em um saquinho que achei pelo banheiro.

Sai do quarto depois de banhada e arrumada, procurei ela pelo apartamento e não achei, devia tá tomando banho também.

Fui até um bancada na sala e fiquei olhando os porta retrato. Tinha várias fotos dela abraçada com o pai.

- Quer ir embora senhorita Henrique?

Ela falou atrás de mim, eu dei um pulo com o susto.

- Sim... Obrigada senhora Mendonça!

Eu e ela não falamos nada no caminho para meu apartamento, eu nem sei por que ela foi tão legal essa noite, deve ter ficado apenas com medo de eu adoecer e ela perder a secretária.

(.)(.)

𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳𝘢 𝘔𝘦𝘯𝘥𝘰𝘯𝘤̧𝘢 - 𝘮𝘢𝘭𝘪𝘭𝘢Onde histórias criam vida. Descubra agora