𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳𝘢 𝘔𝘦𝘯𝘥𝘰𝘯𝘤̧𝘢 - 𝘮𝘢𝘭𝘪𝘭𝘢

capítulo 19

P.o.v  Maraisa

Cheguei na empresa sem dar ao menos um bom dia pra ninguém, meu humor estava tão negro quanto o de Marília, eu tava toda quebrada, parece que tinha tomado uma surra. Na verdade, eu só estou cansada, Marília tem me cobrado muito nos últimos dias.

Cogitei largar esse emprego, é cada dia mais difícil trabalhar pra essa mulher, mas simplesmente não posso ficar desempregada, eu tenho que aguentar ela.

Chamei o elevador, respirei fundo antes de entrar dentro dele. Vamos para mais um dia de luta Henrique.

Quando entrei que me virei, percebi alguém correndo para entrar no elevador, logo conheci aquela bela mulher.

Me imaginei em um elevador sozinha com Marília Mendonça, me apressei em apertar o botão.

Ela acabou chegando antes da porta fechar, colocou a mão e a porta abriu completamente de novo.

— Não podia segurar o elevador? – O mau humor estava visível.

— Sinto muito, não te vi, estava distraída com meus próprios pensamentos.

Ela ficou brincando com a alça da bolsa.

Eu desci meus olhos por seu corpo, vestido preto na altura dos joelhos, um salto bege, o cabelo loiro enorme solto e bem liso, jóias espalhadas por seu corpo, anéis, pulseiras, colar, brincos. Para finalizar a maquiagem simples, mas marcante. Imaginei o que ela usava por baixo, obviamente estava sem sutiã, dava pra notar pelo vestido. 

— Estava pensando em alguém? – Ela disse me encarando.

— Talvez senhora Mendonça!

Pensando em você mesma Marília Mendonça, será que posso ir até sua sala e tirar esse vestido do seu corpo? – Pensei.

— Entendi senhorita Henrique!

Ela fechou a cara para mim, eu quis rir. Boba.

Quando a porta abriu no último andar, Marília saiu com seu queixo arrebitado desfilando na minha frente, eu não evitei o sorriso que se desenhou na minha boca.

Me estressa, mas me diverte na mesma proporção.

Me sentei a mesa, e no mesmo momento recebi um e-mail de Marilia com quatro documentos.

Mudei de ideia, ela me estressa mais do que me diverte.

Comecei a ler os documentos de contratos, para ver se valiam a pena para a empresa.

Ouvi um pib do elevador e olhei na direção rapidamente, vi o senhor Mario andando com uma bengala, ele andava com dificuldade. Eu levantei e fui a seu encontro.

— Mara querida! Bom dia!

Ele encaixou o braço no meu, para um apoio.

— Bom dia! Como se sente senhor Mario?

— Estou bem filha, só um pouco cansado. Marília está na sala dela?

— Sim senhor, quer que eu avise?

— Não precisa. Eu me entendo com ela.

Ele deixou um beijo na minha testa e abriu a porta.

Eu voltei a meu trabalho.

O senhor Mario já estava a um bom tempo conversando com Marília. Eu estava bem entretida quando Marília me chamou pelo telefone.

Arrumei minha camisa e minha postura antes de entrar na sala.

— Senhora Mendonça, me chamou?

O senhor Mario se virou pra mim e sorriu, vi Marília revirando os olhos.

— Mara, como Marília está te tratando?

— Bem senhor! Profissionalmente.

Ele olhou pra Marília que deu apenas um sorriso.

Na verdade, não era tão profissionalmente assim, eu e Marilia já fizemos coisas nada profissionais nessa sala.

— Certo... Eu vim confirmar um jantar na minha residência com minha filha, hoje a noite. Quero que compareça Maraisa, minha esposa quem me mandou fazer o convite, ela sente saudades sua, e será uma ótima oportunidade.

Olhei para Marília que tava com cara de tédio.

— Desculpe senhor... Creio que não será possível. Agradeço o convite.

— Tem algum compromisso inadiável? – Ele falou um pouco triste.

— Ela deve ir para alguma de suas baladas de fim de semana. – Marília falou me encarando. Eu acabei me revoltando.

Eu não ia fazer nada hoje, falei não, simplesmente porque Marília não parecia confortável com a situação.

— Tudo bem se não puder ir, eu sei como é os jovens, claro que a senhorita prefere uma balada a um jantar. – Ele falou com um sorriso.

— Eu aceito senhor Mario, meus compromissos podem ficar para outro momento. Será um prazer!

Ele sorriu e se levantou.

— Ótimo! Espero as duas as 20:00. Como sei quem não tem transporte, Marília pode te dar uma carona. Certo filha?

— Claro papai! – Ela respondeu com um sorriso amarelo.

Marília devia tá fumaçando por dentro, eu tive vontade de rir da situação.

Assim que o senhor Mario saiu, eu encarei Marília, ela tava com sua típica cara de tédio.

Meu Deus, eu tenho um jantar na casa dos Mendonças, eu vou de carona com Marília... Maraisa do céu, onde diabos tu foi se meter mulher? Nem elegância para ir a um jantar desses eu tenho.

— Saia mais cedo do trabalho senhorita Henrique, eu passo no seu apartamento as 19:00. Não se atrase, eu odeio atrasos.

— Sim senhora

Eu voltei para meu trabalho, Marília só saiu da sala dela no horário do almoço. Eu saí pra almoçar com a Mai e o Bruno.

— Eu vou pra casa com vocês hoje. Não me esqueçam na empresa!

— Por que vai sair mais cedo? – Disse Maiara, limpando a boca com um guardanapo.

— Tenho um jantar na casa dos Mendonças hoje.

— Jantar de negócios? – Perguntou Bruno.

— Não, só um jantar mesmo.

— O namoro está avançado assim? Já está frequentando a casa dos pais dela?

— Bruno! Não seja incoveniente. Foi o pai dela que me chamou.

— Tudo bem... Quer meu carro emprestado?

— Não precisa, Marília vai me buscar.

Bruno e Maiara começaram a rir juntos.

— Já chama até de Marília, olha só Maiara, temos um avanço aqui!

— NaO PreCiSa, MaRiLiA VaI me BUsCaR...

Maiara fez uma fala idiota, e os dois começaram a rir novamente.

— Vão se fuder, vocês dois!

— Mara, só uma pergunta. Já rolou sabe? Umas safadezas? Já transaram? – Bruno falou e balançou as duas sobrancelhas.

— Oh senhora Mendonça, faz mais rápido! – Maiara falou e os dois começaram a rir novamente.

Eu me levantei e voltei pra empresa. Por que amigos tem que ser assim? Quem precisa de inimigos tendo Maiara e Bruno de amigos?

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