CAPÍTULO 34

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Enzo Moretti

Na volta para casa dos meus pais, depois que tomei banho e troquei de roupa lá no local, foi bem silencioso. Sei que eles estão com medo de mim, sei que depois do que fiz eles vão ficar no meu pé falando que tenho que me controlar, mas não dá para me controlar quando alguém mexe no que é minha.

Entramos na sala e só vemos nonna e minha mãe na sala escura só com a laminação da TV, elas estão dormindo, provavelmente por ser sete da noite e elas dormem cedo aos domingos.

Olho para a minha volta e não encontro a minha namorada em lugar nenhum.

- cadê Dakota? - pergunto baixo, mas preocupado.

- ela está lá no seu quarto dormindo, disse que estava cansada- minha mãe nos assusta e ainda revira os olhos.

- porra mãe - Luigi coloca a mão no coração dramaticamente.

- olha a boca, menino - ela o repreende, mas ele nem liga.

Nonna acorda também e olha perdida pelo local e depois olha para mim me analisando todo. Todos começam à me olhar analisador, mas eu não me importo e saio, indo para as escadas.

Subo as escadas indo até o fim do corredor no meu quarto, abro a porta com cuidado e vejo o local escuro, tão escuro que não dá para vê quase nada.

Ando até a cama, aonde que Dakota está enrolada na coberta abraçada a meu travesseiro.chego perto dela e coloco a mão na sua testa verificando se está bem.

Fico com raiva do travesseiro, então tiro ele com cuidado dela e fico no seu lugar me deitando ao seu lado, trazendo a mesma para o meu peito, ela me abraça forte.

Eu amo a minha mulher.

A raiva me deixou cego e só queria que ele pagasse pelo o que fez.

- o que você fez com ele? - Dakota pergunta sonolenta.

Começo a fazer cafuné na sua cabeça dando um beijo na sua cabeça.

Penso em mentir, mas não quero mentir para ela. Mas tenho medo que ela tenha medo de mim.

- eu torturei ele - sou sincero e direto, para não enrolar e acabando desistindo.

Dakota fica um tempo quieta e quando estou quase concluindo que ela dormiu, ela começa a falar:

- eu não vou mentir que no começo fiquei chateada, mas depois eu entendi que se fosse eu, faria a mesma coisa - ela fala tranquila e até acho estranho.

- não está com raiva? - pergunto confuso e ela nega com a cabeça.

- se fosse para mim ficar com raiva de cada coisa que você faz, eu estaria puta por você está tentando me engravidar, gozando dentro  - me engasgo com a minha própria saliva com a sua tranquilidade.

- c-com... - ela me interrompe.

- como eu sabia? Era óbvio demais e só me toquei com o tempo que você não colocava camisinha. Mas eu uso  contraceptivo - ela dá de ombros.

Pisco.

Pisco.

Pisco.

- amor - Dakota me chama.

- oi. - falo ainda sem reação.

- a sua bunda não é peluda, é muito boa de apertar  - Dakota solta uma risada do nada.

- amor, eu ainda estou tentando entender como não está com raiva.

- eu te amo e você me ama, faríamos qualquer coisa um para o outro  - somos sim, meu amor.

- que bom que você sabe - faço cafuné na sua cabeça.

Ficamos em silêncio por um tempo só sentindo a presença de um a outro.

- eu estou com medo - Dakota fala baixo com temor na voz, me deixando entrar em alerta.

- de que - pergunto já sério.

- ele não está fazendo nada, Enzo, ele me deixou marcada e foi embora, ele vai atacar no momento que menos esperarmos.

Percebo de quem ela está falando e suspiro.

- também estou achando estranho, mas não precisa ficar com medo, você está comigo e com a nossa família  - falo enquanto beijo a sua testa.

- nos podemos ir para a nossa casa, tô com muito sono, estava esperando você chegar. - ela choraminga se aconchegando mais ainda em mim.

- nossa casa ? - repito o que ela disse com um sorriso em meu rosto.

Não sabia que escutar isso, iria esquentar o meu coração.

- ou você me leve para casa agora ou eu vou voltar para o meu apartamento..... - me levanto rapidamente pegando ela no colo.

Dakota entrelaça as suas pernas na minha cintura, ela deita a sua cabeça no meu ombro.

- vamos para casa  - concretizo, levando ela para fora do quarto.

Chegando na sala vejo eles cochichando, mas param rapidamente quando eu chego, fingindo tranquilidade. Reviro meus olhos.

- vão embora? Mas já tá tarde. - minha mãe se levanta confusa.

- se não irmos agora, a nossa casa não será mais nossa. - falo simples sem muita justificativa.

Escuto Dakota rir enquanto vou até a porta.

Vou até meu carro e coloco Dakota no banco, coloco o seu cinto e ela me puxa para um beijo profundo.

- estava com saudade. - ela sussurra assim que me solta.

Sorrio colocando uma mecha de seu cabelo para traz da orelha.

- eu sempre sinto saudades de você, mesmo se estivesse no meu lado - falo sorrindo e ela faz a mesma coisa.

Dou um beijo na sua testa carinhosa.

Na hora que fecho a sua porta, minha mãe surge atrás de mim.

- meu amor, tem certeza que está tudo bem? - ela pergunta preocupada segurando na minha mão.

- eu estou bem - sou sincera no que digo - só que a iria subiu até o topo. O problema não é só ele ter tocado nela e sim ele ter feito ela sofrer e se sentir sozinha.

- você ama tanto ela, né? - ela sorri fraco e afirmo com a cabeça.

Minha mãe suspira forte deixando uma lágrima escapar dos seus olhos.

- casa com ela, filho. Não perca tempo, o tempo voa,se nos piscar o olho já estamos em um hospital com aparelhos respiratórios.

- eu vou me casar com ela, mãe. Só que agora não é o momento, sinto que tem algo vindo e o casamento ia deixar as coisas um pouco pior. - falo sério e a mesma fica no mesmo momento, ela sabe que meus instinto nunca estão errados.

- ela vai mesmo para o casamento? - ela olha preocupada para Dakota.

Tanto minha mãe e nonna tanto meu pai ficaram com raiva depois que souberam do casamento e o que Dakota terá que fazer, minha mãe ficou gritando pela casa se perguntando como uma mãe faz isso com a própria filha.

Pra ser sincero eu também fiquei com muita raiva, eu queria muito implorar para ela não ir, ficaria de joelhos na sua frente, mas ela parece tão determinada, como se precisasse provar isso para ela mesma. E é claro que eu sempre vou ficar com ela, e se acontecer alguma coisa eu vou estar lá para proteger ela, sei que ela consegue fazer sozinha, mas ela tem a mim para ajudá-la.

Olho para Dakota através do espelho, vendo a mesma mexendo no meu celular, já que o dela está descarregado.

- ela vai, e eu vou também - afirmo sério.

- nós também. - ela afirma e me dá um tadinha no ombro, me puxando para um abraço. - Lo ti amo.

- Lo ti amor. - beijo a sua bochecha.

Me despeso dela e entro no carro indo para casa.

Dakota dorme o caminho todo. Até na hora e levo ela até na cama, puxando a mesma para dormir em meus braços na NOSSA cama.

amor ao primeiro sorriso: família Moretti (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora