CAPÍTULO 2

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Dakota

- chefe,eu posso falar com o senhor rapidinho? - falo já entrando na sua sala.

- claro,só espera um pouco para me despedir do meu irmão- ele digitando algo no celular e depois de um tempo, ele olha para mim com um sorriso.

O mesmo sorriso que me ajudou a ter uma vida.

- pode falar- ele fala olhando para mim e eu fico nervosa.

- eu queria saber como vai ficar o meu trabalho agora,sabendo que você vai inaugurar o novo restaurante amanhã e eu não posso ficar sem emprego - vou logo no assunto, vejo ele começar a rir muito e fico confusa.

- bom,eu não vou te demitir - eu fico aliviada- você vai começar a trabalhar no restaurante novo,fica mais perto do seu apartamento.- ele dá uma pausa- assim você para de se atrasar para o trabalho- ele fala em um tom divertido e eu serro os olhos na sua direção.

Esse cara é chato pra caralho.

- eu pego transito todos os dias,você não sabe como é porque você é rico e tem carro - falo já irritada e sentando na cadeira cansada.

- agora eu sei porque você não namora - ele fala com um sorriso sacana.

- eu só não namoro porque eu não achei ninguém que me aguente- me argumento.

- e quando isso vai acontecer?Dakota,você ainda é virgem - ele fala como se eu não soubesse disso.

- eu não vou abrir as minhas penas para qualquer pessoa,eu tenho medo de camisinhas,elas não são 100%,eu posso engravidar qualquer momento - me argumento batendo os pés no chão e ele faz uma careta.

- você parece uma criança birrenta- ele fala com um sorriso Debochado e eu reviro os olhos, me levanto do meu lugar.

- eu vou trabalhar que eu ganho mais - falo me virando para sair mas eu paro quando eu escuto ele me chamar.

- ha Dakota,eu preciso te pedir uma coisa - ele fala com o seu sotaque italiano.

- pode falar senhor - falo olhando para ele .

- você vai ficar responsável para resepicionar a minha família no sábado- ele fala como se fosse nada enquanto eu arregalo o olho.

- por que eu? - pergunto não muito contente com a sua decisão.

- porque eu confio em você,e eles não vão te assustar com a maluquice deles pois você é muito pior que eles- ele fala divertido e eu do o dedo do meio para ele e vou para saindo da sua sala escutando ele dá sua risada diabólica.

Antônio me ajudou a ter um lugar para morar e para trabalhar,ele me ajudou muito,mesmo que meu histórico escolar  não tenha terminado o 9° ao ensino médio e nem ter feito nenhuma faculdade ele me deixou trabalhar no restaurante dele.

Mesmo ele não sabendo nada da minha vida, eu sei que ele e sua família são mafiosos mas ele não sabe que eu sei,eu descobri por pesquisas e seu sobrenome. eu não me assustei porque eu não me importo com o que ele se envolve ,o seu coração já diz como ele é.

Minha mãe sempre me dizia que eu tinha que olhar para o coração da pessoa,então eu sempre olhei para o seu coração mas eu me machuquei, ela me machucou, nunca mais eu confio nos corações.

Quando a minha mãe me empulsou de casa com 14 anos eu morei na rua por praticamente 2 meses até o dono do morro,conhecido com falcão, ele me deu um lugar para ficar por um tempo e começou a me treinar várias artes marciais, me ensinou a atirar, mas eu sempre preferi armas brancas,é mais divertido,mais eu precisei sair da favela  e foi aí que eu conheci o Antônio,ele começou a pagar o meu apartamento mas depois que eu tive dinheiro eu comecei a pagar sozinha.

Desde então eu moro, eu e meu Peter,que é um porquinho. Eu encontrei ele na época que eu morava na rua e sempre ficou comigo e nunca me senti tão sozinho por causa dele. Todas as minhas crises de ansiedade ou insegurança,ele ficava comigo mesmo não sabendo o que está acontecendo,e ele fica me olhando toda vez que eu tomo remédio de depressão, como se ele tivesse pena de mim e eu odeio esse olhar,não só dele , como de todo mundo. Por causa disso que ninguém sabe sobre mim .

Eu gosto de disfarçar a minha dor para uma palhaçada ou uma maluquice,não tô pronta para me relacionar com ninguém ,tenho medo de me apaixonar,
Tenho medo da pessoa ir embora quando eu já tiver amando.

Termino meu serviço e vou embora,passo no mercado primeiro,para comprar comida e depois vou para casa.

- amor da minha vida eu cheguei !! - falo assim que eu fecho a porta do apartamento e ele ficar agitado.

- não faz muito barulho,ninguém pode saber que tem porquinho dentro do prédio- falo indo para a cozinha e guardando as compras para depois começar a fazer a janta.

- hoje o meu dia foi cansativo- falo com o Peter mesmo sabendo que ele já foi dormir.

É sempre assim,eu falo sobre o meu para ele enquanto ele dorme,eu gosto de falar sobre o meu dia .ninguém nunca me perguntou e isso me fez gostar mais ainda.é sempre assim,tudo que agente quer,agente não tem. Eu me acostumei com isso,mas não em ficar sozinha.

Mesmo eu tendo o Peter eu me sinto solitária,falo sozinha porque não tenho ninguém,como sozinha porque não tenho ninguém,brinco e faço piadas para mim mesma porque não tenho alguem que vai rir dela.

Desde pequena as pessoas sempre acharam que eu tinha a vida perfeita. Para eles eu nunca sofrir,e isso sempre me machucou,minhas irmãs mais velhas sempre falavam que eu era a filha preferida mas elas nunca se colocaram no meu lugar.

Eu era comparada com elas o tempo todo, para elas eu era a filha perfeita mas elas não sabiam que não existia filha perfeita na nossa família,nunca existiu, agente nunca era bom o suficiente para ninguém,elas nunca perceberam isso mas eu sim.

Eu não sei como é ser irmã mais velha,mas eu sei que é horrível,você tem que ser o exemplo o tempo todo,se a sua irmã mais nova fazer algo errado você é a responsável e não os pais,você tem que educar os seus irmãos mais novos porque os seus pais não fazem isso e farias outras coisas.mas eu sei ser irmã mais nova que também não é fácil, eu sou comparada com todos os meus irmãos,eu tenho que ser a filha perfeita porque eu "não" peguei a fase que os pais eram brutos,era horrível sentir tanta dor e jogarem a culpa na outra pessoa eles nem se imitaram com a minha dor eles só queriam jogar a culpa na outra pessoa,  eu tinha que estudar mais porque a irmã mais velha estava levando esporro por sua culpa e você sabia disso só não queria acreditar.

Sou terrompida quando escuto o meu celular tocando.

- alô,quem é?- falo sem olhar o contato e só botando na orelha para escutar.

- aqui é a Aline,eu estou falando com a Dakota Almeida? - uma mulher pergunta e eu fico confusa.

- é sim,com quem eu falo?- pergunto curiosa.

- eu sou a cuidadora do seu pai- eu paro de fazer oque eu estava fazendo,meu coração começa a bater rápido,meu corpo fica trêmulo - senhora?a senhora está aí?- eu não consigo mais falar eu só desligo a ligação e me sento no chão.

Não consigo parar de me tremer,eu como a chorar muito tentando tirar a dor que está dentro de mim.eu vejo uma faca na minha frente que eu tinha deixado cair na hora, eu fico olhando para tentando me acalmar mas a dor é muito forte e eu só quero tirar ela,começo a me marcar com a faca e só sinto arder mas eu nem me importo.

Por que isso agora?por que comigo?

Não sei quanto tempo eu fiquei ali só sei que eu apaguei.

amor ao primeiro sorriso: família Moretti (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora