07 - Passado

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Voltamos para casa e nos aconchegamos no sofá. A pessoa de rosto bonito me deixou fazer o que eu quisesse. Nós nos beijamos, nos acariciamos, e ela me permitiu tocar por baixo de suas roupas na parte superior, me orientando sobre o que fazer. Estar com ela era como estar em um mundo novo que eu nunca tinha experimentado antes. Era como se este mundo tivesse apenas nós duas, e ela fosse a professora que me guiava — uma professora que era incrivelmente sexy e severa ao mesmo tempo.

No entanto, em um certo ponto em que as coisas poderiam ter progredido mais, ela de repente se afastava sem nenhum aviso e respondia com uma expressão indiferente:

— Já chega.

Ela me empurrou para longe, sentou-se ereta e ajustou suas roupas depois que elas ficaram desgrenhadas por minha causa. Ela arrumou seu cabelo bagunçado, estendeu a mão para esfregar suavemente seu pescoço como se sentisse uma leve dor, e então estreitou os olhos, olhando para mim com um olhar severo.

— Criança.

“...”

— Da próxima vez, não faça isso. Só crianças deixam marcas.

Apertei os lábios, sentindo-me culpada por ter tentado algo que uma amiga me contou uma vez. Fazer uma marca de beijo é uma maneira de mostrar o que foi feito e indicar que ela está comprometida. Quando fiz isso, estava apenas pensando no que tinha ouvido antes e queria fazê-la só minha. Se ela encontrasse algum dos ex, eles saberiam que ela não está mais disponível. — Sinto muito.

— Saber do seu erro é o primeiro passo para ser perdoada. Mas é um incômodo para mim ter que ir buscar uma moeda para raspá-la.

— Isso realmente funciona? Pensei que era apenas algo que as pessoas falavam na internet.

— Ajuda um pouco, mas seria melhor não fazer isso de novo.

O tom dela era sério, não brincalhão. Fiquei sentada ali em silêncio, como uma criança sendo repreendida.  Vendo que eu não estava sendo teimosa ou discutindo, a pessoa de rosto bonito sorriu para mim, como se fosse me dar um tapinha nas costas depois de uma reprimenda, então bagunçou meu cabelo até que ele ficou todo bagunçado.

— Está na hora de ir. Eu te levo para casa.

— Não posso passar a noite?

— Tenho coisas que preciso fazer.

Olhei para o relógio na parede, que marcava um pouco depois das 20h. Fiquei um pouco surpresa que ela tivesse coisas para fazer tão tarde quase todas as noites. Eu não sabia para onde ela ia ou o que fazia, e quando eu perguntava, nunca recebia uma resposta, então fiquei quieta e peguei minha bolsa, entendendo.

— Ok, se você diz, eu vou.

— Boa menina. — Ela se inclinou para beijar minha bochecha de brincadeira, então puxou minha bochecha até que ela se esticasse. — Sua pequena mochi.[1]

— Você sempre me chama assim.

— Porque é fofa.

“...”

— Muito fofa!

Parecia que ela estava de melhor humor depois de puxar minhas bochechas. Dessa vez, ela as esticou como um elástico. Eu gritei de dor e esfreguei minhas bochechas enquanto ela ria, claramente satisfeita, e então pegou as chaves do carro para ligá-lo e se preparar para me levar para casa.

— Vamos antes que seja tarde demais.

Ela me levou até meu apartamento como sempre fazia e então foi embora, sem saber que eu acenei para um táxi que tinha acabado de deixar um passageiro e a segui. Eu queria saber quais eram suas tarefas diárias. Mesmo que parecesse intrusivo, eu não conseguia deixar de precisar descobrir a resposta.

Obsessed - Quando estou apaixonada por você (Série perfumes Vol.3)Onde histórias criam vida. Descubra agora