10 - Fibras finas

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— Você está terminando comigo? — Eu podia sentir minha voz tremendo.

O medo se espalhou por todo o meu corpo. A linda mulher na minha frente continuou me encarando friamente e balançou a cabeça.

— Isso não é um término porque nunca estivemos juntas. Vamos terminar aqui.

Ela estava prestes a ir embora, mas eu agarrei seu braço como se fosse a última gota em que eu poderia me agarrar.

— Sinto muito! Eu estava errada! — Eu disse, e a abracei por trás. A irmã antes gentil nem mesmo me deu de ombros em aborrecimento. Ela apenas ficou parada, se virou para olhar para mim e disse em uma voz monótona:

— Deixe ir.

“...”

— Você é irritante.

Ela arrancou minhas mãos, andou até seu carro, ligou o motor e foi embora.

Quando saí, lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu me senti completamente impotente, como se não houvesse nada que eu pudesse fazer. No final, tudo o que pude fazer foi chamar um táxi e voltar para o meu apartamento. Esta foi a primeira vez que realmente entendi o significado de desgosto amoroso.

Eu me virei e me virei a noite toda, sem conseguir dormir, minha mente correndo com pensamentos. E se eu não tivesse agido daquela forma? E se eu tivesse feito isso ou dito aquilo de forma diferente? As coisas teriam sido diferentes? Mas tudo o que recebi em troca foi vazio. Nenhuma resposta real veio à mente porque seu coração era muito difícil de entender.

Ela era uma pessoa complicada. Mesmo agora, ainda não a entendo completamente. Por mais que ela parecesse cruel, era parte de seu charme que me mantinha atraída por ela. Fiquei tão cativada que não conseguia me afastar. Eu queria saber tudo sobre ela. Mesmo quando ela revelou seu lado mais sombrio para mim, ainda não era o suficiente. Eu tinha me intrometido em aspectos de sua vida privada que ela nunca quis que eu soubesse.

Mas o que exatamente ela não queria que eu soubesse, a ponto de me cortar completamente?

Foi ela quem se aproximou de mim primeiro, mesmo com a intenção de me enganar desde o início. Eu estava tão ansiosa que não conseguia suportar e, antes que percebesse, a manhã havia chegado. Eu queria trabalhar, ser contatada por alguém para um trabalho de modelo, um papel de atriz, qualquer coisa para me distrair dos meus pensamentos. Mas eu era uma modelo e atriz freelancer sem nenhum contrato. Eu só trabalhava quando contatada diretamente. Então, sem nada para fazer, fiquei nesse estado inquieto.

Eu tinha que fazer alguma coisa. Eu não estava pronta para perdê-la. Com esse pensamento, me vesti, tomei um banho e fui para a casa dela. Normalmente, ela nunca trancava a porta, não importava a hora. Eu esperava que hoje fosse como o passado, quando eu podia simplesmente entrar. Mas hoje...

Foi diferente.

A porta estava trancada por dentro. Não importava o quanto eu a sacudisse, a porta não se movia.  Era um sinal claro de que ela sabia que algo assim iria acontecer.

Ela martelou o último prego no caixão, como se para me lembrar: "Você não tem mais o direito de entrar no meu mundo."

Não... eu não podia deixá-la ir. Nós nem tínhamos começado. Meu coração já tinha afundado tanto; era impossível recuar.

— Por favor... abra a porta. Sinto muito, por favor — Implorei.

Bang, bang, bang! Bati na porta, causando uma cena. Se ela tivesse vizinhos, alguém certamente viria espiar em breve. Essa era exatamente minha intenção, envergonhá-la para abrir a porta. E funcionou. Eu não tinha certeza se ela cedeu por vergonha ou simplesmente percebeu que não importava quanto tempo ela ficasse quieta, eu não pararia de importuná-la. Ela abriu a porta com facilidade, vestindo apenas uma camiseta e shorts, claramente sem nem mesmo um sutiã por baixo. Seu rosto permaneceu frio. Quanto mais eu persistia, mais irritada ela ficava.

Obsessed - Quando estou apaixonada por você (Série perfumes Vol.3)Onde histórias criam vida. Descubra agora